segunda-feira, 27 de abril de 2009

Circo a motor – Faltou o algo a mais

Grandes expectativas em torno da quarta prova da temporada 2009 da Fórmula 1. A tenda foi montada no meio do deserto do Bahrein, num cenário exótico e bonito e desta vez a previsão era que não havia chuva. Assim, todos poderiam mostrar em que fase de desenvolvimento estão e a corrida poderia ter inúmeras ultrapassagens.

As primeiras curvas foram bem movimentadas, com trocas de posição em todas as partes do pelotão. Ao final da primeira volta, as Toyotas de Trulli e Glock se mantiveram na frente, só que seguidas pela Brawn GP de Jenson Button, que ganhara duas posições e desde aquele momento, por ter mais combustível, tornava-se favorito para vencer a corrida.

Mais para trás, Felipe Massa ficou encaixotado na segunda curva entre o companheiro de equipe Kimi Raikkonen e o compatriota Rubens Barrichello. Para não bater, acabou perdendo parte da asa dianteira e enterrou quaisquer chances na corrida. Terminou na décima-quarta posição e torna esta a sua pior temporada desde que estreou na categoria, em 2002.

ESTRATÉGIAS
A equipe de estratégias de Ross Brawn foi decisiva para os seus dois pilotos. Como o esperado, Button assumiu a primeira colocação após a primeira parada nos pits e seguiu na frente até o final da corrida. Assim, a equipe que achava que já estava perdendo espaço para Toyota e RBR, conseguiu sua terceira vitória em quatro corridas.

O inglês abre uma distância de doze pontos no campeonato de pilotos para o brasileiro Rubens Barrichello que, com a evolução das demais equipes na parte europeia do campeonato, deve ser novamente o segundo piloto. Isso porque o “rei das estratégias” Ross Brawn errou a mão.

Rubinho antecipou a segunda parada no momento que estava em quinto lugar, pressionando os três que estavam em sua frente. Assim, voltou no oitavo lugar e perdeu qualquer chance de chegar ao pódio, algo que se mostrava com clareza. Além disso, correu até o risco de sequer chegar na colocação que estava antes da parada, o quinto lugar.

PRESSÃO
Após muitos anos, o dono da Ferrari, Luca de Montesemollo, assistiu a uma corrida. É que ele acreditava dar azar, mas, como ele mesmo disse, "não dá para ficar pior que zero pontos". Mesmo com a sexta posição de Raikkonen, os três primeiros pontos da equipe, esta é o pior início de temporada desde 1951!

Outro pressionado nesta corrida foi o brasileiro Nelsinho Piquet. Como o contrato dele com a Renault se encerra em junho, ele tinha cerca de quatro corridas para provar a Flávio Briatore que pode pilotar um Fórmula 1. Na corrida de hoje, ele foi bem. Ganhou cinco posições na primeira volta, segurou a Brawn GP de Barrichello por mais de três voltas, a ponto de irritá-lo, e chegou na décima posição, duas atrás de Alonso.

FALTOU...
Para quem esperava uma corrida mais agressiva, várias trocas de posição, carros quebrados, queda de produção da Brawn GP e melhora dos ricos McLaren e Ferrari (e um texto mais criativo), teve que se contentar com um pouco disso tudo. No final, faltou aquele algo mais na primeira corrida no horário tradicional, 9h do domingo.

Para Barcelona, daqui a duas semanas, espera-se a primeira "reforma" nos carros, com a chegada dos novos difusores traseiros a lá Brawn GP. Esperemos pelas novas atrações do circo da Fórmula 1, que trará novos espetáculos para a fase europeia.

(Interessante texto sobre a evolução de Button: http://br.noticias.yahoo.com/s/27042009/48/esportes-noticias-opiniao-curioso-caso-jenson.html).

Um comentário:

  1. Brasileiros relegados a serem segundos pilotos em suas equipes.
    Já vi mto essa manchete.

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