quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Este ano eu subirei!

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Centroavante vive de fazer gols. Basta a bola passar em frente à área que do nada ele aparece e marca. Imagina quem vive disso ficar mais de 10 jogos sem balançar as redes. Tentar, tentar, passar rente a trave, o goleiro fazer uma grande defesa. Não tem quem suporte, por melhor histórico que possa ter, por mais que treine arduamente.

Era assim a cada "você é doutorando né, posso te apresentar assim?" num evento ou o "você não é doutor?" surpreso. Aquilo gerava um sorriso amarelo, carregado de uma frustração sem fim. Talvez o maior dos pesos que eu, acostumado a colocar muito peso sob as minhas costas (psicologicamente e literalmente também), sentia nos últimos anos.

Pense num time há 9 anos sem ganhar título algum, com direito a passar na segunda divisão de estadual. O time que, mesmo entrando num bom ciclo, tendo o time mais regular do campeonato, chega na final e perde.

Há pouco mais de 5 anos as coisas mudaram. Alguns pessoas devem saber, mas após a qualificação do Mestrado já havia me comprometido a seguir na Unisinos para o doutorado, até ideia estava se desenvolvendo. O falecimento prematuro do professor Valério Brittos, dentre tantas perdas que também me marcam, teve este peso de mudar qualquer planejamento.

Tentei e passei na Unisinos mesmo sabendo que não teria bolsa e seria difícil seguir - e seria mesmo com a notícia posterior que se eu esperasse mais um pouco teria a bolsa parcial, que pagaria o curso. Tentei ainda em 2013 na UFRJ, tive um dia ruim na prova e não passei; fiz a da UERJ, sem prova escrita, achando que seria mais tranquilo, cheguei à última fase lá atrás, fora dos classificados, e desisti. O caos veio depois, mas veio também a salvação com a aprovação para ser professor da UFAL. Tentei ainda em Letras ano passado, mas uma semana antes de entregar o projeto, sofri e sobrevivi a um acidente. Consegui entregar o projeto, mas não foi aprovado. 

Resolvi continuar na Comunicação mesmo e me preparar para tentar em 2017. Mas todo o histórico anterior me gerou um bloqueio que, apesar de vir sendo trabalhado em terapia, fazia com que eu não conseguisse me organizar como pretendia para estudar para a prova escrita e para o projeto. De fase em fase, o pessimismo era grande, mas fui passando até aguardar por duas semanas o resultado final e poder escrever sobre. Devido à quantidade de vagas e aprovados, já sabia após a última fase, há duas semanas. Na MELHOR semana da minha vida desde aquele 19 de agosto de 2014.

Tenho muito a agradecer à minha terapeuta, Flávia Rogatto, finalmente veio a era boa após tantas reclamações semanais - especialmente este ano devido aos problemas no trabalho. À minha namorada, (corintiana e regatiana, vejam só), Carolina, que aturou, atura e aturará meus "abandonos" e minha impaciência no período. Te amo! A Ruy Sardinha Lopes e César Bolaño, que mesmo entre tantas coisas, ajudaram a tirar uma dúvida fundamental sobre o meu projeto, mesmo com o limite de envio muito próximo à data que eu pedi ajuda. A Isolda, de ex-aluna a minha teacher, da Oyster Idiomas, por me preparar para uma das provas de proficiência. Axs colegas e amigxs que torceram, incentivaram e fizeram questão de acompanhar, a quem destaco xs amigxs de Santana Rafael, Izabelita e o xará Aristides (o texto é meu e não vou te chamar aqui de Anderson rs). Aos estudantes de Técnica de Pesquisa em Economia, que, em meio aos trabalhos passados devido às provas do doutorado em Brasília, torceram por mim e seguiram perguntando, fase a fase, que me deram uma moral no momento mais complicado, quando nem eu acreditava.

E como maluco por futebol, que estuda isso, ao Centro Sportivo Alagoano (CSA), que me possibilitou descarregar toda a tensão deste ano, especialmente na seleção de doutorado que foi concomitante com os mata-matas da Série C. Um canto da nossa torcida virou meu mantra para relaxar antes das provas, após cada etapa. Subimos e fomos campeões!

Sei que, no meu caso, ainda não é um título, é mais trabalho, que será loucura começar doutorado sem afastamento, para poder aproveitar melhor esta etapa de pesquisa. Mas para quem é conhecido por fazer loucuras quando se trata do trabalho e do futebol, não faria diferente ao juntar as duas coisas!

UFA! Finalmente saíram estas toneladas das minhas costas!!!