sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Minhas eleições – parte II

"Agora é Lula". "Adeus Lula"

A partir de 2002, vamos dizer que voltei diretamente às eleições e já com reflexo de algumas mudanças ideológicas. Fim de Ensino Fundamental e novas etapas da minha vida aconteceram a partir daí. Além de começar o processo de me tornar adulto, a maturidade política estava se aproximando na mesma escala.

No contexto de 2002 tínhamos um país em que eu via muita miséria, muita desigualdade, ou seja, alguém lucrando e muitos outros com pouca coisa. Eleições presidenciais e acreditei no senhor Luiz Inácio da Silva, era oriundo do “povo”, conhecia suas dificuldades; além disso, era bem melhor do que mais quatro anos do mesmo.

Confesso que olhei com certa estranheza ele ter se apresentado, através do marketing dudanesco, em reuniões com os empresários mais importantes (leia-se mais ricos) do país, mas era o Lula. Vale ressaltar que concorreu internamente no PT com o Eduardo Suplicy pela candidatura; achei o processo petista estranho, parecia com “cartas marcadas”. Mas estava cansado dos oito anos anteriores, “agora é Lula!”.

Após três tentativas, o ex-sindicalista vence as eleições e eu, no dia seguinte, coloco o adesivo do horizonte com o dizer supracitado. Mais uma vez tinha um colega chateado, ele torcia pelo Serra, “fazer o quê, era a vontade do ‘povo’”? Mesmo que durante o processo de transição a Heloísa Helena tenha se afastado e, posteriormente, expulsa do partido, eu continuei acreditando, só que com umas duas pulgas atrás da orelha esquerda.

Veio a posse e seu público de título de Copa do Mundo e eu em casa assisti a tudo emocionado. Devo ter vibrado antes mesmo da posse quando ele foi diplomado pelo TSE e disse que “alguns afirmaram na campanha que não tinha diploma [instrução] e agora um torneiro mecânico formado pelo Senac é diplomado presidente do Brasil”. Emocionante na época, tragicômico hoje.

2003. Nada de dar o “pé-na-bunda” do FMI, que coisa! Ainda mais, nada de melhoria real para o “povo”! Mas eu ainda acreditava em Lula/PT. Apesar de não simpatizar, desde o início, com José Dirceu, José Genoíno e Antônio Palocci. Havia alguma coisa neles que me causava repulsa, só não sabia exatamente o que era, mas comentava com pessoas próximas a mim.

2004: as coisas mudam. Roberto Jéferson espalha merda no ventilador e o PT é mostrado como “um partido igual aos outros”, com corrupção, caixa dois e... Onde mais esperava diferença vi algo igual. PT, Lula e quem estivessem aos seus lados eram iguais aos outros. “Agora é Lula” quem mama nas tetas do Governo e patrocina a desigualdade.

Ano de eleições municipais, com 16 anos finalmente poderia votar. Porém, minhas alternativas eram alguém do PMDB empurrado para a candidatura; outro que era do grupo político de gestões anteriores tanto da Prefeitura quanto do Cefet, com seus desvios financeiros e o olhar específico para quem tem dinheiro; e, a alternativa, outro que viera do “povo”, radialista e repórter [sic] policial, porém candidato patrocinado por um... usineiro!

A melhor solução encontrada quando poderia votar, e após ter por toda uma vida desejado fazer isso, foi não tirar o título de eleitor. Para quê mesmo?

Um comentário:

  1. De 2002 pra cá, boa parte da minha compreensão política mudou. Essa foi a última eleição que acompanhei em Sampa. Não me lembro com detalhes naum. Só sei q "apoiei" o Ciro para presidente e que o Enéias foi eleito deputado, levando o BARATÃO (sic) com ele.

    2003 eu já estava em Alagoas, só me lembro de receber a visita do Marquinhos (o dono de Traipu) na minha casa, me oferecendo emprego.

    2004 foi qunado cheguei em Maceió. Ai tudo mudou: entrei no PSTU, vi a camapnha do Ricardo Barbosa ser combatida internamente e apoiei o Fleming para vereador (apoio não pra ser eleito, mas com plenfetagem e discussão sobre o papel das eleições e tal...).

    Votei pela primeira vez em 2004. Só q em Traipu ocorru um fato inusitado: as eleições para o executivo foram canecladas e houve uma nova eleição com candidatos diferentes.

    Na primeira eleição, votei no vereador do meu povoado e nulo pra prefeito. Dps da vitória do vereador, fiquei bêbado (como nunca tinha ficado antes, nem dps) e fui carregado pra casa.

    Na segunda eleição, eu tinha prova do vestibular, até daria pra ir, um carro veio buscar os eleitores e tal, mas preefri ficar, minha esperança na democracia burguesa já tinha acabado.

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