quarta-feira, 19 de maio de 2010

Circo a motor - O melhor na frente

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O circo colocou sua lona no circuito mais charmoso da história da Fórmula. Em meio a hoteis, cassinos, tabacarias e iates, com direito a artistas mundiais, o GP de Mônaco colocou na frieza dos números o que todos sabem desde a primeira corrida do ano: o melhor carro de 2010 é da Red Bull Racing.

No sábado, a quinta poleposition em seis corridas, mais uma vez com o australiano Mark Webber, e com um temporal à frente de Kubica. A "graça" do sábado ficou por conta de Fernando Alonso, que bateu no treino livre anterior e destruiu parte do carro, o que o obrigou a ver o classificatório pela TV e a largar dos boxes.

PASSEIO
Como todo mundo sabe, ultrapassagem em Mônaco é muito, mas muito difícil. Webber largou bem e passeou pelas ruas do pricnipado, chegando até a colocar um segundo por volta no segundo colocado, seu companheiro de RBR, o alemão Sebastian Vettel. Vettel, inclusive, responsável por uma das poucas mudanças na parte da frente do grid, ao ultrapassar Kubica na largada.

Kubica chegou com sua Renault em terceiro e Felipe Massa terminou a corrida na posição em que largou, o quarto lugar. Lewis Hamilton terminou em quinto, posição em que largou.

Fernando Alonso chegou no sexto lugar! Primeiro porque foi beneficiado com a entrada do Safety Car logo nas primeiras voltas devido a uma forte batida de Hulkenberg, quando optou por trocar os pneus. E só não conseguiu ao menos mais um lugar porque o brasileiro Lucas di Grassi, com a frágil Virgin, conseguiu segurá-lo por mais de duas voltas. O espanhol reclamou, mas foi a chance para o Lucas mostrar o que sabe.

Falando em brasileiros, o carro de Bruno Senna quebrou, assim como posteriormente o de di Grassi e, mais para a segunda metade da prova, o de Rubens Barrichello. O brasileiro conseguiu saltar do nono para o sexto lugar na largada, mas viu seu carro se descontrolar após o pit stop até quebrar voltas depois, o que seria motivo suficiente para se irritar e jogar o volante no chão - apesar de querer sair correndo do carro, que ficou numa posição de risco na pista.

Fora isso, o grande lance da corrida foi no final quando o Safety Car entrou pela terceira vez na prova. Como consta na regra, o carro de segurança tem que sair antes da bandeirada, assim o sinal da pista fica verde. Alonso escorregou na entrada da reta dos boxes e M. Schumacher, que vinha atrás, aproveitou-se para ultrapassá-lo.

Ao menos foi engraçado, porém, não permitido. O heptacampeão mundial foi punido com o acréscimo de 20 segundos ao tempo final e caiu da 7ª para a 12ª posição, enquanto Alonso se manteve em 6º.

Ah, a grande palhaçada do dia ficou por conta de um carro que parou por superaquecimento quando a corrida estava com apenas dez voltas. Coisa de alguma das novatas Lottus, Virgin ou Hispania? Não, mas da poderosa McLaren, cuja equipe de Button esqueceu uma das tampas de entrada de ar.

Confira ao fila do post que a classificação do campeonato finalmente mostra a real colocação dos melhores carros. A RBR já fez o melhor carro de 2009 - só foi superada pela Brawn GP por causa do difusor traseiro diferente e na primeira metade da temporada - e também em 2010, onde ganha destaque por ser a melhor equipe independente do tipo de circuito (rápido ou travado). Dois pilotos dividindo a liderança e o campeonato construtores nas mãos.

O circo continua com suas atrações na Europa, daqui a duas semanas, no Grande Prêmio da Turquia, onde Felipe Massa venceu três das cinco corridas realizadas no circuito.


>> CLASSIFICAÇÃO
1º Webber 78 pts/ 2 vitórias; 2º Vettel 78 pts/ 1 vitória; 3º Alonso 75; 4º Button 70; 5º Massa 61; 6º Kubica 59; 7º Hamilton 59; 8º Rosberg 56; 12º Barrichello 7.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Circo a motor – Respeitem os ídolos!

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Ontem a Fórmula 1 comemorou exatos 60 anos do primeiro Grande Prêmio da categoria. Daquela época para hoje e para este fim de semana, apenas duas coincidências: o super-travado, e tão elegante quanto, circuito de Mônaco e a Ferrari.

A proximidade entre o GP anterior, o primeiro no período europeu, na Catalunha, e o GP de Mônaco, neste final de semana, quase me fez esquecer de escrever algo sobre a corrida em Barcelona.


“VELHINHOS”

Durante a semana, devido ao confronto entre Flamengo e Corinthians pela Libertadores, comentávamos num dos blogs de futebol que acompanho a “pena” sentida em relação ao Ronaldo. O cara é um vencedor só pelo que teve de enfrentar após as cirurgias e se arrastava em campo. Apesar de toda a imensa torcida anti-Corinthians no torneio e com a má fase do Fenômeno, os outros torcedores – exceto os rubro-negros- olham de outra forma aquele adversário.

Até que ele fez uma boa atuação, excelente se comparada ao que vinha fazendo este ano, mas no dia seguinte resolver conceder uma entrevista coletiva. Nesta, teve que responder uma pergunta sobre a falta de comprometimento dele. Foi uma das respostas mais emocionantes, e revoltadas, que eu já vi. Nada a acrescentar ao que ele disse.

Ao mesmo tempo, em outro esporte, seu maior vencedor era questionado até mesmo em seu país de origem. Michael Schumacher resolveu voltar ao circo após três anos parados e dividiu desde o início quem acompanha o automobilismo: ele é gênio e voltará com tudo ou sentirá as mudanças no carro e a falta de ritmo?

É fato que nas quatro primeiras corridas ele pouco fez, foi ultrapassado por pilotos com carros mais fracos e ficou muito atrás do seu companheiro de Mercedes, o também alemão Nico Rosberg. Mas criticar a sua volta é esquecer da imensa quantidade de mudanças no tempo em que ficou fora e, o principal, ninguém retoma uma carreira de onde se parou.

Não é porque ele não é o mesmo Schummi de antes – nem tem uma Ferrari trabalhando “só” para ele – que as críticas devam ser ásperas a ponto de se esquecer do que ele tem na F1. São SETE títulos mundiais, fora os demais recordes. Se a decisão foi certa ou não, acredito que no final da temporada ele mesmo pode responder. Afinal, ele não voltou por causa de dinheiro – ganhava US$ 7,5 mi. como consultor da Ferrari por ano.

GP DA CATALUNHA

O GP em Barcelona foi bem mais tranqüilo que os anteriores, já que não teve chuva, mas nem por isso perdeu em momentos emocionantes.

No treino oficial, para variar, a RBR ficou com a poleposition. Só que desta vez foi o australiano Mark Webber que fez o melhor tempo; Vettel em segundo. Para os brasileiros com carro, foi um desastre. Massa em nono e Barrichello em 18º, após mais uma de suas marés ao receber uma chuva de pedras de trás do carro de Hamilton.

Já na corrida, ambos largaram bem e ganharam posições. Até Bruno Senna, com um veículo enguiçável pulou da 24ª para a 17ª posição, abandonando a lata-velha antes de completar a primeira volta.

Para não me alongar muito, vamos aos fatos principais...

Webber foi o quarto piloto, em cinco provas, a vencer uma corrida. E de forma gigante, de ponta-a-ponta, com os melhores tempos.

Vettel perdeu posição nos boxes para Hamilton – algo que voltou a ocorrer com a diferença de volta em que se entrava – e caiu para terceiro. Para piorar, no final da corrida teve outro problema com o carro, na parte dianteira direita. Voltou aos boxes, trocou o pneu e não resolveu, tendo que ser avisado volta a volta a diminuir seu ritmo. Ainda conseguiu chegar em terceiro, pois...

Hamilton, que chegaria tranquilamente em segundo, sofreu no final com o desgaste dos pneus e viu o dianteiro direito estourar faltando uma volta (uma volta!) para o final da corrida. Melhor para...

Fernando Alonso, que numa corrida sem maiores sobressaltos, ganhou duas posições de presente na corrida na sua Espanha, para delírio da torcida.

Após largar pela primeira vez na frente de Rosberg, Shumacher deu um show na primeira parte da corrida ao segurar Jenson Button. No final, um merecidíssimo quarto lugar e a prova de que a qualidade não saiu dali.

Jenson Button chegou em quinto e manteve a liderança no campeonato, agora com uma diferença menor; Felipe Massa chegou em sexto e Rubens Barrichello chegou em nono, marcando mais dois pontos. Ah, Lucas di Grassi chegou em 19º.

>> CLASSIFICAÇÃO

1º Button 70/ 2º Alonso 67/ 3º Vettel 60/ 4º Webber 53/ 5º Rosberg 50/ 6º Hamilton 49/ 7º Massa 49/ 12º Barrichello 7.

domingo, 9 de maio de 2010

O submundo de Alice

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contei em outros posts aqui no Dialética que gosto de saber a opinião de jornalistas especialistas em cinema. Vou pouco ao cinema, hoje muito mais por não ter tempo, e consideraria perda de tempo e de dinheiro ir para ver um filme que não me agradará - ah, levo em consideração os textos que entram em contradição, algo comum no mundo do jornalismo cultural.

Alice no País das Maravilhas foi o segundo filme que mais esperava para este ano - o primeiro era Avatar. O fato de Tim Burton dirigir o longa-metragem baseado em obras das mais discutidos pela Filosofia, Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho; e da Disney espalhar imagens do filme; de ser em 3-D; da história parecer ser infantil, mas, desta vez, com a protagonista sendo adulta... Tudo isso chamou minha intenção.

Em contraposição, todas críticas foram negativas ao filme. De jornalistas de grandes jornais brasileiros, com matérias reproduzidas por aqui, até blogs de especializados no assunto e colegas que foram assisti-lo antes do que eu. Justamente de um filme que todos esperavam tanto e muito por causa de toda essa expectativa criada em torno dele.

Acabei indo mais por influência de tanto querer ver e tentar pegar alguma coisa filosófica do filme ou saber se era viagem demais dos autores que o discutiam. Porém, por mais insistência que alguém tenha me feito, não valia a minha aventura para vê-lo em 3-D.

PRÉ-FILME
Mas antes de entrar na discussão geral, de saber se as pessoas estavam certas ou não, coisas curiosas que vi no cinema da rede Severiano Ribeiro antes do filme, quer dizer, antes dos traillers.

Primeiro, uma propaganda afirmando que "por causa do escuro, no cinema os sentidos são aguçados" e daí ser uma boa opção para propagandas. Tudo com uma música que se identifica com outra forma de sensibilidade, que casais gostam de fazer durante os filmes...

Outra coisa foi a propaganda do IG, com notícias instantâneas, como o pedido de demissão do técncio do Corinthians que teve como resposta uma prorrogação em seu contrato. Algo tão informativo e em tempo real assim eu ainda não havia visto.

O QUE ESPERAR?
Como se não bastassem os comentários negativos ainda tive que enfrentar muitas crianças na sessão. E, para variar, há aqueles pré-adolescentes que vão em grupo e se acham no direito de conversar sobre qualquer besteira durante o filme.

Enfim, essa enrolação toda é porque saí da sessão do cinema com uma sensação estranha, de que o filme passou e pronto. Não deixou nada de especial; nada que eu pudesse dizer, "ao menos teve um certo ritmo".

Seria injusto dizer que não foi criativo colocar uma Alice mais adulta e bem diferente das mulheres qeu a cercavam e, consequentemente, louca para fugir das imposições sociais - desde peças de roupa a um casamento com um sujeito bem estranho.

Vá lá, outro ponto positivo é a forma com que se trata a memória dela, a transformação daquela aventura que ela semrpe achava ser um sonho até o momento que percebe que já viveu aquilo antes. Um fator que traz a dúvida a alguns dos outros personagens, já que aquela era uma Alie que não era a que todos esperavam para o "Glorian Day". Mas ela vai se achando ao longo do longa.

Johnny Depp se não foi sensacional como todos esperavam, também não foi um desastre, não causou, ao menos em mim, um imenso desapontamento. O "Chapeleiro Maluco" teve sua importância na história, transformou-se num coadjuvante, mas não a ponto de ganhar o destaque de alguns pôsteres.

As rainhas são personagens interessantes para se destacar, e por motivos diferente. Se temos a maquiavélica Rainha de Copas, com seus soldados-cartas diferentes em relação ao desenho, cercada por puxa-sacos, e com uma imensa cabeça em forma de coração, só que com características definidas; temos do outro lado uma Rainha Branca que irrita qualquer um com o seu exagero nos bons modos.

Confesso que torcia para que ela virasse a vilã da história. Não sei se sou muito pessimista, mas ninguém é tão bom daquele jeito sem soar falsidade. Pode ser até que também seja assim na história do livro, o qual não tive a oportunidade de ler ainda, mas não deixará de ser irritante. Parece uma cópia do que a sociedade do mundo de cima espera de Alice.

Não é à toa o tamanho da responsabilidade que Alice tem em cumprir com o destino determinado e matar o jaguadarte - nome que gosto bastante. Como ninguém lê mesmo isso aqui e a história é bem conhecida, um spoiler: estranho como alguém que afirmou o tempo inteiro que não conseguia matar ninguém cortou a cabeça do animal de forma tão fria. É só reparar que o Chapeleiro Maluco hesitou em matar o escudeiro da Rainha de Copas.

A metralhadora giratória em argumentos após subir novamente até que foi legal e bastante surpreendente para a sociedade da época. Algo como um marco na alteração da maneira dos jovens se comportarem.

A fotografia do filme também foi boa, especialmente para o gato, cujos aparecimentos devem ficar interessantes em 3-D, mas para quem viu Avatar a tão pouco tempo, é impossível não comparar e ver que Alice fica bem aquém.

Quanto ao conteúdo, só lendo os livros e revendo os filmes anteriores para ter realmente algo para se comparar. Pelo menos por enquanto, fico com a sensação que o ritmo do filme correu para levá-lo ao fim.