quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mídia crítica

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- Mais um caso de cópia mal feita de agências nacionais, desta vez oriunda do Gazetaweb:


- Como alguém coloca o seguinte título, "Enem 2008: veja onde ficam as 20 escolas com melhor desempenho", sem citar uma única vez nem o local em que a maioria das escolas está? Caso alguém tenha curiosidade, ver mapa abaixo:

segunda-feira, 27 de abril de 2009

1984 ideias - II

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FAMÍLIA, 1984 E HOJE - Muitos foram e são os casos na nossa sociedade de casamento arranjado. E, com o tempo, aumentaram não por tradição cultural, mas pela influência do dinheiro nas relações. Até mesmo porque a segregação social criada envolve os mais diversos tipos de elementos culturais. Poucas são as pessoas que tem a opção de usufruir um bem cultural ou, até mesmo, de frequentar instituições escolares.


Assim, as uniões matrimoniais ocorrem na maioria das vezes com pessoas de classes sociais iguais. Desta forma, a riqueza produzida por ambas as origens familiares não tem que ser dividas com alguém de uma origem mais baixa. Ou seja, não há a possibilidade da divisão de riquezas nem sob o signo de um relacionamento afetivo.

Segundo Engels (p. 89), “o matrimônio, pois, só se realizará com toda a liberdade quando, suprimidas a produção capitalista e as condições de propriedade criadas por ela, forem removidas todas as considerações econômicas acessórias que ainda exercem uma influência tão poderosa na escolha dos esposos”.

No caso da Londres do livro, quem escolhe como deve ser a relação e com quem é o Partido. É ele que determina quem deve ficar com quem a partir da análise das tais considerações socioeconômicas que tal união pode gerar. As relações estão longe de ser definidas por uma relação afetiva, mas sim por relação de troca: de um lado uma esposa que cuida da casa e que só servirá para procriação; enquanto do outro está um marido que tem que suster a casa e procriar para a manutenção da sociedade.

Winston, por ter variadas ideias subversivas, sempre teve medo das mulheres. Achando que aqueles seres brutos pudessem a qualquer momento denunciá-lo. Sua esposa se separou dele porque não tinham conseguido filhos. Para ele, era algo muito ruim ter relação com alguém tão frígida e sentia falta de sensações mais humanas.

Até que um dia ele tem uma grande surpresa. Ao passar pelo corredor do trabalho em frente a sua sala de trabalho, uma mulher de faixa rosa na cabeça - a qual vira numa das sessões de ódio e faz parte do grupo das jovens feministas - deixou cair uns papeis perto dele. No momento em que Winston a ajudou a catá-los, ela cuidadosamente entrega um pequeno recado em sua mão.

Sabendo do risco de ser vigiado por alguma câmera, ele tentou escolher o momento certo para que o equipamento que ficava na sua mesa de trabalho não visse. De início colocou o bilhete junto com tantas outras mensagens para alterações dos arquivos. De forma que só o abriu após algum tempo e, para sua deslumbre, dizia: “Eu te amo”.

A partir daí ele e Júlia viveram momentos de fuga dos olhos e ouvidos do Grande Irmão, uma fuga daquela realidade. Os prazeres que ambos buscavam tinham motivos diferentes. Ela buscava fugir do sistema através de relações prazerosas, mas ele queria um pouco mais, buscava conhecer pessoas revoltadas da situação social tanto quanto ele.

De certa forma ambos conseguiram isso. Só que Winston também tinha seus pensamentos vigiados e os dois teriam que pagar por vossas desobediências ao sistema estabelecido. Jamais uma família baseada no amor entre as pessoas e na revolta perante o sistema poderia prosperar. Nenhuma ideia revolucionária prosperaria.

É a partir do fim da relação entre os dois que começam os momentos de tortura que afirmei no texto anterior. Só que essa parte só pode ser descrita mais à frente. Caso eu consiga descrever e comparar com qualquer outra coisa.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado - trad. Leandro Konder. 14.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. 224pp. Título original: Der Ursprung der Familie, des Privateigentaums und des Staats.

Circo a motor – Faltou o algo a mais

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Grandes expectativas em torno da quarta prova da temporada 2009 da Fórmula 1. A tenda foi montada no meio do deserto do Bahrein, num cenário exótico e bonito e desta vez a previsão era que não havia chuva. Assim, todos poderiam mostrar em que fase de desenvolvimento estão e a corrida poderia ter inúmeras ultrapassagens.

As primeiras curvas foram bem movimentadas, com trocas de posição em todas as partes do pelotão. Ao final da primeira volta, as Toyotas de Trulli e Glock se mantiveram na frente, só que seguidas pela Brawn GP de Jenson Button, que ganhara duas posições e desde aquele momento, por ter mais combustível, tornava-se favorito para vencer a corrida.

Mais para trás, Felipe Massa ficou encaixotado na segunda curva entre o companheiro de equipe Kimi Raikkonen e o compatriota Rubens Barrichello. Para não bater, acabou perdendo parte da asa dianteira e enterrou quaisquer chances na corrida. Terminou na décima-quarta posição e torna esta a sua pior temporada desde que estreou na categoria, em 2002.

ESTRATÉGIAS
A equipe de estratégias de Ross Brawn foi decisiva para os seus dois pilotos. Como o esperado, Button assumiu a primeira colocação após a primeira parada nos pits e seguiu na frente até o final da corrida. Assim, a equipe que achava que já estava perdendo espaço para Toyota e RBR, conseguiu sua terceira vitória em quatro corridas.

O inglês abre uma distância de doze pontos no campeonato de pilotos para o brasileiro Rubens Barrichello que, com a evolução das demais equipes na parte europeia do campeonato, deve ser novamente o segundo piloto. Isso porque o “rei das estratégias” Ross Brawn errou a mão.

Rubinho antecipou a segunda parada no momento que estava em quinto lugar, pressionando os três que estavam em sua frente. Assim, voltou no oitavo lugar e perdeu qualquer chance de chegar ao pódio, algo que se mostrava com clareza. Além disso, correu até o risco de sequer chegar na colocação que estava antes da parada, o quinto lugar.

PRESSÃO
Após muitos anos, o dono da Ferrari, Luca de Montesemollo, assistiu a uma corrida. É que ele acreditava dar azar, mas, como ele mesmo disse, "não dá para ficar pior que zero pontos". Mesmo com a sexta posição de Raikkonen, os três primeiros pontos da equipe, esta é o pior início de temporada desde 1951!

Outro pressionado nesta corrida foi o brasileiro Nelsinho Piquet. Como o contrato dele com a Renault se encerra em junho, ele tinha cerca de quatro corridas para provar a Flávio Briatore que pode pilotar um Fórmula 1. Na corrida de hoje, ele foi bem. Ganhou cinco posições na primeira volta, segurou a Brawn GP de Barrichello por mais de três voltas, a ponto de irritá-lo, e chegou na décima posição, duas atrás de Alonso.

FALTOU...
Para quem esperava uma corrida mais agressiva, várias trocas de posição, carros quebrados, queda de produção da Brawn GP e melhora dos ricos McLaren e Ferrari (e um texto mais criativo), teve que se contentar com um pouco disso tudo. No final, faltou aquele algo mais na primeira corrida no horário tradicional, 9h do domingo.

Para Barcelona, daqui a duas semanas, espera-se a primeira "reforma" nos carros, com a chegada dos novos difusores traseiros a lá Brawn GP. Esperemos pelas novas atrações do circo da Fórmula 1, que trará novos espetáculos para a fase europeia.

(Interessante texto sobre a evolução de Button: http://br.noticias.yahoo.com/s/27042009/48/esportes-noticias-opiniao-curioso-caso-jenson.html).

Mídia crítica

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O site Gazetaweb tem como uma de suas "regras" ter subtítulo nas matérias. Assim, mesmo que as agências que as produziram não as coloquem, os jornalistas de cá têm que criar algum.


- Este foi o caso da matéria acima, oriunda da Folha Online (abaixo). O único problema é que a frase criada está errada, apenas o acréscimo do conectivo que deixaria legível. Essa Língua Portuguesa...

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sábado, 25 de abril de 2009

1984 ideias

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Já se foram três meses da minha leitura de 1984, este clássico da literatura mundial escrito por George Orwell. Semana por semana se passava e eu não conseguia escrever sequer uma linha sobre esta obra, até que na semana passada saí da letargia criada pelo livro para escrever sobre ele.


Mas são tantos aspectos observáveis, tantas coisas que a minha memória apagou de seus registros. Algumas anotações e citações feitas. Tanto que não sabia de onde começar. A vantagem é que da mesma forma que o tempo apagou algumas das minhas memórias referentes ao livro, neste período pude ler outras coisas. E é através da última leitura que começo a série "1984 ideias".

FAMÍLIA
“Morgan diz ‘[...] A única coisa que se pode responder é que a família deve progredir na medida em que progrida a sociedade, que deve modificar-se na medida em que a sociedade se modifique, como sucedeu até agora. A família é produto do sistema social e refletirá o estado de cultura desse sistema” (p. 91).

Esta é uma das citações utilizadas por Friedrich Engels em A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, um estudo que pretende unir os elementos antropológicos de Lewis Henri Morgan com os socioeconômicos de Karl Marx. É através da família analisada por Engels que começaremos a nossa árdua jornada.

Para quem ainda não leu o livro de George Orwell, aqui vai uma explicação rápida. O livro, escrito em 1948, mostra como seria a Inglaterra no ano de 1984. Para isso, o autor, com seu peculiar pessimismo super-realista, mostra elementos já apresentados no seu entorno social bastante piorados menos de quarenta anos depois. A predominância é do autoritarismo, o que significa total controle das pessoas, inclusive de seus pensamentos.

Ah, temos que lembrar que existiam equipamentos, que poderiam ser comparados a televisores, a que tudo observavam por quase todos os lados. Não é a toa que o reality show, o de maior sucesso do Brasil, que observa todos os movimentos das pessoas trancadas numa casa se chama Big Brother (Grande Irmão, líder deste continente).

As famílias na Londres de 1984, segregada claramente em burocratas governamentais X proles, são formadas apenas para garantir a procriação, nenhuma forma de amor ou paixão é possível. Sequer o sentimento filial é permitido, a ponto de muitas crianças denunciarem os próprios pais à “polícia”.

O protagonista do livro, Winston, é um burocrata e tem a função de modificar materialmente os arquivos do passado. Porém, é alguém que sente dúvidas de como as coisas chegaram até aquele ponto, que pouco conhece do passado e do pouco que conhece sabe o quanto foi diferente do que o Estado conta.

Sua relação com as mulheres ao longo da vida nunca foi boa. Com a mãe, pelo que lembra, era bem conflituosa. Inclusive, nas épocas de racionamento alimentício ele sempre fora egoísta a ponto de deixar sua irmã de colo morrer de fome.

Seu casamento era com alguém mais frio que uma pedra, que só fazia sexo de forma automática, em nome do Grande Irmão – espécime que chargeia Stálin na União Soviética e que muito bem poderia ser representado para esperança cega atual em Barack Obama.

Seus vizinhos possuem dois filhos que já começaram o treinamento em escolas que mostram que devem ser denunciadas quaisquer pessoas as quais tenham uma hesitação que seja sobre o Partido. É assim que o pai deles, o exemplar de um ser humano idiota e que acredita em qualquer coisa, foi preso. Ambos faziam parte de grupos jovens sexualmente separados e reprimidos. Desde cedo aprendiam o que deveriam agredir e o que não queriam.

Como muito bem coloca Morgan acima, “a família refletirá o estado de cultura desse sistema” e o mostrado em 1984 é deste nível. Algo que explore bastante o individualismo, de forma a se entender a importância da escravidão, da guerra e da ignorância perante o Outro. O único tipo de paixão possível, como já foi colocado anteriormente, é ao Grande Irmão.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Circo a motor – “Red Bull te dá asas!”

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Apenas três letras resumem o que foi o GP de Xangai, cidade chinesa em que a tenda da Fórmula 1 foi estendida: RBR, a sigla da equipe Red Bull Racing. A equipe venceu sua primeira prova e ainda conseguiu uma dobradinha no pódio.

Mas a corrida não foi tão simples assim. Após a decisão da Federação Internacional de Automobilismo em autorizar definitivamente a utilização dos difusores traseiros das equipes BMW, Toyota e Brawn GP, começou a corrida para as outras equipes. Só que para a produção de difusores parecidos.

A Renault estreou um provisório no carro do bicampeão Fernando Alonso, que conseguiria largar em segundo lugar. Conseguiria, já que um fator diferente mais uma vez resolveu dar as caras: a chuva.

Ao contrário da última corrida, nos dois dias anteriores à prova, o tempo variou muito em Xangai. Na sexta-feira, muito frio. No sábado, muito calor. Para o domingo havia uma previsão de 30% de chances para chover. E não é que choveu durante toda a corrida?

Estratégias foram modificadas, caso de Alonso, após as sete voltas iniciais sendo guiados pelo carro de segurança. Desta forma, a vantagem dos carros da Brawn GP, que largaram na quarta e quinta colocações, acabou indo embora e tivemos uma verdadeira corrida maluca. Várias ultrapassagens, erros e fases da corrida.

As únicas coisas que pouco mudaram foram as duas posições de frente. Assim, o alemão Sebastian Vettel conseguiu a sua segunda vitória na categoria, a segunda na chuva, e ainda viu o seu companheiro de RBR, Mark Webber, chegar em segundo.

Brasileiros
Em relação aos brasileiros, a única coisa já comum foi a péssima corrida de Nelsinho Piquet, que chegou no último lugar. Quanto aos demais, uma diferença para o que se espera deles na chuva.

Barrichello errou no início da prova e permitiu que o seu companheiro de equipe colocasse mais um ponto de vantagem no campeonato. Button chegou em terceiro e ele no quarto lugar. Um carro que não se ajustou bem para andar na chuva devido aos poucos treinos.

Felipe Massa vinha numa corrida espetacular e poderia até atrapalhar a dobradinha da RBR, até que antes da metade da prova, com ele em terceiro lugar e com o carro de segurança mais uma vez na pista, a Ferrari teve problemas elétricos e parou.

Mais uma vez a equipe mostrou a atual fase negativa. Raikkonen fez uma péssima corrida e denovonão pontuou, sendo ultrapassado várias vezes. Assim, essa é a pior temporada da equipe nos últimos 28 anos.

A próxima corrida já é no final de semana que vem, no Bahrein. Além disso, já há rumores nos bastidores do circo de que Bruno Senna pode já neste ano assumir uma vaga. Ele é cotado para três equipes diferentes.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A trilogia orwelliana

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Termino com o grande clássico 1984 a trilogia de livros de George Orwell – trilogia ao menos para mim. Antes de qualquer comentário sobre o livro, que se a memória e o tempo permitirem serão muitos, preciso demonstrar como saí de seus livros. A sensação de impotência misturada com um pouco de revolta prevaleceu em mim livro após livro em progressão geométrica.


Suas palavras, que beiram o ceticismo, são um baque forte para qualquer um, especialmente para quem acredita e adquire teoria para uma transformação radical da sociedade. Ao mesmo tempo, seus parágrafos servem para mostrar que apesar de tão difícil de ocorrer tal ação é extremamente necessária. Até mesmo como forma de evitar que coisas ainda piores aconteçam. Evitar que a barbárie se torne a única coisa efetiva no mundo.

Enquanto, em nossa opinião, A Flor da Inglaterra traz críticas aos dois sistemas vigentes, meio que trazendo à superfície as reais opiniões de Orwell, os outros dois livros aprofundam-nas. Na Revolução dos Bichos há o processo de transformação metaforizado para uma sociedade melhor e os problemas trazidos por ser apenas algo localizado. Como tentarei colocar a seguir, 1984 trará a experiência do porco Napoleão sendo maximizada pelo Grande Irmão.

A mistura de vigilância diária de um Big Brother – palavras utilizadas astuciosamente para um produto cultural – com violência cotidiana, trazida com a burocracia governamental, dão a tônica do livro. A União Soviética volta a ser o primeiro exemplo a ser pensado quando lemos o livro, entretanto, mais uma vez discordo desta exclusividade stalinista para trazer à tona nossa sociedade e sua impassividade e, até mesmo, raiva com quem deseja algo melhor.

Mais uma vez, só que ao longo do texto, vejo-me reconhecido em seu protagonista, Winston, só que por motivos, por assim dizer, superiores e bem mais causticantes do que o que me foi encerrado com uma simples bebedeira do Comstock. A única coisa que posso adiantar é que nunca me senti tão (psicologicamente) maltratado quanto após a leitura deste livro. 1984 me gerou uma conjunção de 1984 sentimentos, pensamentos e ideias. Com certeza é um livro a ser lido e relido a posteriori.

Por isso, deveria ser um livro a ser comentado, no mínimo, 1984 vezes, por vários ângulos e recortes possíveis. Para fazer o possível neste momento, a partir da semana que vem tecerei comentários sobre algumas partes que me chamaram atenção nessa primeira leitura, através da série “1984 ideias”.

Circo a motor – A influência do dinheiro

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Aqui no Brasil comum ouvir reclamação em certas rádios da conduta da TV Globo em administrar os horários e dias dos jogos de futebol. Mas não são apenas os incompetentes dirigentes brasileiros que são reféns de uma emissora de televisão. As duas primeiras corridas da Fórmula 1 tiveram seus horários modificados para agradar aos europeus.

Na Austrália, os pilotos reclamaram antes mesmo da corrida porque da metade para o final ficariam com os raios solares incidindo diretamente no rosto. Mesmo assim, não tinha jeito, manda quem pode. Quer dizer, quem tem mais dinheiro.

Na corrida seguinte, na Malásia, jogaram a corrida para um horário pior ainda. Qualquer problema, como a chuva que ocorria todos os dias, poderia causar a interrupção da corrida. E foi o que aconteceu. Veio a chuva e a corrida foi terminada ali mesmo, por falta de visibilidade na pista.

Olha que o horário para a Malásia em relação à Europa nem era tão ruim assim. Começando no horário que começou, na Itália, por exemplo, a prova teria início às 11h, horário que os italianos costumam sair de casa para almoçar, assistir às partidas do Calcio.

Dizem que o grande motivo para a alteração do horário deste jogo foi a América do Sul. E falar em pressão televisiva deste local significa pressão da Globo, que junto com outras quatro TVs do mundo mandam sobre as transmissões de Fórmula 1.

Enquanto existir emissoras com muito dinheiro para pagar um espetáculo esportivo como esse, os pilotos serão como os outros trabalhadores. Com exceção da quantidade de dinheiro que recebem, todos dependem das ordens de seus patrões, mesmo que tenham sindicatos ou associações representativas.

Mídia crítica

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- Mais um exemplo de não revisão do "control C, control V" das mídias alagoanas. Onde está o vídeo da matéria?

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Um periódico [direitamente] afetado

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“Mas se as chamadas ‘ditabrandas’ – caso do Brasil entre 1964 e 1985 – partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à justiça -, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente”. (Trecho de um dos editoriais da Folha de S. Paulo do dia 17 de fevereiro).

Na última semana completaram-se 45 anos do GOLPE civil-militar que derrubou o governo de João Goulart no Brasil e implantou a DITADURA militar no país, a exemplo do que ocorreu (e foi alimentado pelos Estados Unidos) em outros países sul-americanos.

O assunto deste texto remete ao trecho colocado no início, o neologismo da Folha de S. Paulo em sua tentativa de desqualificar o governo de Hugo Chávez na Venezuela num de seus editoriais. Apenas algumas palavras foram suficientes, lógico, para criar uma onda de revoltas contra o jornal.

Nosso primeiro contato com o assunto só veio após dias de sua publicação. Ao ler um dos artigos publicados no local Tribuna Independente do dia 27 de fevereiro uma jornalista, a qual não recordo o nome, tecia comentários sobre a reação da imprensa quanto ao “ditabranda”.

Ela conduziu o texto para, resumidamente, dizer que toda a esquerda que criticou deveria saber que não se espera nada diferente disso de um jornal como a Folha e que todos deveriam estar preocupados com coisas realmente mais importantes, como a união em torno de uma transformação social.

Concordei, e concordo, plenamente com o posicionamento dela. Por isso que não me preocupei em comentar anda sobre o assunto anteriormente. Até que recebi a sugestão de uma leitora deste blog que, inclusive, deu-me partes da edição do semanário Brasil de Fato com críticas não só ao editorial do jornal, como também comentários sobre a resposta preconceituosa a dois professores de São Paulo que mandaram suas revoltas aos editores.

Além disso, outra coisa que me ‘intimou’ a fazer este texto foi a veiculação de uma matéria no telejornal “Fala, Brasil!”, da TV Record, com respostas a seguidas notas negativas sobre a emissora da coluna "Outro Canal" (Daniel Castro), publicada no jornal e no site da Folha.

DITADURA
Assim como boa parte da classe média – vide “Marcha da Família com Deus e pela Liberdade” – a imprensa apoiou o golpe promovido pelos militares (daí um golpe civil-militar). O medo era que as reformas, inclusive a agrária, promovidas por Jango transformassem o Brasil num país comunista. A Folha ajudou diretamente:

“A Folha de S.Paulo não só nunca foi censurado, como emprestava a sua C-14 [carro tipo perua, usado para transportar o jornal] para recolher torturados ou pessoas que iriam ser torturadas pela Oban [Operação Bandeirante]. Isto está mais que provado.” (“A mídia implorava pela intervenção militar”. Entrevista com Mino Carta. Por Adriana Souza Silva, Brasil de Fato, abril de 2004).

As coisas só mudaram após o Ato Institucional nº 5, que criava limites (censura) também para os meios de comunicação. E, mesmo assim, a Folha não demorou a se adequar às normas militares, a exemplo da Rede Globo. Apesar disso, pelo que me consta, foi no início do processo de Diretas, Já!, no início da década de 80, que o jornal passou a conquistar o público ao mostrar notícias sobre os protestos.

ATUALMENTE...
Há algum tempo o jornal faz campanha aberta para a volta do PSDB à presidência da República. Agora, deliberadamente, serrista. Mesmo assim, ainda há pessoas respeitáveis que assinam o jornal, a exemplo dos dois professores que criticaram e que foram criticados. Só depois disso é que cancelaram a assinatura.

Isso mostra um importante problema da esquerda: a falta de meios de comunicação de base (ao menos próximo) esquerdista. Apesar de termos várias divisões no movimento dos trabalhadores, poucas produções impressas ou virtuais de qualidade existem. Assim, por inexistência, alguns preferem assinar os mais vendidos.

Um dos maiores especialistas de comunicação sindical do país, o ítalo-brasileiro Vito Giannotti, sobre o assunto nos fala o seguinte: “Hoje o jornal é o grande inimigo. Qual é a realidade? O jornal é geral. Há muitos sindicatos sem jornal, ‘tem mais não’. É um forte meio para poder divulgar nossas idéias, para disputar a hegemonia na sociedade”.

Na Universidade Federal de Alagoas, por exemplo, os estudantes apenas tem acesso aos três jornais locais de circulação diária e à Folha. Qualquer discurso diferente do dominante – já que a Tribuna de Independente já não tem mais nada – deve ser procurado pela Internet segundo o interesse e a aptidão para a procura de cada um.

RECORD
Enquanto isso há os que acreditam como positivo o crescimento da TV Record que, após investimentos pesados do grupo econômico-religiosos que a comanda, tem apresentado bons resultados em termos de audiência. Uma das maiores baboseiras que já vi.

Afinal, em termos de variedade de conteúdo, especificamente de discursos, qual a diferença? Um projeto que pretende dominar todos meios de diversão e utopia das pessoas (entretenimento televisivo, religião e política) até a próxima década.

O confronto entre os dois meios, Record e Folha, só vem para colocar um parceiro da Globo, e inimigo do presidente Lula, nisto tido. Com as Organizações Globo o grupo Folha da Manhã S.A. tem o semanário econômico Valor. Além disso, a Record recebe apoio indireto do presidente, afinal a maior TV de todas também faz campanha contra o presidente – apesar de polpudo empréstimo do BNDES recebido no primeiro ano de governo.

CONCLUSÃO
Preocupemo-nos com o que interessa que é, em minha opinião, quebrar a difícil barreira que a mídia ajudar a colocar entre o trabalhador e a sua luta. Mostra-lhes o que vivem diariamente, a luta de classes, e que para superar essa estrutura afeita às contradições e desigualdades só com uma transformação social radical.

Para terminar, deixo abaixo uma frase dessas tantas críticas ao editorial...

“A expressão ‘ditabranda’ entra para a galeria do pensamento estúpido da mídia brasileira, sobretudo porque partiu de um jornal sabidamente cúmplice editorial e material do golpe de 1964”. (Eliakim Araújo, apresentador de telejornal, Globo, SBT,... Publicado na Tribuna Independente do dia 01/04).

... e a descrição da charge do Brasil de Fato (26/02 a 04/03) que mostra dois porcos conversando numa fazenda.

“Enquanto isso, na fazenda... ‘Eu acho que a ditadura no Brasil não foi violenta’. ‘Em mim não doeu...’. ‘Pensando bem, acho que a gente não pode nem chamar aquilo de ditadura’. ‘Faz sentido...’. ‘Ditadura ‘mesmo’ foi no Chile’. ‘Ah, lá é que foi bom’”.

Circo a motor - Corrida maluca

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Imaginem-se em dúvida antes de sair de casa ao olhar para o céu. Algumas nuvens negras se aproximam e tem chovido regularmente neste horário a alguns dias, menos no dia anterior. Levar ou não o guarda-chuva?

Devido às estatísticas, você decide levá-lo. Alguns minutos depois começa a garoar; uns pingos chatos que fazem ficar em dúvida se abre ou não o guarda-chuva. Você resolve abrir e minutos depois a chuva pára.

Aí, você fecha o guarda-chuva e minutos depois ela volta mais forte do que nunca, a ponto de rapidamente alagar a rua que você está andando.
Situação cotidiana chata, não?

Pois foi algo parecido que ocorreu neste domingo, quando o circo da Fórmula 1 colocou sua tenda na Malásia. O final disso tudo foi o término precoce da corrida com apenas 31 das 56 voltas disputadas. Como não havia passado 75 % da prova, os pilotos ficaram com metade dos pontos.

CORRIDA MALUCA
A Brawn GP confirmou o favoritismo inicial e venceu mais uma corrida através do inglês Jenson Button. A equipe vem se mostrando uma "Máquina do Mal" para seus adversários. Ao contrário do carro conhecido no desenho pelas risadas inconfundíveis do cachorro Muttley após cada erro cometido na tentativa de ganhar as corridas.

Masi uma vez um dos seus carros largou mal, desta vez foi Button que caiu do primeiro para o quarto lugar após a largada. Segundo Rubinho, o carro às vezes troca o neutro pela primeira marcha quando liga o carro. Fora isso, tudo continua muito vem.

Já que falamos em Muttleu, falemos também sobre o seu companheiro Dicky Vigaritsta. Na F1 este bem que poderia ser representado pelo inglês Lewis Hamilton, punido seis vezes por atitudes desonestas em pouco mais de dois anos de carreira. Desta vez, o inglês mentiu par acomissários na prova da Austrália sobre um momento da entrada do carro de segurança.

Tal atitude não só o eliminou da corrida anterior, como também fez com que o diretor esportivo da equipe, há 24 anos na McLaren, fosse afastado. Além disso, a equipe deverá ser julgada quanto a atitude e pode ser expulsa da temporada. Hamilton chegou em 7º lugar na Malásia e marcou seu primeiro ponto.

Nesta corrida maluca, os grandes "Professores Aéreos" foram os alemães Nick Heidfeld, da BMW, e Timo Glock, da Toyota, cujas equipes souberam "prever" o tempo e os fizeram pular par aa 2ª e para a 3º colocações, respectivamente. Assim, Rubens Barrichello teve que se contentar com o a 5ª posição.

Algo que não mudou ainda foram os erros da "Pedramóvel" Ferrari. No sábado, Massa e Cia. acharam que estavam garantidos para a segunda fase do treino oficial e não foram mais para pista. Realmente, ficaram de fora da fase seguinte e teve que largar na 16ª colocação. Massa terminou a prova em 9º.

Enquanto isso, o seus companheiro de equipe foi chamado para os boxes assim que os primeiros pingos de chuva caíram. Com pneus trocados para chuva, Raikkonen também perdeu posições e ritmo de prova. Quando a chuva veio par avaler, cinco voltas depois, os pneus já estavam desgastados. Resultado: 14º lugar.

O outro brasileiro da Fórmula 1, Nelson A. Piquet, terminou na 13ª colocação.

A próxima corrida será na China, daqui a duas semanas.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Mídia crítica

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- Lamentável o que ocorreu ontem no Clássico das Multidões. Mas daí ao recente site Cadaminuto culpar o spray de pimenta por tudo aquilo que ocorreu é o mesmo que acreditar que ele foi parar lá sozinho. Torcedor do CRB, ele foi lá e meteu pimenta nos olhos azulinos.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Circo a motor

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I FEEL GOOD!
A tenda foi armada pela primeira vez no ano. Os motores foram ligados na cidade australiana de Melbourne, à beira-mar. E a certeza dos treinos ,que foram as surpresas de início de ano, confirmaram o favoritismo.

No melhor estilo James BROWN de ser, a homófona Brawn GP, do mágico Ross Brawn, mostrou seu swing ao confirmar as expectativas de super-carro e dominou o final de semana.

Dobradinha da estreante tanto nos treinos quant ona corrida. Algo que não acontecia desde o longínquo, e amador, ano de 1954.

Na frente, de ponta-a-ponta, um inglês dominou de forma tranquila. Jenson Button montou num canhão e terminou as 58 voltas na liderança da primeira prova do ano.

A fênix é chamada mais uma vez para servir de comparação. Afinal, a Brawn GP surgiu dos restos mortais da Honda, que se afastou do circo devido à crise econômica, e ressurgiu mais forte que nunca. Mesmo com apenas uma semana de testes.

SO GOOD
Rubens Barrichello errou a marcha na largada e depois teve um pedaço da asa dianteira quebrado. Mas foi pouco pelas batidas na frente e atrás após a primeira curva. A equipe fez por mercer o nome, que pode significar também "vigor físico", pois o carro pareceu indestrutível. Três pancadas e apenas um pedaço da asa foi embora.

Como azar par ao Rubinho é poco, mas o carro é bom, Btrrichello seguia firme para chegar no quarto lugar. Até que...

Até que numa cena bizarra, faltando apenas três voltas para acabar a corrida, o segundo colocado Sebastian Vettel e o terceiro, Robert Kubica, resolveram dividir uma curva e acabaram por dividir seus carros. Ambos saíram da prova e entregaram de graça para o brasileiro o segundo lugar. O que era bom ficou aidna melhor.

Só que a grande palhaçada da prova ficou mesmo para o italiano Fisichella, da Force India, que ao parar nos boxes para trocar pneus e colocar combustível passou direto do ponto, tendo que ser puxado para o lugar correto.

Sorte mesmo teve o atual campeão mundial, Lewis Hamilton, que, mesmo com um carro "mal-nascido", herdou a terceira colocação misturando o seu já tradicional arrojo para as ultrapassagens com os erros alheios. Além da eliminação após acorrida do terceiro na pista, o italiano da Toyota, Jarno Trulli.

Jack soul brasileiro [Lenine], falaremos dos outros compatriotas. Felipe Massa teve problemas na sua Ferrari, que se ferrou ao ver seus dois pilotos largando a prova; enquanto que os freios de Nelsinho Piquet "enlouqueceram" e o fizeram rodar e parar nas britas.


Neste dinal de semana a tenda vai para a Malásia, chance de certo cavalinho rompante (Ferrari) diminuir sua fúria.

(Na quinta-feira, 02/04, a FIA decidiu punir Hamilton, e não mais Trulli, por desonestidade ao ludibriar os consultores após a corrida. É que Trulli é que foi ultrapassado por Hamilton com safety car na pista. É que o italiano foi passear na brita. Claro que quando voltou, deveria voltar ao seu lugar normal. Nada de errado nisso).