quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O importante é competir?

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Na última sexta-feira (12) tivemos a abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, que estão sendo realizados em Vancouver e com a presença de cinco competidores brasileiros dentre as 72 delegações presentes no evento.

Muitas coisas chamaram a atenção antes do evento: a primeira transmissão da TV Record como a "emissora olímpica no Brasil", com uma super-equipe enviada para um evento sem atrativos para os brasileiros; a curiosa falta de neve em alguns locais de disputa, o que fez a organização importar neve; e a morte de um atleta bósnio do luge num treino na sexta-feira.

Porém, de tudo o que vi até agora o que mais me chamou a atenção foi a preocupação dos canadenses em mudar a "mentalidade" por lá. Segundo o tanto que li e ouvi, eles não têm tanta preocupação com a vitória, em ser melhores n'algo. Até mesmo no cotidiano se tiverem um emprego razoável, que garanta estabilidade, não se preocupam em subir de posto.

Para se ter uma ideia em relação à área esportiva, nos outros dois jogos olímpicos (um de verão e outro de inverno) realizados em cidades deste país da América do Norte, em nenhum deles houve uma medalha de ouro deles. E vejam que realizar um evento em que você já tem vaga em todas as modalidades e conhece mais que os outros os locais de provas é uma baita ajuda.

Como forma de mudar esta situação, foi montada uma equipe só para treinar os atletas em busca desse ouro tão sonhado. A torcida também passou a vibrar mais com primeiros lugares, apesar de manter o apoio para quem não conseguia bons resultados.

Já na segunda-feira (15) a pressão nos atletas locais diminuiu. Alexandre Bilodeau venceu a prova de esqui no estilo livre, categoria mogul - prova em que o participante tem vários obstáculos, que fazem com que os joelho sirvam como molas, e a disputa é contra o tempo.

No dia seguinte, na prova do snowboard cross, a única com certa esperança por bom resultado brasileiro - já que Isabel Clark foi a nona nas Olímpiadas de Turim e é a 12ª no ranking mundial-, o Canadá ganhou o segundo ouro. Após várias atletas literalmente se perderem com a forte neblina, inclusive a brasileira, Maelle Ricker venceu a final.

Enquanto isso no Brasil só "respeitamos" quem ganha algo importante, geralmente para os esportes ditos amadores uma medalha de ouro olímpica, e não conseguimos com essa mentalidade partir para um apoio efetivo que possam gerar coisas positivas.

Se é para exigir títulos, que façamos como os chineses nos últimos anos, ou como (quase) sempre fizeram os estadunidenses, cubanos e alemães. Se não, com tanta dificuldade na vida e em ser atleta brasileiro, competir numa grande competição já é uma grande vitória.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

IRAAAAAAAAAADO! - Vou pular o Carnaval

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Faz tempo que não escrevo nada que me irrita por aqui - o que não significa que não tenha tido motivos, mas sim falta de tempo. Nada como a maior das festas do Brasil para merecer um texto sobre ela.

Todo ano é a mesma coisa. Aquela velha pergunta: "Vai passar o carnaval onde?". Para quem me conhece minimamente sabe que não tenho "cara" de alguém que goste de pular, dançar, beber e fazer demais estripulias típicas da festa de momo. Se sabem que eu não sou disso por que perguntam?

Vá lá que não sou de um tipo comum de pessoa. Sou um cara calmo, não bebo, não fumo, não gosto de farras, de bagunça, de amizades, de festas - qualquer coisa efusiva -, mas, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, não sou religioso. Muito pelo contrário.

Vai ver que é isso que faz com que as pessoas, que chegam a saber que eu sou ateu, ainda tentem saber de algo que mostre algum "outro lado", semelhante à surpresa delas quando sabem a minha (nenhuma) opção religiosa.

CHANTAGEM
Até já tentaram até me convencer de que carnaval é algo legal. No ano passado sofri a maior das pressões. De um lado, uma colega que sugeriu que escutasse Monobloco e disse que eu iria gostar. Além de me "indicar" o carnaval de Olinda.

E foi nessa de que eu "iria gostar do carnaval" de lá que um outro colega disse que pagaria a passagem de ida e volta de todo mundo (do departamento de comunicação) para essa cidade pernambucana - é claro que depois ele pensou bem, financeiramente, e reduziu a promessa a mim. Não houve jeito.

Eu não gosto de lugares cheios de gente, com exceção de estádio de futebol. E carnaval num lugar como Olinda, com suas ruas estreitas, é literalmente ser levado pela multidão. Apesar das músicas mais tradicionais, logo menos mercantilizadas, também não serve para mim. Seria mais uma opção "para ver a banda passar", nas caras sacadas dos prédios.

OPÇÕES
As outras opções são Recife, que a cada ano tenta fazer um carnaval musicalmente diferente, mas sempre traz um "chama-público", casos de Calypso no ano passado e NX-Zero este ano; Salvador, com seu axé e músicas que me enchem o saco diariamente nos meses de janeiro e fevereiro nas ruas, ônibus e casas vizinhas à minha; ou assistir às escolas de samba no Rio de Janeiro, em São Paulo ou pela TV.

Geralmente fico com a última opção, talvez pela minha mania de acompanhar qualquer tipo de competição. De vez em quando até que há algo com que se possa aprender dentre tantas mulatas, loiras (artificiais), morenas e negras sambando e mostrando quase tudo na avenida.

Este ano nem isso me deve chamar tanta atenção. Como nos últimos anos tive maior contato com o samba, tanto o tradicional da "velha-guarda" quanto os mais novos, percebi que samba-enredo é igual a time do Muricy Ramalho. O importante não é a satisfação do público, mas a vitória. Ainda mais quando envolve tanto dinheiro (jogo-do-bicho, corrupção, prêmios, TV,...).

Por isso que a melhor opção é ficar em Maceió mesmo. Torcer para que todos os vizinhos viajem para as cidades litorâneas do interior e deixem a rua numa tranquilidade impecável para quem há muito tempo deseja um período maior de folga do que uma tarde e um domingo por semana.

Enquanto isso, eu estarei em casa dormindo até mais tarde, lendo o que tenho que ler e fazendo o que tem que ficar pronto até março. Vou pular o carnaval não o levando em consideração. Só me restará cantar: "Carnaval, carnaval, carnaval, eu odeio quando chega o carnaval!".

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Mídia tosca - PNDH e a "liberdade de expressão"

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Mais uma semana com o "Mídia Tosca" no ar e, como poderão ver, com erros que já passaram por aqui. Ah, é claro que tem um destaque, que será o último no post.

Enquanto isso, a mídia nacional continua sua ofensiva contra o Plano Nacional de Direitos Humanos e o Governo já sinalizou recuar em alguns pontos, apesar de o secretário responsável criticar os críticos. Sem poder para peitá-los o que fazer?

É fato que as famílias que só sabem que seus entes desapareceram no período da Ditadura militar precisam ter conhecimento do que foi feito com eles. Uma coisa é você reagir a uma atitude tão reacionária quanto o golpe militar, outra bem diferente é tomar o poder e impor fortes restrições sociais. Portanto, não há essa coisa de "os dois lados cometeram os mesmos crimes".

Além disso, o ponto que aperta a cintura dos grandes meios midiáticos. Basta falar em algo como "avaliação das concessões através da funcionalidade do meio", algo que está na Constituição - se é que isso serve para algo - para que se fale em rompimento da "liberdade de expressão". Que joça de liberdade de expressão é essa que sequer permite que um jornal de grande porte (um deles) consiga publicar denúncias contra um político, quiçá a voz de um manifestante contra casos de corrupção?

(E o Governo já desistiu do ponto sobre o DIREITO de a mulher abortar. Pressão da Igreja).

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TRADICIONAL Comecemos pelos erros bastante comuns e que continuam a ocorrer pela clara falta de atenção na hora de copiar matérias de agências de notícias. Primeiro, um link que não aparece, em matéria do Primeira Edição.

DECRETOS Outro que colocou a palavra "link" sem a existência do mesmo foi o Cada Minuto. Ai de quem queria ver os tais decretos.
INTERROGAÇÃO Outra matéria do Cada Minuto trouxe o seguinte título: "Inflação do aluguel?". Não, não foi uma manchete diferente. Só não sei qual a explicação para esse sinal ter aparecido.
PROLIFERAÇÃO Até o Gazetaweb está tendo problema com as aspas. No texto abaixo podemos ver que elas são substituídas por interrogações por duas vezes.
AUSÊNCIA A partir de agora virão os casos em que faltaram palavras nos títulos. Primeiro, em matéria do Gazetaweb sobre uma votação a qual só lendo o texto para saber de que foi.
EXAME Já o caso a seguir vem do Alagoas em Tempo Real, que não teve espaço para colocar qual tipo de exame Ronaldo terá que fazer.
DROGADA? O Alagoas 24 horas veio com um título bem confuso: "Mulher é presa droga ao entrar em Delegacia". Percebam que ela poderia ter ido drogada ou com droga.
CONFIRA Outra falha de verificação, leitura simples, do Primeira Edição. O leitor iria cansar de procurar "ao lado" outra entrevista.

PÁGINAS Tudo bem que você pode considerar no mundo virtual os links como páginas, porém, se uma matéria é oriunda de uma revista o que falar de "confira nas próximas páginas" num site de notícias?
CAMPEÃO Nõa há o que falar sobre esse irritante erro: "Justiça alagoana houve [sic] suposto membro do PCC". E o pior é que é matéria daqui.