terça-feira, 29 de janeiro de 2013

[Alagoano 2013] O respeitável público das cinco rodadas

Respeitável público do Campeonato Alagoano! 5 rodadas se passaram, o Centro Esportivo Olhodaguense (CEO) lidera o torneio com 12 pontos, confirmando até aqui a boa pré-temporada realizada. E o campeonato que começou sem muitos gols, passou a tê-los em maior quantidade a partir da 4ª rodada, graças, principalmente, a CSA e Corinthians, autores de oito gols cada em duas rodadas.

Se na quantidade tentos marcados e na posição na tabela, 2º (CSA) e 3º (Corinthians), os times de Maceió nesta primeira fase se assemelham, o caso é totalmente diferente quando se trata dos espectadores presentes em suas partidas. Graças à rápida divulgação das cópias das súmulas e dos borderôs das partidas no site da Federação Alagoana de Futebol, resolvemos acompanhar rodada a rodada como andam os ganhos e as despesas em bilheteria dos times alagoanos no campeonato estadual. Afinal, este é um dos argumentos dos detratores desta forma de disputa no Brasil: os Estaduais não valeriam à pena para além de São Paulo.

Vamos às análises e aos números que consideram os 20 jogos realizados nas cinco rodadas disputadas até aqui.

NENHUMA SURPRESA
Quase 18 km separam o Estádio Rei Pelé do Estádio Nelson Peixoto Feijó em Maceió. 78 anos separam a fundação do quase centenário Centro Sportivo Alagoano (CSA) do time que mais vende jogadores no Brasil, o Sport Club Corinthians Alagoano (formador de jogadores como Deco e Pepe). 36 títulos separam os dois clubes da capital (37 a 1). Neste Alagoano, o público do Azulão do Mutange é mais que 17 vezes o do Tricolor da Via Expressa.

Nada anormal. Além de toda a história, mais novo apenas que o CRB (101 anos) e o Penedense (105 anos) no Estado, até que novos números provem o contrário, o CSA tem a maior torcida de Alagoas, frenquentemente com as maiores médias de público - um ano ou outro perdendo o posto, por pouco, para o ASA, nos últimos 13 anos quase sempre na disputa do título estadual.

Sem CRB e ASA, na disputa da Copa do Nordeste, o CSA confirma facilmente ser o time mais popular do Alagoano 2013. Foram 12.780 torcedores indo ao Estádio Rei Pelé nas 3 partidas realizadas no maior estádio de Alagoas, sendo estes jogos os de maior público e renda do Estadual: 5.010 pessoas na derrota para o Corinthians por 4 a 2 pela 4ª rodada; 4.443 pessoas na vitória sobre o Murici por 1 a 0 na 2ª rodada; e 3.327 pessoas na última partida, vitória de 6 a 0 sobre o Sport.

O quarto maior público também é com o Azulão do Mutange em campo: empate sem gols com o Comercial, em Viçosa, com 2.744 pessoas. Apenas o 5º jogo com maior público não teve a presença azulina: 2.010 pessoas viram o lanterna CSE perder para o União por 2 a 1 na 2ª rodada. Por sinal, o time de Palmeira dos Índios pode ser o último na tabela, com 4 pontos, mas é o 2º em levar torcedores ao estádio, 4.556.

Seguem CSA e CSE, em termos de público (classificação atual entre parênteses): Comercial (6º) 3.421; CEO (1º) 1.849; Sport (4º) 1.585; Murici (7º) 1.413; União (5º) 1.039. Destaco que tanto Comercial quanto CSE já receberam o CSA em seus estádios, público que representa, respectivamente, 80% e 39% dos torcedores que foram a Viçosa e a Palmeira dos Índios até aqui. Além disso, CSA, CSE, CEO e Corinthians jogaram 3 partidas em casa, enquanto os demais, apenas duas.

Mas se essa diferença valeu o segundo posto para o CSE, não adiantou muito para o Corinthians Alagoano. Conhecido como o maior formador de atletas do país, o time claramente atua para garantir uma boa estrutura para a base, de forma a lucrar com a venda de jogadores, com direito à parceria com times portugueses. Afinal, seria difícil competir com CSA e CRB na capital. Por conta disso, no ano passado o clube disputou o Estadual na cidade de Pilar - ação semelhante do gaúcho Cruzeiro, que migrará de Porto Alegre para Cachoeirinha.

Voltando ao Estádio Nelson Peixoto Feijó, o time tem os três piores públicos do torneio: 298 pessoas viram a vitória do clube sobre o Comercial por 2 a 0 na 2ª rodada; 273 pessoas acompanharam a derrota para o CEO na rodada seguinte; e, apesar da vitória sobre o CSA na partida anterior, apenas 161 pessoas viram a goleada sobre o União por 4 a 1 no último jogo.


PORCENTAGENS E MUITAS DESPESAS
Aos clubes mandantes cabe pagar todas as despesas com transporte, parte do INSS e alimentação da arbitragem, delegados e/ou observadores da Federação e o seguro do público pagante. Além disso, a FAF fica com 8% da receita bruta. Os clubes ainda ganham um desconto de 11% sobre os pagamentos de INSS, o que geralmente não passa de R$ 100.

Como se isso não bastasse, alguns clubes perdem recursos para o Tribunal Regional do Trabalho por conta de ações trabalhistas. O CSE perdeu 20% e 30% sob o valor bruto - 50% quando somados, já que devem ser, aparentemente, ações diferentes - em duas das três partidas que teve como mandante. Foram mais de R$ 2 mil que mal caíram nas contas do clube após as partidas contra o União e o CSA.

O Azulão é outro clube que tem deduções extras. Uma porcentagem (não revelada) vai para a Associação dos Cronistas Desportivos de Alagoas (ACDA), no valor de R$ 1 mil nas três partidas realizadas no Rei Pelé.

Falando em Estádio Rei Pelé, o aluguel do espaço custa R$ 2 mil por jogo ao clube. Por conta disso, o CSA está longe de ter a maior receita líquida numa partida do campeonato, que ficou com o Comercial, na partida realizada contra o clube azulino ainda na 1ª rodada, que gerou mais de R$ 25 mil ao clube de Viçosa. O segundo lugar vem de CSA 1X0 Murici, que gerou cerca de R$ 10 mil ao maior campeão alagoano.

O alto valor de despesas do CSA como mandante fica ainda mais exposto quando se percebe que os ingressos mais caros são cobrados no Estádio Rei Pelé, que vão de R$ 5 a R$ 80 (entre bilhetes para estudantes e idosos para arquibancadas baixa e alta e cadeiras) - apesar de que ainda não foi vendido sequer um ingresso inteiro para a cadeira, que custa R$ 80. Os demais clubes cobram em média, R$ 10 - alguns clubes vendem ingressos para estudantes/idosos. Só o Comercial fez um valor diferenciado para a partida contra o CSA, com valores a R$ 10 e R$ 20.

O CSE é outro clube que paga aluguel do campo, neste caso, o Juca Sampaio, em Palmeira dos Índios, mas representa uma porcentagem na receita. Assim, foram gastos de R$ 361 a R$ 962 com o aluguel do estádio palmeirense.

Por fim, destaco ainda que há relatos nos borderôs de que alguns clubes deixaram de repassar parte da renda para a Federação Alagoana de Futebol, foram os casos: União, na derrota por 3 a 0 para o Sport na 4ª rodada, que teria deixado de pagar R$ 77,80; e do Murici, no empate com o Comercial, também na 4ª rodada, que teria deixado de pagar R$ 2.039,05 da renda. Porém, não há a informação exata sobre qual parte das despesas deixaram de ser pagas e, além disso, se este valor não pago foi descontado ou não da receita líquida.

CLASSIFICAÇÃO
O Campeonato Alagoano 2013 terá os 4 jogos da 5ª rodada sendo realizados nesta quarta-feira à tarde: Sport X Corinthians; União X CSA; Murici X CSA; Comercial X CSE. Abaixo a classificação até aqui (fonte: FAF):

3 comentários:

  1. Sem ASA e CRB, o maior público sempre vai ser do CSA. A cobertura do Globoesporte daqui fez uma matéria na segunda rodada sobre o CSA ser o recordista de público.
    É uma pauta bem furada, vai dar CSA sempre que ele jogar em casa e fora.
    Mas ainda acho os jogos do CSA com pouca gente no estádio.

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    1. Há a luta para evitar a evasão de renda, que logo após o primeiro jogo em casa o Jorge VI falou que atuaria mais próximo. Acabei não tratando disso neste texto, porém, são mais de 700 não pagantes, ao menos, por partida. É muito!

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  2. O Campeonato vai estar mais legal quando o ASA e o CRB estiverem presentes. Por hora, o CEO vai gozando de uma pré-temporada muito bem feita, mas só com o andar da carruagem é que vamos saber se terão esse pique todo até o final.
    A camisa sempre pesa, seja para bom ou mau circunstância.

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