quinta-feira, 6 de setembro de 2012

[Em busca do El Dorado] Sou de lugar nenhum!

Após dias, finalmente consegui começar a escrever algo sobre a viagem a Fortaleza, ainda que a trabalho, para Fortaleza. Mais que no tempo ideal de cair fora do Rio Grande do Sul, esta viagem acho até que veio muito atrasada. A mais de uma semana sem dormir direito antes de vir para cá que o diga.

Enfim, como sempre, problemas não faltaram aqui também. Fortaleza me pareceu menos preocupada em manter uma "imagem turística" que o que estou acostumado para o Nordeste ou para cidades litorâneas. Só para citar um exemplo, de algo vista deste o primeiro dia, os táxis não usam GPS, mesmo os que saem do aeroporto.

Colegas gaúchos viram taxistas se "enganarem" algumas vezes, com direito à utilização de mapa pelo próprio celular para ajudar ao profissional. A dúvida que fica é se eles fizeram isso de propósito, para rodar um pouco mais com turista - e gaúcho, com uma brancura daquelas, é facilmente identificado - ou se era falta de conhecimento mesmo. Detalhe: esta é uma sede da Copa do Mundo FIFA 2014.

No domingo à noite, demos uma volta perto do Centro, em direção ao Dragão do Mar, e muita sujeira no chão e escuridão no caminho. Depois fui para o outro lado, em direção à movimentada Avenida Beira-Mar e a situação é melhor, porém, sempre se deve ter o cuidado para andar nos calçadões. Estranho é que os próprios moradores avisam que aqui é muito violento, a ponto de a Polícia impedir turistas de andarem muito próximo de favelas, em plena luz do dia, próximas à praia

Fora isso, algumas confusões em hostels por conta de super-lotação e problema resolvido aos poucos e em definitivo apenas na quarta-feira. Como sempre para este que escreve, nunca dá para ficar sem problema - vá lá, no Rio de Janeiro só o tempo não ajudou. Isso depois de ter visto a passagem de volta mudar duas vezes de horário...

INTERCOM
Enfim, como não estou com muita paciência para escrever esta semana, basta dizer que a Universidade de Fortaleza tem um bom paisagista, mas é menor que a Unisinos - que mais parece uma reserva ambiental quando comparada. É estranho que não fiquei surpreso com a estrutura da universidade privada do Grupo Édson Queiroz - dono de tudo e mais um pouco por essas bandas (inclusive meios de comunicação e refrigerantes). A comparação acaba por ser entre as privadas que eu conheço.

Ainda assim, as dezenas de fontes no campus acabaram por impressionar os estudantes turistas, que não cansaram de tirar fotos por perto. Assim como, dos raros aparecimentos das emas, que voltei a ver, e agora por dois dias, no meio dos estudantes.

A pergunta que mais escutei em Fortaleza foi: "Você é de onde?". E é a pergunta mais difícil de responder. Afinal, há um grande problema que é de eu não me sentir em casa em lugar algum. Sou alagoano da capital de nascimento, morei dez anos em Aracaju, voltei a Maceió e passei mais onze anos e estou há mais de um em São Leopoldo-Rs.

A resposta tem que ser: "eu sou de Maceió, mas venho do Rio Grande do Sul". Perdi as contas de quantas vezes eu respondi isso, mesmo que no segundo dia por aqui, no primeiro evento pré-congresso, tenhamos feito uma "discussão" sobre essa coisa de dizer de onde a pessoa é quando se viaja tanto a trabalho, passando a morar em outros lugares.

Pois é, "eu não sou de nenhum lugar, sou de lugar nenhum", ainda que tenha batido uma saudade de algo quando ouvi vários forrós pé-de-serra na abertura do Intercom. Porém, no final das contas...


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