domingo, 7 de dezembro de 2008

Nome único


Deiwid, Dawid, Deivid, Davi, David (“Davi”) e finalmente David (“Deivid”). Quantas pronúncias e escritas de um mesmo nome tive que agüentar durante a vida, isso porque se trata de um segundo nome. Imagina quem tem problema com o nome principal, num país em que é ele o que lhe designa.
Só que, o que poderia ser um problema para mim, muitas vezes chamado de Davi, até em casa mesmo, é muito menor do que para alguns outros que recebem alcunhas, no mínimo, risíveis. Várias são as piadas com nomes atípicos colocados nos recém-nascidos: “Um, dois, três de Oliveira Quatro”, “Alô você...”, dentre outros oriundos de mentes incríveis!
Acrescentemos aí os nomes de batismo oriundos de novelas, filmes ou estrelas internacionais. Quantos Maicon’s, Mikaéis, Arnold’s e Ruan’s estão espalhados devido a personalidades famosas. O melhor de tudo é que as pessoas mal sabem falar a língua pátria e colocam o nome do filho em inglês, espanhol, em qualquer língua que aparecer, desde que seja de alguém do qual o pai é fã.
Por sorte, de quem assim o deseja, caso o nome coloque a pessoa em situação constrangedora, ela pode pedir na justiça alteração. Porém – sempre tem um porém quando se trata de justiça – só pode ser feito após os dezoito anos. Ou seja, na idade em que qualquer motivo serve para zoação, a infância, seu nome não pode ser alterado. Imagina na hora da chamada, a “tia” chamando nomes como Wedja, Allain Delon ou Creedence Clearwater.
Que falta de nomes como Maria, João, Antônio ou Joaquim! Ao menos, diferentemente destes, ninguém jamais irá lhe comparar com alguém, confundir seu nome. Quando alguém chamá-lo na rua, só você irá olhar para trás. Nada como ter um nome único! Tanto positivamente quanto negativamente.
Quanto ao autor que vos escreve, bem, sou mais um caso dos que serve de homenagem dos pais. O David (pronuncia-se Deivid) do meu segundo nome é devido às apresentações do mágico americano David Copperfield no Brasil na semana em que nasci. Portanto, sou mais um caso de estrangeirismo.
Imagina como ficaria caso o deputado federal Aldo Rebelo tivesse o projeto contra o estrangeirismo aprovado? Sem nome. Pois, Anderson não tem nada de português, David menos ainda. Aí eu responderia ao me perguntarem sobre o meu nome: “não sei, ainda tenho que escolher um brasileiro e avisar a todo mundo que me conheceu que o nome mudou, o email mudou, mas continuo sendo ‘eu’”.
Nomes esquisitos, estrangeiros, chineses, alemães, portugueses, indígenas,... Essa é a única liberdade que ainda tem o brasileiro: pôr o nome que quiser. Só que poucos têm o direito de escolher o seu próprio. Confiemos nas nossas mães e nos nossos pais!

3 comentários:

  1. Essa crônica eu já tinha lido...


    EStou te esperando aqui sexta-feira!!!!!

    rsss

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  2. Meu velho, eu tenho uma ótima estória sobre essa coisa de nome. Te convido para uma mesa de bar, o lugar ideal das anedotas.

    Vou t econtar um pedaço: minha mãe qeria q meu nome fosse Ailton Berguer (naum me pergunte se é assim que se escreve, ou o pq dos nomes, ela simplesmente achou bonito!). Meu pai colocou Homero.

    Bom, hj tenho orgulho máximo do meu nome, é o mais legal q existe, afinal naum é qq um q pode ter dias homéricos e noites dionisiacas certo?

    abraços!!!

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  3. Não esqueça as aberrações que advém de paixões futebolísticas como os filhos de um fanático flamenguista que se chamavam Flamena e Zicomengo.
    E quanto ao meu nome, não gostava muito dele quando pequeno, porque sempre fui gago e dizer um nome com o início extremamente fechado como um Bruno.
    Mas poderia ser pior. Vim saber já na adolescência que a minha bisavó, católica fervorosa, queria homenagear São Camilo.
    A partir daí comecei a aceitar Bruno numa boa.
    Abraço!

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