sexta-feira, 27 de junho de 2014

[Copa] Eliminados

Depois de 11 textos foi necessário dar uma parada, ainda que não tenha deixado de ver os jogos da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 e tenham aparecido vários temas sobre os quais poderia escrever. Dia de folga nas partidas do mundial também é a hora de avaliar a 1ª fase. Neste texto, trateremos de quem já foi embora - menos do Suárez.

Grupo A - Antes da Copa eu considerava o grupo brasileiro um dos mais difíceis que a Seleção já pegou na primeira fase. Provavelmente, se não fosse a atuação na Copa das Confederações, o nivelamento entre as seleções seria bem parecido. Com ela, além do peso da camisa, mostrava-se o Brasil à frente de três seleções que teriam chances parecidas. Duas caíram.

Croácia - o time croata tem nomes de destaque no cenário europeu, casos de Rakitic, campeão da Europa League com o Sevilla; Modric, campeão da Champions League com o Real Madrid; e Manduzkic, atacante (deprezado por Guardiola) do Bayern de Munique.

No primeiro jogo, contra o Brasil, aproveitou bem os corredores nas laterais para dar sustos. Mesmo considerando a marcação de pênalti para os brasileiros, não só o Pletikosa quase o defendeu, como Júlio César espalmou uma grande chance ao final do jogo, que ainda teve o gol de Oscar. Com Mandzukic, imaginava-se que o time daria trabalho às outras forças do grupo.

E foi isso que se viu no jogo seguinte, dois gols do centroavante e goleada por 4 a 0 contra Camarões. Porém, na decisão por uma vaga, os croatas padeceram para o México, numa aposta que deu errado de dar mais liberdade para criação de Modric no meio. 3 a 1 e volta para casa mais uma vez após estar num grupo com o Brasil. 3 pontos.

Camarões - um time com os destaques estando velhos - dizem até que mais do que consta na identidade - e que quase não veio à Copa por falta de acerto no que deveriam ganhar com a participação no torneio. Derrota por 1 a 0 no primeiro jogo contra o México graças a dois erros da arbitragem; goleada sofrida por 4 a 0 para a Croácia, com direito à expulsão de Song e briga entre dois jogadores no final; e a goleada por 4 a 1 para o Brasil.

Camarões fracassou na Copa do Mundo FIFA, também mais uma vez num grupo brasileiro. Curiosamente, só no jogo do Brasil é que marcou um gol e teve momentos de futebol razoável, já que não tinha responsabilidade alguma. 0 pontos.

Grupo B - Todo mundo contava com a força chilena, mas imaginava que o país disputaria com a Holanda a última vaga para as oitavas...

Espanha - uma maldição de Copas está sendo criada. Do campeão de 1998 até o de 2010 só o Brasil, em 2006, não caiu na primeira fase. A verdade é que o tiki-taka espanhol já havia sido neutralizado pelo Brasil (e pela Itália) na Copa das Confederações do ano passado. O modelo de campo vira sucumbir, ainda na temporada retrasada, com duas goleadas impostas pelo Bayern. Não à toa Diego Costa chegava como titular, era a chance de ter alguém com força caso fosse necessário. Mas ninguém pensava que seria como foi. O primeiro campeão eliminado já após duas partidas.

Contra a Holanda, gol perdido quando o jogo estava 1 a 0, falhas de Casillas e uma surpreendente goleada por 5 a 1. Críticas ao tiki-taka que permaneceu contra o Chile, que armou o time igual à Holanda. Outra derrota por 2 a 0 e coube à equipe se despedir com vitória por 3 a 0 contra a Austrália, com uma horrível camisa preta que só pode simbolizar o luto pela campanha.

O time espanhol conta com títulos europeus nas categorias de base. Resta saber se esse esquema será mantido. De fato, alternativas precisam ser criadas quando jogar apenas pela posse de bola não der certo. 3 pontos.

Austrália - Nos primeiros quinze minutos de Copa, contra o Chile, parecia que o time seria candidato a saco de pancadas da Copa, 2 a 0 sofridos. Depois, pressão e bom jogo de bola, com gol de Cahill e algumas chances de empatar, que não vieram. O que veio foi mais um gol do Chile.

Mas na partida seguinte, um espetáculo proporcionado com a Holanda, favoritíssima para o confronto. Gol lá, gol cá. Os Socceroos chegaram a ficar na frente, com 2 a 1, e desperdiçaram chance de ampliar pouco antes do gol de empate holandês. Na última partida, os 3 a 0 para a Espanha não mostraram a evolução apresentada pelos australianos, que foram eliminados nas oitavas de 2006 num lance duvidoso no final da partida contra a campeã Itália. 0 pontos.

Grupo C - O primeiro com um cabeça de chave "diferente", a Colômbia. Por sorte, Grécia, Costa do Marfim e Japão pareciam se equivaler, com a Colômbia um pouco à frente apesar da ausência de Falcão Garcia. O pouco virou muito e restou aos outros brigarem entre si.

Costa do Marfim - Por que o Drogba, ainda que com 36 anos, estava na reserva? Por que o Yaya Touré não jogou o que fez no City nesta temporada? Perguntas que passaram pelas cabeças de muitos de nós nas duas primeiras partidas. Na primeira, sufoco para ganhar do Japão de virada por 2 a 1, com os gols saindo após a entrada de Drogba que, na verdade, pouco fez. Na segunda, derrota por 2 a 1 para a Colômbia, com o gol de Gervinho só incendiando um pouco a partida.

Na decisão contra a Grécia, pênalti duvidoso no final da partida e fim ao sonho de passar para a segunda fase. Vi o compacto do jogo. Drogba foi titular e saiu após o empate marfinense. Touré chamou mais o jogo e até foi fominha em alguns lances. É uma das seleções que mais tem a lamentar pela saída precoce da Copa, pois teve chances de vencer contra a Grécia. 3 pontos.

Japão - Inocência, excesso de responsabilidade, seguem demais as ordens. Com jogadores atuando nas principais ligas europeias, imaginava-se que a surpresa japonesa ao se classificar para as oitavas há quatro anos fosse amplificada num grupo mais equilibrado. O jogo imposto à Costa do Marfim até quando estava um a zero dava essa ideia. Aí veio o gol de empate e o da virada e o time sumiu. Pior ainda contra a Grécia. Nem o jogador a mais deu jeito. 0 a 0 amargo, que teve acrescido a si a goleada para a Colômbia por 4 a 1, justamente quando o time pareceu jogar mais livre. 1 ponto.

Grupo D - O "grupo da morte" matou dois dos três campeões mundiais. A maior surpresa do torneio veio dele.

Itália - Pedido de demissão do técnico, que tinha contrato até 2016, e até do presidente da federação. Isso só basta para resumir a segunda eliminação seguida do país na primeira fase de Copas. Prandelli mudou o jeito italiano de jogar, com destaque para Balotelli no ataque e Pirlo cada vez mais preciso. Como resultados, a final da Eurocopa, passando pela Alemanha nas semifinais, e o terceiro lugar na Copa das Confederações no ano passado. Trabalho a médio prazo prejudicado pela Copa.

A vitória por 2 a 1 sobre a Inglaterra veio num bom jogo e mostrava que o caminho estava certo. Até que veio a surpreendente Costa Rica para vencer por 1 a 0. Na decisão pela última vaga, jogo brigado e a Itália não conseguiu ser ofensiva como Prandelli imaginava, mesmo com dois atacantes. Expulsão no início do segundo tempo e gol de Godín no final. Eliminação com 3 pontos.

Inglaterra - o time do Império Britânico veio com menos favoritismo que nas Copas anteriores, com seus destaques, Gerrard e Rooney, envelhecidos. Além disso, deu o azar de cair no grupo da morte, mas ter terminado apenas com um ponto foi inesperado.

As derrotas para Itália e Uruguai, ambas por 2 a 1, mostraram um time que sabe jogar, mas que falta amadurecimento. Ironia do destino que Suárez, melhor jogador da Premier League na temporada passada, tenha feito os dois gols mesmo sem estar 100%. Os ingleses precisam de um choque de gestão parecido com o que a Alemanha fez.

Na última partida, tiveram muitas chances, mas não conseguiram fazer gols contra uma Costa Rica já classificada e jogando nos contra-ataques. 1 ponto

Grupo E - Todos temeram a França, ainda que classificada no banho-maria, em seu grupo. Caiu no da Suíça. Honduras e Equador só fizeram figuração, não à toa os únicos das Américas a não passar para as oitavas de final.

Equador - Para o Equador, a decisão foi na primeira partida. 1 a 1 contra a Suíça e chance de gol aos 45 minutos. O atacante é travado na área e abre-se ao contra-ataque suíço. Tentativa de falta, seguiu o jogo e o gol apareceu. Era confronto direto por uma suposta segunda vaga e os equatorianos perderam. No segundo jogo, susto com gol de Honduras, mas virada graças a Enner Valencia. Se já era difícil vencer os franceses na última partida, a expulsão do experiente Antonio Valencia não ajudou. Uma seleção que andou para trás quando comparada a outras participações em mundiais. 4 pontos.

Honduras - Os hondurenhos até que jogaram melhor do que eu imaginava, tendo em vista o amistoso que fizeram contra o Brasil. Ainda assim, precisam evoluir bastante. Tudo bem, a derrota de 3 a 0 para a França engana. O primeiro gol francês só saiu no final do primeiro tempo e a expulsão de Palacios na jogada só piorou as coisas numa partida marcada pelo primeiro lance que a "Goal-Line Tecnology" funcionou bem.

Contra o Equador, voltaram a marcar gols em Copas após 32 anos, mas não conseguiram se manter à frente do placar. No final, 3 a 0 para a Suíça num jogo que eles até tentaram se arriscar, mas nada de gols. 0 pontos.

Grupo F - Todo mundo conhece a Argentina, especialmente o seu ataque, mas pouco conhecia do Irã. Grupo que parecia destinado a argentinos e bósnios, mas que viu a Nigéria se classificar.

Bósnia-Herzegovina - Esperava-se mais de Dzeko, eis a verdade, por mais que seja um centroavante mais tradicional, de ficar esperando a bola. De qualquer jeito, aproveitaram o apoio da torcida no Maracanã e deram trabalho ao futebol fraco da Argentina, chegando a diminuir no final na derrota por 2 a 1. Mas na decisão do grupo, perderam para a Nigéria por 1 a 0, cabendo vencer por 3 a 1, com gol de Dzeko, na última partida do seu primeiro mundial. 3 pontos.

Irã - O desconhecimento sobre seus jogadores só piorou com o insosso empate sem gols com a Nigéria na primeira partida. Até que veio o segundo jogo contra a Argentina, onde todos quase viram a maior zebra desta Copa. Time bem armado na defesa e que no segundo tempo teve duas grandes chances de gol serem interceptadas por Romero. No finzinho do jogo, gol de Messi. Na última partida, ao menos, saiu o único gol da equipe na Copa. 0 pontos.

Grupo G - Grupo parecido com o do Brasil, com a Alemanha à frente de Gana, EUA e Portugal, que se pegariam pela outra vaga.

Portugal - Foram sete jogadores a terminarem a campanha machucados, duas lesões musculares em cada uma das duas primeiras partidas. Isso porque todo mundo sabia que Cristiano Ronaldo veio no sacrifício. Avaliação precisa ser feita. Afinal, será que valia a pena trazer jogadores no limite?

O passeio da Alemanha no primeiro jogo tem a ver com um time descompassado, que até começou bem o jogo, mas parou após 2 gols alemães e a expulsão idiota do Pepe. Muitos passes errados vieram depois com mais 2 gols adversários. Ainda teve um pênalti que deveria ser marcado a favor, mas um desastre em campo.

No jogo seguinte, muita luta contra as adversidades frente aos Estados Unidos. 2 a 2 conquistados no final do jogo, que serviram apenas para prolongar o drama português nesta Copa. Na partida final, vitória num grande jogo contra Gana por 2 a 1 e mais gols perdidos. Ao menos, se é que importa, Cristiano Ronaldo marcou um gol. A estrela que menos brilhou dentre todas que chegaram a esta Copa. O esforço por La Décima pesou. 4 pontos

Gana - Eles ficaram por aqui, em Maceió, e fizeram três jogos disputados. A derrota para os Estados Unidos começou com um gol na primeira jogada da partida. Os ganeses brigaram o jogo inteiro para conseguir empatar aos 37 do segundo tempo e levaram a virada minutos depois. Na partida seguinte, impuseram um bom ritmo contra a Alemanha, chegando a estar vencendo por 2 a 1 num jogo que terminaria empatado.

Dependendo só deles no jogo final caso a Alemanha vencesse os Estados Unidos, quase não foram a campo por conta do pagamento de premiação, que chegou via avião diretamente do presidente do país, com direito a cheirar o dinheiro na concentração. Como se não bastasse, dois destaques da seleção foram afastados por indisciplina, com direito a agressão a diretor, Muntari e Boateng. Ao final, um jogo bem disputado contra Portugal e a lanterna do grupo. 1 ponto

Grupo H - Grupo equilibrado para baixo. Mesmo a tal da "geração belga" pouco mostrou para justificar o entusiasmo. Foram três vitórias no sufoco num grupo fácil, em que a surpresa foi ver que em vez de disputarem a vaga, Rússia e Coréia do Sul se abraçaram.

Rússia - Dinheiro não traz felicidade, nem futebol. Com todos os convocados atuando no país, a Rússia poderia ter mostrado mais. A sede da próxima Copa atendeu ao apelo da marcação de Fábio Capello e sucumbiu com falhas em dois jogos do goleiro Akinfeev. No primeiro deles, empate com a Coréia do Sul com ambos os goleiros falhando, mas com o russo em seguidas vezes até o gol rival. No segundo, derrota para a Bélgica nos poucos minutos que Hazard justificou as expectativas. No terceiro, o time jogava para frente e Capello resolveu recuar um pouco mesmo precisando da vitória. Castigo com empate e eliminação precoce. 2 pontos

Coréia do Sul - Os coreanos até me fizeram crer que eram os melhores asiáticos (mesmo, já que a Austrália é da Oceania) na primeira partida. Não deixaram de atacar mesmo com o gol sofrido, mas foram nocauteados pela Argélia nos primeiros 45 minutos em Porto Alegre. Só no segundo tempo, com Son, é que o time acordou, já tarde. No jogo final, nova derrota, mesmo com um a mais que a Bélgica. 1 ponto

Nenhum comentário:

Postar um comentário