domingo, 18 de novembro de 2012

[Por Trás do Gol] A história sendo escrita

76 anos de história e, no máximo, dois quartos lugares na divisão principal do futebol estadual (1963 e 1966) e dois vice-campeonatos da segunda divisão (1982 e 1987). O Clube Esportivo Aimoré, de São Leopoldo, entrava em campo no Estádio João Correia da Silveira, o Monumental do Cristo Rei, em busca do seu primeiro título profissional da história, a "Segunda Divisão"!

Tudo estava bem encaminhado, além de uma magnífica campanha que o proporcionou jogar a segunda partida da final em casa, no jogo de ida contra o Gaúcho, em Passo Fundo, uma incontestável vitória por 3 a 0, o que garantia ao Índio Capilé poder perder até por dois gols de diferença. Nem digo que "sequer o mais pessimista torcedor aimoresista" porque na fase atual este ser não existe em São Leopoldo.

Pensando que teríamos mais torcedores que nas semifinais, a diretoria resolveu aumentar o valor nos ingressos, criando uma "subcategoria", se podemos dizer assim. Enquanto até então as arquibancadas cobertas, geral e barranco - sim, este é um "setor" do estádio - custavam o mesmo preço, R$ 10,00, neste domingo, este seria o valor para o barranco/geral, com a parte coberta custando R$ 20,00. As cadeiras saíram de R$ 20,00 para R$ 30,00.

Como comprei o ingresso já na sexta-feira - após mais uma frustrada tentativa de adquirir a camiseta do clube -, saí de casa mais próximo da hora do jogo, tentando escapar do sol escaldante da úmida São Leopoldo no dia de hoje. Entrando pelo lado de trás, logo percebi que não adiantou muito terem passado o jogo para as 17h e muito menos eu ter chegado poucos minutos antes disso. Era IMPOSSÍVEL sentar na geral. Fiquemos em pé, portanto.

Olhando para o barranco, à minha esquerda, TODAS as sombras de árvores estavam com pessoas por baixo, já as arquibancadas cobertas só encheram mesmo durante o jogo - provavelmente quando perceberam que sobraria espaço por lá desta vez. Além disso, montaram umas mesas de bar na parte de cima da geral, com guarda-sois, além de uma ou outra senhora que levou sua sombrinha para ficar por baixo. A minha impressão é que teve um público um pouco maior que na partida passada, cerca de 5 mil pessoas.

JOGO
O Gaúcho até que tentou atacar, estabelecer alguma pressão, aproveitando que os donos da casa, naturalmente, estariam mais acomodados na partida, porém, não conseguiam criar muita coisa. Provavelmente, foi a equipe que menos deu trabalho ao goleiro Pitol nas quatro partidas que eu vi desta Segunda Divisão (3ª).

O jogo parecia chato, para além da agonia por conta do calor, porque também eu estava mais preocupado com os acontecimentos do jogo que ouvia no rádio que mesmo na que via em campo. Confesso que em algumas horas, eu tinha de lembrar que tinha um jogo à frente, mesmo com um sol escaldante no couro.

Ao menos, tinha um "animador da torcida", vestido com peruca azul, uma bola colada no pé e que tentou por várias vezes fazer uma ola por todo o estádio. De início, o pessoal da geral e do barranco acompanhava. Até mesmo os jogadores do banco do Aimoré faziam junto, mas não o pessoal das cobertas. Depois de algumas tentativas, o estádio inteiro conseguiu fazer uma ola enquanto dentro de campo seguia o zero a zero. O barulho sobre algo dentro de campo só quando tinha jogada mais polêmica ligada à arbitragem.

Não posso deixar de dizer que o Aimoré conseguiria marcar se pressionasse um pouco mais, dado o desnível técnico e físico entre as equipes. Numa das boas chances de gol do primeiro tempo, cruzamento na esquerda e o atacante capilé mandou o cabeceio na trave! No fim, se o Cristo Rei tivesse placar ele teria continuado no 0 a 0.

A segunda etapa foi melhor. Primeiro, eu catei uma sombra no barranco, próximo ao escanteio. Além disso, o Aimoré conseguiu criar boas e efetivas chances.

Aos 13 minutos, boa troca de passes na área, ela chega em Toto, que limpa bem a marcação e chuta forte para abrir o placar e decretar a festa da torcida no estádio, com direito a gritos de "É CAMPEÃO!" em meio aos tradicionais "Vâmo, vâmo, vâmo Aimoré". 

Diga-se de passagem, a torcida hoje, de forma geral, foi a que mais participou da partida. Mais uma vez foi dia de ver torcedores com as mais diversas camisas de clubes, com colorados e gremistas torcendo para um mesmo time, o da cidade, além dos que apareceram com camisetas de outros, casos de palmeirenses e um cara com a camisa do Paysandu!!! - eu já tinha visto torcedor do Náutico e já fui com a camisa do CSA, para marcar Alagoas no território capilé.

Esperando o tempo passar para pegar o troféu, enquanto ouvia ansioso o outro jogo da Série A do Brasileiro e as reclamações do senhor do lado porque vendiam lata de cerveja - sim, aqui pode - dizendo que custava oito reais, mas "poderiam fazer por seis" e no final das contas no bar era cinco....

Para piorar para o pessoal de Passo Fundo, que tinha ao menos um torcedor vestido e outrxs cinco ou seis por aqui, um jogador foi expulso após uma suposta cotovelada no jogador do Aimoré.

Para fechar tudo, aos 31 minutos, boa jogada no lado esquerdo, o jogador cruzou fechado e o prata da casa Lukinha, que havia entrado na segunda etapa, quase dividiu com a trave para marcar o segundo gol do Aimoré, o gol do título!!!

Ainda teve tempo para o Pitol se arriscar lá na frente e bater uma falta, para delírio da torcida. A bola foi longe do gol, mas "não tanto quanto a do Neymar", como disseram ao meu lado.



Depois disso, só foi o juiz apitar, soltar os fogos e pegar a taça! 


CLUBE ESPORTIVO AIMORÉ CAMPEÃO (PRIMEIRO) CAMPEÃO DA "SEGUNDA DIVISÃO" - TERCEIRA DIVISÃO DO CAMPEONATO GAÚCHO 2012

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