terça-feira, 28 de maio de 2013

[Circo a motor] A tradição de Mônaco e a vitória depois de 30 anos

Se falamos de tradição em Indianápolis, Mônaco só permanece na Fórmula 1 por conta disso, inclusive porque a maioria dos pilotos e até mesmo dos jornalistas envolvidos com a categoria (né Galvão Bueno?) moram ou têm casa por lá. Fora que o principado deve dar muita grana anualmente para Bernie Eclestone e companhia para a corrida seguir pelas ruas do principado - que voltará a gastar muito dinheiro com seu time de futebol para a próxima temporada.

Acabamos não falando da supremacia da Ferrari em Barcelona. Vitória de Fernando Alonso e 3º lugar de Felipe Massa, com Vettel em 4º e Raikkonen em 2º seguindo na liderança do campeonato. Para Mônaco, onde o treino praticamente define a classificação final da corrida, os indícios da quinta-feira - já que na sexta todo mundo tem que se recuperar das farras - eram que a equipe ficaria na briga com a Mercedes pela pole.

Muito longe disso. Massa bateu forte na Saint Devote no último treino livre e não deu tempo para a Ferrari recuperar o carro. Na hora do vamos ver, mais uma poleposition da Mercedes, a terceira seguida de Rosberg, com direito a dobradinha com Hamilton. Na segunda fila, os dois carros da RBR, Vettel e Webber, que venceram as últimas 3 corridas no principado. Alonso só aparecia em sexto....

CORRIDA
Não tem lugar mais elitista que Mônaco. Iates, mulheres bonitas, festas e tudo isso com sol sem qualquer cobertura. Mas isso para quem está lá e pode aproveitar. Em casa, de frente à TV, com pouca expectativa de bom resultado brasileiro e de ultrapassagens, o sono logo me apareceu. Ô circo sem graça.

Cochilei, também por ter visto o UFC na madrugada anterior, e só acordei com 5 voltas. Nada de alteração na frente e Massa já engavetado por Hulkenberg lá atrás, em 18º. Quando as primeiras paradas começaram, ainda no seu início, a Ferrari de Massa batida na Saint Devote. Mesmo lugar do sábado, só que bem mais forte e desta vez por conta de um problema na suspensão esquerda.

Todo mundo para os boxes e lá Hamilton perderia duas posições para as RBRs. Todo mundo junto, mas ameaça mesmo só da 3ª posição para trás. Pelo menos a prova ganhou em graça, especialmente graças a Pérez. Do nada, uma brechinha e já era Button.


Enquanto Grosjean batia pela 4ª vez no final de semana e gerou nova bandeira amarela, Maldonado era fechado por Chilton e causaria algo inédito, mesmo para as estreitas ruas de Mônaco. A proteção de pneus pulou para a pista e gerou uma bandeira vermelha para ser recolocada. Tempo de ajeitar os afazeres domésticos, enquanto Rubinho, Galvão e Reginaldo iam enrolando o telespectador - o que há de mais difícil em transmissão ao vivo.

Corrida volta e em outra brecha e mesmo com Alonso enganando, outra posição ganha por Pérez. Sutil também ia passando com habilidade com sua Force India.

Pérez atrás de Raikkonen e na primeira tentativa, quase uma batida. O piloto finlandês, com sua supersinceridade de sempre, avisa à equipe: "Esse idiota teria batido em mim se eu não tivesse ido reto". Na segunda vez, não houve jeito, batida e Raikkonen vendo pontos importantes indo embora.

Se Alonso sofria para se manter, perdendo mais uma posição, agora para Button, Raikkonen tinha poucas voltas para ganhar cinco posições e entrar nos pontos. Melhor do que falar, é mostrar como ele chegou ao 10º lugar e a 23ª corrida seguida na zona de pontuação:



Rosberg completava tranquilo em primeiro, repetindo a vitória de 30 anos atrás do pai, Keke Rosberg, chegando ao alto do pódio antes de Hamilton em 2013, o quarto vencedor do ano (os outros são Vettel, Alonso e Raikkonen). Para Vettel, apesar do segundo lugar, foi um resultado muito bom para o campeonato, com 107 pontos, contra 86 de Raikkonen e 78 de Alonso, que chegou em 7º. Webber completou o pódio, com Sutil, Button, Vergne e di Resta completando a zona de pontuação. 

POLÊMICA
Por mais que os rivais admitam que a vitória da Mercedes em Mônaco não foi por conta disso. Deu muito o que falar, e ainda dará, os treinos secretos feitos pela equipe com os pneus da Pirelli após o GP de Barcelona. Foram 1000 voltas com o carro deste ano porque a equipe sofria muito com os pneus, assim como a RBR.

Por mais desculpas que deem, em tempos de restrição a treinos para conter os gastos e com os pneus sendo preponderantes nas corridas - a ponto de Vettel só poder fazer uma volta com potencial máximo numa corrida - é muita vantagem para a equipe cujo carro mais desgasta pneus. Mesmo sendo mais rápida nos treinos em 2013, a Mercedes perde muito ritmo nas provas por conta disso, ao contrário, por exemplo, da Lottus.

Resta saber o que a FIA fará em relação a isso.

O circo monta a sua tenda no Canadá, daqui a duas semanas.

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