quinta-feira, 15 de novembro de 2012

[Por Trás do Gol] Curiosidades da coleção

Eu coleciono camisetas de futebol. Desde 2007, resolvi que a cada Estado brasileiro ou outro país que eu fosse, eu teria que conseguir a camisa do campeão local, fosse ela original ou "réplica". Ao menos tentaria. Apesar que já tinha certa vantagem por ter guardadas as camisas do Palmeiras que eu tinha desde criança (1994, 1997 e 2003), que de 2009 para cá acabaram por receber outras das temporadas seguintes, especiais ou de jogo - o que virou quase uma coleção em paralelo. Mas não é do Palmeiras que eu falarei desta vez, já fiz isso no último post - quer dizer, se você chegar até o final deste pode reclamar nos comentários depois que acabei falando do clube...

Cálculos ainda imprecisos me informam que eu devo ter mais de 30, sendo cerca de 20 clubes/seleções diferentes dos seguintes Estados/países: Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina e Espanha; e das seleções brasileira e espanhola. Algumas eu comprei, outras, ganhei e um ou outro local que não consegui achar a camiseta - geralmente porque o campeão daquele ano era "diferente" demais para ser achado facilmente.

Um amigo, que não gosta de futebol, diz que acha interessante que, apesar de eu me preocupar com a coleção, eu use todas as camisas que tenho - como sempre digo, só há exceções emotivas para caso eu tivesse de adquirir camisas do CRB (AL) ou de qualquer equipe desta e de qualquer outra galáxia que leve Corinthians no nome (pode ser o paulista, o de Pilar, o de Caicó, o do Paraná...). Isso acaba gerando situações curiosas, três das quais são recentes e eu me recordo para contar.

SANTA CRUZ
O primeiro causo é a camisa do Santa Cruz, que comprei no ano passado. Na última passagem por Maceió,  acabei pegando simpatia pelo tricolor do Arruda por ser "parceiro de sofrimento" do CSA, impressionado em um dia ter visto a torcida deles dividir o Estádio Rei Pelé com a nossa e não parar de gritar um só instante. Na segunda vez que passei por Recife, no ano passado, o Santinha tinha conseguido evitar o inédito hexacampeonato do Sport - time o qual eu não gosto, apesar de ter camisa deles - e fiquei aliviado porque a coleção ganharia uma camisa legal.

Acabaram montando uma lojinha de camisas antigas na universidade em que apresentaria trabalho, o que me poupou o trabalho de procurar algum shopping ou loja no Centro de Recife. A primeira coisa que fiz foi perguntar ao vendedor qual time que ele torcida. A resposta foi: Santa Cruz. Pronto! Olhei e achei uma legal, histórica, réplica de 1983: "do Gabriel, que fez o gol do título em plena Ilha e foi comemorar em cima do símbolo deles".

Usei aqui em São Leopoldo e imaginava que ninguém iria achar curioso uma pessoa com uma camisa do Santa por aqui. Fui almoçar e quando voltava da mesa da sobremesa, um senhor me parou, apontou para a camisa e perguntou: "essa é de 1983 mesmo? Como você conseguiu?". Respondi que era uma réplica e que tinha comprado em Recife. Ele seguiu em frente.

BOCA JUNIORS
Por conta dos títulos da Libertadores nos anos 2000, a geração de Riquelme e cia. que atormentou os brasileiros e perdeu para o Paysandu em casa, e, é claro, por causa do mito que é La Bombonera para quem gosta de futebol, por ser o time que Maradona é torcedor fanático e etc., foi bom que eu tenha chegado em Buenos Aires este ano com o Boca, após algumas temporadas, voltando a ser o atual campeão argentino. Fui em La Boca e trouxe de lá duas camisetas, ainda que réplicas - porque na Argentina as coisas são mais caras. Uma é com listras em preto e branco na vertical, modelo inicial do clube, antes de avistarem o navio sueco no porto; a outra é a tradicional.

Em outubro, estava no aeroporto de Porto Alegre esperando o voo para o Rio de Janeiro, para mais um evento. Saí catando um lugar para comprar água, já que há empresas aéreas que passaram a vender tudo, e muito caro, durante as viagens. Enquanto esperava a garrafa d'água, um argentino tentava pedir o café do jeito que queria. Olhou do lado e disse que "estávamos mal". Eu respondi que era verdade - o Boca não faz um bom campeonato argentino sem Riquelme, de "férias" (?). Ainda falei que aqui no Brasil muitos haviam torcido na Libertadores, mas o time acabou perdendo. Ele fez uma cara meio de surpreso e ficou quieto. Eu segui para o meu gate.

FLUMINENSE
Após uma semana não ter conseguido, acabei indo ver "Gonzaga - de pai para filho" na semana passada - por vários problemas (saúde, tempo, paciência) não consegui escrever sobre. Fui com a camisa do Fluminense, que adquiri na primeira viagem do ano ao Rio, em julho, que é a original pós o título brasileiro de 2010 - com direito ao escudo da CBF. Antes de qualquer coisa, afirmar que a camisa do Flu é uma das mais bonitas do mundo pela disposição de cores, mas dentre os cariocas, acho que só o Flamengo me daria "estranheza" em vestir - por conta da torcida deles.

Enfim, saía da sessão do filme e um senhor, em torno dos 50 anos, aponta para mim e diz algo. Não entendo e ele repete: "Seremos campeões no domingo, hein". Eu respiro fundo, lembro que o jogo seria contra o Palmeiras, dou um sorriso falso e digo um "esperamos". Ele aperta a minha mão e segue...

Da próxima vez, eu digo que só coleciono camisas de futebol...

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