quinta-feira, 29 de junho de 2023

2023.8 Salvar o Fogo

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 "Salvar o Fogo" é o livro seguinte de Itamar Vieira Júnior após o bestseller "Torto Arado". Aqui, vemos um formato que é marca do autor: livro dividido em partes, com cada uma delas narrada por alguém que tem peso de protagonista ou com foco numa das pessoas.

Trata-se da história de uma família inicialmente pequena produtora rural num território pertencente, ou que passa a pertencer, à Igreja Católica, com referências explícitas à caça de pessoas de outras crenças religiosas e certas situações que envolvem a escola para crianças da localidade. 

Um elemento que segue presente no interior do Nordeste é a migração para a "cidade grande" em busca de melhores condições de vida a partir de qualquer tipo de trabalho. O que, na prática, leva a subempregos e moradias em regiões periféricas, transformando o sonho em uma rotina de trabalho tão dura quanto à da zona rural.

Referência

VIEIRA JÚNIOR, I. V. Salvar o Fogo. 2. ed. São Paulo: Todavia, 2023.


sábado, 17 de junho de 2023

2023.6 Clube-empresa/ 2023.7 O pacto da branquitude

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Demorei tanto para ler "Clube-empresa: abordagens críticas globais às sociedades anônimas no futebol" que neste tempo aprovaram a Lei da Sociedade Anônima do Futebol no Brasil, venderam algumas SAF de clubes brasileiros. Olha que conheço organizador e parte dos autores.

Porém, este tempo entre publicação (2020) e leitura (2023) me ajudou a perceber o quanto os capítulos do livro organizado por Irlan Simões seguem atuais. Vemos a difusão do capital de países como Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e Abu Dhabi; a ramificação do modelo de multipropriedade de clubes; e alguns dos problemas vistos em outros países ocorrerem aqui no Brasil a partir da SAF.

Referência

SANTOS, Irlan Simões da Cruz. (Org.). Clube empresa: abordagens críticas globais às sociedades anônimas no futebol. Rio de Janeiro: Corner, 2020.
Cida Bento destaca em "O pacto da branquitude" um elemento que é muito importante para nós, brancos: entender que há um privilégio histórico a partir da naturalização do branco como ser humano. Quer dizer, o branco se entende e é entendido não necessariamente como raça, pois vê as demais pessoas sempre como o "outro" frente ao "normal".

O conjunto de exemplos descritos no livro a partir da experiência de trabalho e de militância da autora revelam bastante do longo caminho a se percorrer quando se trata de raça na nossa sociedade, mas sempre com muita luta por negras e negros contra as desigualdades ainda mais desiguais no modo de produção capitalista.

Referência
BENTO, C. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.