segunda-feira, 25 de março de 2013

[Circo a motor] Eles estão lentos

Arte sobre foto da agência EFE
Felipe Massa na primeira fila, algo que não ocorria desde 2010, e mais uma vez à frente de Fernando Alonso. Vettel na poleposition e os carros da Mercedes bem posicionados. A instabilidade do tempo fazendo com que os pilotos iniciassem a prova com pneus intermediários mesmo com parte da pista seca. Todo mundo esperava por fortes emoções para o GP da Malásia, mas ninguém imaginaria que elas viriam de tal forma que o pódio fosse um dos mais tristes da história da Fórmula 1.

Os brasileiros acordaram, ou se mantiveram assim, no final da madrugada de domingo esperando um grande resultado de Felipe Massa. De repente, dado o ritmo do GP passado, até mesmo com a volta às vitórias. A esperando acabou na largada. Felipe foi mal e sem conseguir se resolver com a pista com setores secos e outros molhados, foi perdendo posições, até o 6º lugar. Vá lá que ainda vimos Fernando Alonso perder parte do bico e, por decisão errada da Ferrari (!), ficar preso na brita na abertura da segunda volta porque o bico prendeu na parte de baixo do carro.

Sem as Ferraris e com as Lotus num ritmo pior que o da semana anterior, o GP de Sepang foi dominado pelas RBRs e pelas Mercedes, estas que devem estar surpreendendo até Ross Brawn e sua trupe. A corrida virou um verdadeiro jogo de sete erros e de pressão interna difundida pelos rádios - e isso sem a Ferrari estar envolvida!


CORRIDA DE SETE ERROS
Forte candidata à imagem da temporada. Lewis Hamilton entra na área de boxes e para na McLaren. Velho hábito que virou piada até mesmo no Twitter da ex-equipe, que deixou as portas abertas para que ele volte para dar um "oi". E esse tempo foi fundamental para tirá-lo da briga pela vitória, afinal, os carros da Mercedes chegaram a estar bem próximos dos líderes, 4s. Inclusive Hamilton chegou a pular para 2º após o 2º pit stop.

Mas o dia não foi só de trapalhadas do piloto britânico - sobre o qual o Reginaldo Leme afirmou durante a transmissão que teria pedido emprego na RBR para Bernie Ecleston, o manda-chuva da F1. As pistolas pneumáticas da Force India não só não funcionaram de forma adequada, como injetavam sujeira no eixo das rodas, forçando o abandono dos dois carros da equipe.

A pistola pneumática voltaria a aparecer como problema para McLaren. Button ia bem na prova, chegou até a estar na 5ª posição e liderar a corrida numa série de paradas nos boxes. Na vez dele, a roda dianteira dianteira não ficou fixa e lá se foi a corrida. 

Vettel ultrapassou Hamilton na pista e aí sim tivemos brigas. Pela ponta, Webber parecia seguir tranquilo para sua primeira vitória no ano Porém, seu companheiro de RBR já havia reclamado pelo rádio, no início da prova, de que estava mais rápido. A resposta foi para evitar quaisquer problemas porque ainda nem haviam chegado na metade da corrida.

Pelo terceiro lugar, Hamilton foi forçado a diminuir o ritmo para poupar os pneus, enquanto que Rosberg estava bem melhor, "voando" atrás dele. O piloto alemão reclamou que Hamilton estava mais lento e teve como resposta de Ross Brawn para evitar brigas na pista e trazer os carros para casa.

O alemão da RBR, atual tricampeão do mundo, voltou a pressionar Webber e desobedeceu à ordem da equipe. A disputa foi sensacional, porém o piloto australiano tinha reduzido o giro dos motores para poupar os pneus e chegar tranquilo ao final, enquanto Vettel estava 100%. Resultado: ultrapassagem acirrada, com direito a espremida no muro e dedo indicador apontado para o rival.

O outro alemão foi bem mais cauteloso. Manteve-se atrás do companheiro de equipe até o final, mas cobrou Ross Brawn, calejado desde os tempos da Ferrari em beneficiar um dos pilotos, de que iria lembrar do que ocorreu nesta corrida e cobraria a mesma atitude da equipe. Hamilton ficou sem jeito no pódio e afirmou que o companheiro de equipe é que deveria estar ali.

Quanto a Webber, ele reclamou que sempre beneficiariam Vettel, mesmo com a RBR informando que Vettel errou ao esquecer os interesses da equipe em prol de si próprio. A situação do pódio foi terrível - talvez só comparável ao dia do "hoje não, hoje não, hoje sim, hoje sim..." das Ferraris de Schumacher e Barrichello. Ficou tão difícil que a equipe austríaca cancelou a foto de comemoração da equipe.

Felipe Massa ainda teve seus minutos de fama ao ter que realizar a quarta parada e voltar em 8º, tendo que fazer ultrapassagens de forma a voltar ao 5º lugar. O brasileiro pulou para 22 pontos (5º lugar), deixando Alonso com 18, numa das poucas vezes em que esteve à frente do espanhol na Ferrari. Vettel assumiu a primeira posição do campeonato, com 40 pontos, contra 31 de Raikkonen, 26 de Webber e 25 de Hamilton.

Num final de semana não tão bom, as Lottus terminaram em 6º com Grosjean e em 7º com Raikkonen. Completaram a zona de pontuação a Sauber de Hulkenberg, a McLaren de Perez e a Toro Rosso de Vergne.

O circo aporta a sua lona na China, para a terceira prova da temporada 2013, no dia 14 de abril.

Ah, para terminar o texto, tenho que dizer que senti falta do Galvão Bueno narrando a corrida. O Luiz Roberto é insuportável para a Fórmula 1. Não bastasse a empolgação em excesso, como se estivesse diante de crianças em frente à tela, ele repetia os comentários do Reginaldo e do Burti. E eis o que parecia impossível: #VoltaGalvão.

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