domingo, 8 de janeiro de 2012

Em busca do El Dorado: Há doze anos e os dois sonhos

Noite passada foi uma das mais estranhas de todas. Dormi tarde, após ter revisto 2001: Uma odisseia no espaço  - que em breve será comentado aqui - e acordei mais tarde do que o normal, quase duas horas a mais do "limite" rotineiro. Algo que já seria motivo para ter aquela lerdeza quase natural de quem dorme além da conta.

Mas o que mais me intrigou foi o fato de ter tido ao longo da noite dois sonhos cujo eixo foi o mesmo. Sonhei por duas vezes que perdia um voo, algo que quase ocorreu na minha primeira viagem de avião, lá em 2007, por total falta de experiência e confiança excessiva nas outras pessoas. Entretanto, algo que de lá para cá não chegou nem perto de ocorrer.

No primeiro sonho, eu estava num lugar desconhecido, saindo de um evento qualquer correndo para pegar um ônibus a tempo de chegar no aeroporto e pegar o voo, que estava marcado para as 20h. Para variar, faltou sorte e houve algum acidente que impedia que os ônibus chegassem até ali. Lembro de ficar o tempo inteiro olhando o horário e de perguntar para alguém se topava dividir um táxi, apesar de ter que andar para chegar num - mesmo que a outra pessoa não tivesse com a mesma pressa que eu e que eu não saiba quem seja ela.

Minutos, horas, enfim, momentos depois, outro sonho. Estava na casa dos meus pais - ou, pelo menos, conversando com o meu pai - e desta vez despreocupado com o horário do voo. Imaginava que ainda teria algumas horas para chegar no aeroporto e estava quase tudo pronto, bastava chamar o táxi para irmos. Curiosamente, bateu uma dúvida se o horário era às 20h ou se já tinha passado, às 18h - hora que percebi que estava atrasado no sonho anterior. O que gerou uma mistura do eu do anterior com o atual. Uma tremenda confusão.

Ainda assim, resolvi olhar para o comprovante da viagem e percebi que realmente tinha me programado errado. O horário do voo era às 18h. Sem qualquer alternativa, o desespero bateu. Já que provavelmente a companhia aérea não iria me encaminhar de graça para outro horário, nem eu imaginava se teria dinheiro para comprar uma nova passagem na hora. No susto, acordei! Não sei se tanto pelo sonho em si do que pelo fato de ter sonhado com quase a mesma coisa duas vezes numa mesma noite.

Após esse curioso relato sobre o meu mundo onírico, vamos ao post que sairia de qualquer jeito hoje e, fica para análise d@s leitor@s deste espaço, poderia ter alguma relação.

12 ANOS
Nos últimos dias vinha lembrando de que hoje completaria doze anos da minha volta a Maceió e do texto que eu fiz há dois anos sobre o fato de eu não me sentir em casa por lá. Apesar que depois da volta em setembro, eu já perceber que não me sinto em casa em lugar algum, seja lá ou aqui em São Leopoldo, e ter chegado à feliz definição que talvez o problema seja eu.

No final do ano passado, em contato com um colega de grupo de pesquisa que mora em Sergipe, relembrei o carinho que tenho pela cidade, em especial por Aracaju, onde passei toda a minha infância. Ainda mais quando leio notícias de amistosos dos times sergipanos com os alagoanos, casos do Confiança, do River Plate e do Itabaiana, cidade que pude conhecer graças a um jogo, em 1997, do CSA contra o Itabaiana em que perdemos por 2 a 0. Há mais de um ano que não falo ou entro em contato com o pessoal de lá...

O futebol, principalmente para este período, é o que também me faz lembrar dos anos de Maceió. Estamos prestes a ter o início de mais um Campeonato Alagoano e eu estou acompanhando mais de perto, através da internet, as notícias sobre o Estadual de lá do que o daqui. Acho que até mesmo a dupla Gre-Nal não estou acompanhando como poderia, ficando restrito aos sites nacionais. Afinal, justo quando eu me identifiquei como torcedor apaixonado pelo CSA, para além do falar que sou azulino, meses depois vim para o Rio Grande do Sul.

É óbvio que pai e mãe fazem falta, principalmente o meu pai, que era a pessoa com a qual eu acompanhava os jogos tanto dentro do estádio quanto pela televisão, um grande parceiro. Não é à toa que todas as vezes que nos falamos por telefone sempre comentamos algo referente a futebol. Os meus cachorros também fazem falta, davam a alegria que às vezes falta. Soube que a minha avó materna vive olhando para a estátua do laçador que dei para ela quando a visitei em setembro...

Mas a viagem para lá me mostrou que o ideal a se fazer por enquanto é manter a distância. Tem problemas que continuam os mesmos, ou pioraram, e se já não tinha muita paciência enquanto estava por lá, agora menos ainda. É difícil para as pessoas entenderem o meu desapego familiar, a ponto de não querer voltar para Maceió nestas férias, mas, modificando uma frase orwelliana, se as pessoas são diferentes umas das outras, algumas são ainda mais diferentes.

Para terminar este texto, que também serve para marcar os dez meses de São Leopoldo, completados ontem, uma música que acabo de escutar - não por conta deste post:

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