segunda-feira, 12 de maio de 2014

[Por Trás do Gol - Comentários] Põe na conta do Nobre

Crise e Palmeiras. Dois termos que, chega ano, passa ano, parecem nunca se desligarem. Politicamente, nas internas, todo mundo sabe disso. Financeiramente, nos números, com um ano sem patrocínio máster, idem. Títulos, só se forem os para pagar, pois se escassearam pós Era-Parmalat. O pior é ver jogadores desacreditados despontarem e saírem pela porta da frente, esta deixada sem qualquer tranca num país como o Brasil...

Respira fundo, torcedor palmeirense, e vamos lá tratar de mais problemas nas hostes da Rua Turiassú. Depois de boa campanha no Campeonato Paulista, em que o time ficou de fora da final por um dia "daqueles" - desfalques de atletas-base da equipe, inclusive durante o jogo -, o Brasileiro chegou já com Kleina sendo olhado torto dentro do clube. Veio a vitória contra o Criciúma, de virada, fora de casa. 2 a 1 e com gol do centroavante artilheiro - por mais que aquele pênalti não tenha sido marcado.

Passados alguns dias e "Bomba!", como diria o outro. O que parecia certo, ainda com mais de um mês de prazo, deu de cargas d'água. O artilheiro do time se encaminharia para o portão ao lado, supostamente porque o presidente do clube não topara uma diferença salarial de R$ 5 mil após a negociação entre as partes.


Logo a torcida deve ter lembrando do caso Barcos, ano passado. Não é para menos. Barcos, que só viera porque a primeira escolha de Felipão, Ariel (ex-Coritiba), não fechou, logo mostrou ser marcador de gols e com habilidade. Foi ao Grêmio, vieram cinco por um ano. Só sobrou um. Bem... Leandro dispensa comentários, ao menos para este texto.

Mas era pior. Se da outra vez a coisa não podia cair nos braços do presidente Paulo Nobre. Desta vez, sim. Não adianta falar que faria de tudo para ter o Alan Kardec depois de baixar de 230 mil para 225 mil reais mensais quando tudo estava certo no primeiro valor, após uma negociação que se arrastara mais do que deveria. Como muitas, aliás, nesta gestão, que testa algo que pode ser muito interessante para as finanças dos clubes no Brasil, contrato com cláusula de produtividade - quem teve experiências com Wesley e Valdívia e suas lesões longas já estava escaldado...


Até vejo boa intenção de Nobre, que arrisca o próprio patrimônio para pedir empréstimo ao clube, mas há de se ver a conjuntura. O Internacional viveu uma fase bem ruim nos anos 1990 e início dos 2000, só não foi rebaixado graças a um gol do Dunga (!) contra nós, mas a época de vacas magras serviu para Fernando Carvalho e companhia resgatarem a estrutura e as finanças do clube, que depois passou a ganhar títulos inéditos (duas Libertadores e um Mundial em poucos anos) e a formar jogadores - apesar da parceria com a DIS e os benefícios/prejuízos desta e a confusão para a reforma do Beira-Rio.

De 2000 para cá, o Palmeiras foi rebaixado duas vezes para a Série B do Brasileiro, ganhou além disso, um Paulista (2008), com apoio da Traffic, e uma Copa do Brasil (2012), esta com apoio de todos os deuses do futebol, santos, palmeirenses mortos e todas as entidades que existam neste sentido. A história de "calma aí, que é para o futuro ser melhor" deveria ter ocorrido lá atrás. Mas não, vemos erros em contratações seguirem sendo cometidos, novos erros aparecendo, o time se matando para diminuir o prejuízo das finanças - 22,6 milhões no ano passado, ainda que a dívida tenha caído 12 milhões.

Como pedir paciência a uma torcida que vai razoavelmente aos estádios; compra os vários uniformes lançados pelo clube - amarela Seleção e as três novas do Centenário -, a ponto de a loja oficial diminuir as promoções em valores, comuns em determinados períodos, do ano passado para cá; e associou-se à nova fase do Avanti em bom número. Muito pensaram em desistir de serem sócios por não verem o dinheiro sendo bem aplicado. Falta ânimo não só pelo agora, mas pelo acúmulo de sofrimentos.

FALTOU, SÃO PAULO
Para piorar, o Kardec foi para o rival ao lado, que já tinha tantos nomes no meio-ataque que os recados ao Muricy pela imprensa são comuns. Não é inédito. O clube do Morumbi foi alvo de reclamação na FPF, pois 7 clubes o acusaram de aliciar jogadores em suas categorias de base e, assim, não deveria o São Paulo participar da Copa São Paulo deste ano. Fora outros casos. E outros em que, como no caso Oscar, a moeda é invertida.

O São Paulo atuou dentro da lei, que permite a assinatura de pré-contrato a partir de seis meses do que esteja vigente, mas se o Palmeiras tinha a prioridade contratual do Benfica até o fim de maio e se o jogador só poderia atuar depois da Copa porque brigar com um co-irmão? Para mostrar força nas suas internas.

Carlos Miguel Aidar, um dos grandes nomes da formação do Clube dos 13, em 1987, começa o seu mandato tirando o melhor jogador do rival e de forma "esperta". Além de ser representante da CBF/STJD na Justiça contra outro co-irmão, a Portuguesa. Por mais que se possa culpar Nobre e cia, Aidar parece ter sido atingido por algum vírus do presidente anterior do tricolor, dados os seus infelizes comentários neste caso e sobre o "modelo de jogador para o clube".

TÉCNICO
Ia aproveitar para falar da demissão do Kleina, mas esperemos o anúncio do novo técnico. Ney Franco pulou para a Gávea, que liberou Jayme de Oliveira - que não sei se romperia o preconceito no nosso futebol para assumir outro grande, e de São Paulo, desde já. Jorginho foi visto no Pacaembu no sábado e Brunoro conversou com Luxemburgo na sexta. Esperemos e torçamos. Valentim segue para outro desafio, e sem Valdívia, reverter o duelo contra o Sampaio Corrêa pela Copa do Brasil nesta quarta.

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