domingo, 5 de outubro de 2008

Minhas eleições – parte I


Desde pirralho que eleições para mim era uma data especial. Saía com meus pais e minha irmã e, desde 1996, era eu que apertava as teclas – algo que foi proibido das crianças fazerem este ano.

De 1994 até aqui acredito que este período especificamente serve de exemplo da evolução intelectual que tive. De Fernando Henrique Cardoso ao voto nulo, vamos por partes.

Uma das coisas que também sempre gostei de fazer era olhar resultados, seja no aspecto esportivo ou nas eleições, neste nicho é que está a minha vontade em ser jornalista. Lembro dos meus caderninhos em que anotava os dados que apareciam na TV. Acreditava que um dia iria precisar daquelas informações, para algum trabalho, sei lá.

Para as eleições mais locais, como é o caso das eleições municipais, ficava grudado no radinho de pilha escutando os últimos resultados. Melhor, dormia com ele ligado embaixo do travesseiro para não perder nada. Confesso que escolhi perder este hábito aos poucos.

Hoje, ainda fico de olho nessas notícias – inclusive agora assisto a uma mesa-redonda sobre as eleições na TV -, mas não com tanto disponível quanto antes. Porém, acredito que também pese a mudança da minha visão de mundo eleitoral.

Lembro das eleições de 1994, eu com meus seis anos acompanhando o meu pai na urna e colocar o voto nela, aquela velha tapinha para o papel entrar. E, depois do resultado, falar para ele: “Não disse pai que ele [FHC] ia ganhar, ele é o ‘pai’ do Real”.

Além disso, lembro de uma pequena discussão com um colega meu de escolinha que defendia outro candidato a governador. Inclusive, depois do resultado, ele falou que tinha sido roubo, que tinham trocado as urnas no meio do caminho da contagem. Velhos tempos de apuração manual!

Eleições municipais de 1996. Logo após a votação nas urnas eletrônicas pelos meus pais, eu viria para Maceió – a votação era num dia determinado, independente de ser domingo. Lembro, desta vez, de ter vindo com “santinhos” do candidato a prefeito que os meus pais votaram e distribuir entre os meus parentes.

Não lembro direito das eleições de 1998, não sei o porquê. 2000 foi o ano da minha saída de Aracaju para Maceió. Aqui, as eleições ainda apresentavam os reflexos do “efeito Suruagy” e, como os meus pais ainda tinham residência eleitoral noutra cidade, pude observar de fora este período, fiz até uma ínfima pesquisa de opinião que, inclusive, refletiu os resultados das urnas.

Um comentário:

  1. é engraçado, muita gente diz q naum tenho a ver com jornalismo, que deveria tertentado ciências sociais ou sei lá oq. Mas, seus últimos dois textos me lembraram muita coisa. Eu tb acompanhava as eleições burguesas como dava. Assistia ao horário eleitoral, discutia com meu pai sobre os candidatos. A de 92 só me lembro de jogar "pedra" com os santinhos lá no interior, antes de ir pra Sampa. De 94 a 98 meu candidato preferido era um tal de Francisco Rossi, mas, em 98 ele apoiou o Maluff no segundo turno e me desencantei. Prestava pouca atenção no legislativo, assim como todo mundo até hj. Em 94 naum me lembro muito bem da campanha presidencial, mas em 98 eu naum achava legal o FHC naum aparecer na propaganda da TV, tb naum gostava do lula, ai naum sabia direito pra onde correr. Em 96 "apoiei" a Erundina no segundo turno contra o Pitta, pq odiava o maluff, coisa q vinha de um tio meu, cobrador de ônibus até hj e q em uma das greves, diz ele, o maluff chamou os cobradores e motoristas de ratos. Em 98, em já era meio lula pq num dos programas apareceu os racionais dizendo pra votar nele. Em 2000 eu fui marta e em 2002 ciro pra presidente. Quanta coisa mudou!!

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