sexta-feira, 19 de agosto de 2016

2 anos de UFAL

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Estava pensando nesses dias que se tem dia de servidor público e dia de professor, creio que o 19 de agosto represente tudo isso numa coisa só e mais um pouco, o que relatei naquela data inesquecível de 2 anos atrás. Passou rápido, nem parecem dois anos já, e olha que nem é por falta de trabalho, talvez seja porque são tantas atividades, semestre por semestre, problema por problema, que os dias  e as turmas vão passando e nem sempre dá para perceber.

Este segundo ano me trouxe uma lição importante, que é a de exigir um pouco menos de mim mesmo, porque reflexos do meu "levar tudo a sério demais" batem diretamente no corpo. Venho tendo alguns recados disso, seja da cabeça ou do sistema digestivo, o último justamente esta semana, que me fez ter de ir à emergência e faltar sem afastamento inferior a 30 dias pela primeira vez em 730 dias.

Além disso, mostrou-me que por mais que se tente ter um relacionamento com os estudantes que se dê de forma horizontalizada, buscando os critérios de avaliação os mais justos possíveis, ainda terá quem vai discordar. Isso é normal e até natural numa cultura em que mostrar em números que se é melhor é preferível a ser melhor na prática. Saber lidar com viradas de rostos e até discussões mais ásperas quanto a isso também foi necessário. Lamento muito ainda, mas tem coisas que independem do que posso pensar como modelo ideal de educação.

Vem sendo desde abril um período de outra experiência nova, ocupando o cargo de gestor, enquanto coordenador acadêmico de Santana. Até às férias foram dois meses em que quadrupliquei meu trabalho, muito também pela dificuldade coletiva de dividir as tarefas, e a minha mania de fazer quando ninguém quer, que vem diminuindo muito aos poucos e sob algumas broncas da terapeuta. Ser gestor é pegar um trabalho que, definitivamente, não temos formação alguma para isso. É ver problemas se multiplicarem antes dos anteriores serem resolvidos. É perceber que para certas coisas, os caminhos burocráticos da instituição pública seguem uma lógica própria, mas caberá explicar na base isso por milhares de vezes e poucos entenderão.

As pesquisas estão bem, ainda que seja um 2016 em particular em que o cérebro ligou uma versão lenta de funcionamento para recuperar-se do turbilhão do ano passado. Não consigo produzir como antes e optei não forçar tanto algo que até hoje não sei como deu conta de tudo ano passado. Porém, consegui manter o básico e os contatos para seguir evoluindo, inclusive em termos coletivos, seja aqui em Alagoas ou em Sergipe.

Por fim, o futuro nunca foi tão incerto. Vão mexer tudo no tronco inicial, ou não vão mexer, ou vão mexer um pouco. Outro processo de grande desgaste, com questões desnecessárias, em que o individual diversas vezes é posto à frente do coletivo e não adianta buscar consenso em situações assim. Não sei se sigo em Santana por alguns meses, alguns anos, o resto da vida profissional. Que venham mais anos de UFAL então.