quarta-feira, 14 de julho de 2010

IRAAAAAAAAAADO! - Um terço da população alagoana é miserável

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Fazia tempo que não escrevia nada por aqui, como se isso fizesse alguma diferença para o equilíbrio do universo, mas ontem uma notícia de uma pesquisa, com dados totalmente justificáveis me deixou extremamente revoltado - algo que, apesar de a aparência e meu jeito dizerem o contrário, também não é algo tão anormal assim.

Pensem bem, se entendi direito a informação de um dos telejornais nacionais, mais de 50% da população local, algo que deve chegar à população da capital Maceió, vive na linha da pobreza, ou seja, com menos de meio salário mínimo (R$ 255) por mês. Como se isso não bastasse, um terço da população vive, sobrevive, enfim, não há palavras para descrever este estado, abaixo desta linha, no que os frios dados consideram como miséria.

Por mais que eu viva aqui e saiba que isso é verdade não deixa de ser chocante. Especialmente quando vemos famílias terem que chegar à casa dos cinco filhos, se não me engano, para chegar ao teto do Programa Bolsa Família (R$ 180). E isso quando os bancos, até mesmo os estatais, alcançam mais e mais aumento nos seus lucros, que batem facilmente a casa dos BIlhões.

Você acha que os banqueiros têm quantos herdeiros? Dez, vinte, cinquenta, de acordo com o que lucram? Nada disso, deve ser o "tradicional" casal. Enquanto que, por total falta de fornecimento de educação e oportunidades, as pessoas vão tendo um filho atrás do outro. Com as crianças nascendo, sendo carregadas nos braços por uma mãe grávida e crescendo vendo outros filhos sendo produzidos, já que a habitação é com quarto, sala (quase sempre com TV e DVD), cozinha e banheiro num mesmo cubículo.

Falando especificamente da realidade local, um esquema na Assembleia Legislativa conseguiu desviar cerca de R$ 300 MIlhões em apenas oito anos! Uns foram presos aqui, afastados por alguns meses acolá, mas todos estão aí, na surdina, em seus cargos e candidatos à reeleição. Enquanto a população continua aí em favelas ou casas construídas no "fim do mundo", com as necessidades aumentadas a cada quatro anos, para os que conseguem ultrapassar essa barreira de tempo.

Sobre soluções? Qual o interesse em qualquer partícipe da política em arranjar as soluções, por mais que as tenha ou saiba o que tenha a fazer? Quem votará em candidatos que fazem a nossa "fama" fora do Estado? E se tudo estiver pronto, quem vai servir como massa de manobra, como a preocupação da classe média para temer mudar as coisas ou como desesperados por qualquer melhoria - não precisa ser proporcional aos lucros dos bancos - que seja?

Na Grécia o pessoal protesta e ninguém é criticado pela mídia brasileira, já perceberam? Em outros locais da Europa, idem. Parece que "entendemos" que lá quando se tem um direito infringido todos devem protestar, e aqui ficar em casa assistindo TV!

Se "Miséria é miséria em qualquer canto, riquezas são diferentes" e pelo jeito aqui elas ainda estão em épocas passadas, onde saber de informações como essas não mobiliza ninguém, não causa revolta em ninguém por ser "normal". E é por isso que eu fico IRAAAAAAAAAADO!