quinta-feira, 22 de março de 2012

[Por Trás do Gol] Quêde a goleada?

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Segundo jogo do ano, Copa do Brasil. Pequeno do "interior" do país contra grande de uma grande cidade. Primeiro jogo: 3 a 2 para o grande, após estar perdendo por 2 a 0. O que esperar do jogo de volta, mídia gaúcha? "Bertoglio irá muito bem e o Grêmio goleará". Simples assim!

Eu confesso que não costumo ver com "bons olhos" o que é produzido pelo Globo Esporte RS - com raras exceções, caso da recente série sobre os empresários no Rio Grande do Sul -, mas assim já é demais (e a repetição dos mesmos argumentos para o primeiro jogo. Para "piorar", morei em Sergipe durante a infância, o que afeta ainda mais os brios do crítico da mídia.

(P.S.: Não acreditamos em imparcialidade)

Recebi o convite de um amigo gremista no início da semana para ir ao jogo, que seria num horário bom para quem mora em outra cidade, 19h30. Óbvio que por mais que o futebol tenha o seu caráter imprevisível, e que eu saiba muito bem disso após a eliminação do Palmeiras para o ASA em 2002, eu imaginava que o Grêmio se classificasse, nem iria torcer contra, mas que se não fosse goleada seria algo espetacular!

ÔNIBUS
Em Porto Alegre há um bom sistema de transporte para dias de jogos. Basta você chegar no Mercado, onde fica a última estação do metrô, que tem ônibus esperando, que lhe colocam do lado do estádio, direto. Um possível problema é que eles esperam encher ônibus por ônibus, em vez de fazer uma fila deles - como é na volta.

Creio que para quem é palmeirense e ficou no meio do Tobogã com a torcida do Corinthians, quase nada - talvez só o Boca Juniors - assuste pra valer. Desta vez, o caminho até o Olímpico foi inteiro com cânticos, em português e portunhol, da torcida e batidas no teto, nos vidros, nas cadeiras, no chão e nas laterais.

Tem alguns deles que eu lembro de ter ouvido lá em Maceió. Afinal, a "paixão" entre os rivais é tão grande que sempre falam dele nessas horas. O mais destacado, que é difícil até de descrever qualquer frase sobre é o que termina assim: "Ei _______ vai tomar _____". Algo que torcedor do Rei Pelé, rival de outro clube que veste vermelho, sabe muito bem como completar...

Mas nada é comparável com o "Como cerveja, cocaína, LSD". E, após tudo isso, ir da Azenha a Tóquio". O pessoal é bravo mesmo por aqui...

PRIMEIRO TEMPO
Chegamos no estádio com a bola já rolando e com um bom público - 20.009 pessoas. Como da outra vez, ficamos perto da Geral - a que faz a avalanche. A organizada não para um minuto com os tambores e os cânticos.

Como frequentemente em jogos assim, o Grêmio atacava, atacava, atacava e o River Plate se defendia para tentar algo nos contra-ataques. Num desses, após cobrança de escanteio, Lêle apareceu sozinho na frente de Victor, dividiu com o goleiro e, na sobra, empurrou para o gol. River Plate-SE 1X0 Grêmio com 11 minutos do primeiro tempo.

Enquanto a torcida gremista passou a gritar ainda mais, na minha cabeça só passava: "quêde a goleada agora? Isso aqui ainda é futebol!!!". Depois lembrei que Vanderlei Luxemburgo era o treinador daquela fatídica desclassificação do Palmeiras frente ao ASA em pleno Palestra Itália, em 2002 - desclassificação porque os arapiraquenses marcaram um gol em São Paulo.

Pablo, el gordito, não deixava passar nada. Na única que a bola cruzou a área com real perigo no primeiro tempo, Marcelo Moreno, há dois passos da "goleira", pisou na bola, atrapalhou-se tentando driblar o goleiro e chutou mascado para empatar o jogo. 

Dois minutos depois, o mesmo Lêle acerta uma pancada no Bertoglio e foi expulso. Nada melhor que a frase do meu amigo gremista na hora: "o cara vai dizer o que aos companheiros? O time jogando bem e faz isso?".

Nos minutos finais, Victor foi acertar uma manchete na bola e quase sofre um frango. O primeiro tempo terminou mesmo empatado por 1 a 1.

SEGUNDO TEMPO
No segundo tempo, vimos o Grêmio manter a posse de bola, mas com menos chances criadas. O River Plate não conseguia assustar tanto nos contra-ataques. Foi curioso ver as alterações do Grêmio. Na primeira, o preparador correu para chamar um atleta, André Lima foi o primeiro a se apresentar, balançou a cabeça, mas o profissional chamou Léo Gago, que entrou no lugar de Souza. Na segunda, Marquinhos entrou no lugar de Marco Antônio, com razoáveis aplausos.

André Lima entraria depois, no lugar de Marcelo Moreno. A minha surpresa foi ver o quanto os gremistas gostam dele. O meu amigo justifica ao dizer que ele nem sequer pensou em qualquer outra proposta para sair do clube no ano passado - ainda bem que ele não foi ao Palmeiras em troca do Kleber mesmo, El Pirata dá conta do recado.

Lembrando os velhos tempos de Jardel, se a defesa do River atuou bravamente e muito bem durante toda a partida, vai pelo alto mesmo. O zagueiro Werley cabeceou para o gol e fez a torcida se sentir aliviada com o resultado, mas isso já depois dos 30 minutos.


Só que do outro lado do campo, Victor dava outro susto ao sair jogando com os pés, errou o passe e quase gera o gol de empate do River Plate, que até criou mais uma chance ou outra, aproveitando-se da mudança no esquema tricolor, com dois volantes e dois meias, e não três volantes e um meia.

Aos 39, Léo Gago bateu falta rasteira e forte, no canto! Pablo não conseguiria alcançar. Festa gremista, 3 a 1 no Olímpico e suspiro do profexô, que espantou qualquer chance de zebra. O adversário na segunda fase é o mineiro Ipatinga.

Ah, na volta, havia torcedores do Grêmio ouvindo The Strongest X Internacional - ô, amor! - no ônibus. Saiu o (bizarro) gol colorado na Bolívia e qualquer torcedor(a) do Inter na rua era xingado de tudo o que era pior possível. Isso porque durante o jogo, do nada, os torcedores comemoraram, era gol do The Strongest.

terça-feira, 13 de março de 2012

Para pião! Morre peão!

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Gira pião, gira pião, vai parar na mão do seu dono...

Vanguarda ou suicida? 

Peão geralmente é quem dá os primeiros passos.

Gira pião, gira pião, não deixa o seu dono perder...

Peão é o mais fraco, o que protege os nobres do reinado e da religião.

Anda peão! Abre espaço para que cavalos, bispos, torres e rainhas venham com mais segurança!

Gira pião! Só não acerta o pé de quem faz você rodar...

Morre peão. Você não é o rei para ter máxima proteção.

Nada da força dos cavalos, das orações dos bispos, da guarita das torres.

Nem ter uma rainha para se jogar na sua frente evitando sua morte...

Para pião. É a vez do Outro jogar com seu congênere.

Para pião!

Morre peão!

quarta-feira, 7 de março de 2012

[Em busca do El Dorado] 1 ano de Rio Grande do Sul

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Cabeça querendo pular do pescoço, mais e mais e-mails com trabalhos a fazer e sendo cozinhado em banho-maria no forte verão do Rio Grande do Sul... Pois é, há um ano eu nem imaginava que o calor gaúcho pudesse ser bem maior que o do litoral nordestino. Muito menos que eu poderia sentir falta das praias, algo que nunca gostei muito por conta da vermelhidão da pele depois. Como diria o companheiro que edita o programa de rádio conosco, eu peguei a pior sequência de frio e calor no Rio Grande do Sul nos últimos anos.

Frio vem de bater os dentes, de não sentir as bochechas ou a boca, de não aguentar ficar parado em frente ao computador, mesmo cheio de roupas. Porém, o calor vem que até ficar em casa cansa, com o problema de se não ter água de coco ou caldo de cana na esquina e, muito menos, uma boa praia para passar os finais de tarde comendo tapioca.

Este texto de um ano por aqui foi muito pensado, mas na hora de digitar algo sobre poucas coisas me veem à cabeça - se bem que ela está querendo sair do pescoço, então... Mas vamos lá. Até mesmo porque eu não tinha a intenção de escrever coisas como um colega da época da graduação fez com o seu um ano em Brasília, ou uma colega do Mestrado fez ontem, ambos via redes sociais.

É algo que é visto com estranheza para a maioria das pessoas, mas eu não tenho tanto apego/saudade da família que ficou em Alagoas. Não que eu não sinta falta, porém, sair de casa era uma opção pensada há alguns anos, então a liberdade teria que pesar mais. Por mais trabalho que se dê em centralizar todas as atividades para a sobrevivência, o que inclui economia doméstica, lavar, passar, cozinhar, etc.

Mas deixar o mal humor se apropriar dessas "mal-traçadas linhas" seria injusto. Nesses 366 dias aqui vividos, não necessariamente todos eles passados por aqui, profissionalmente/academicamente, o meu crescimento foi muito bom. Como costumava falar até pouco tempo, em Alagoas eu tinha que correr atrás das coisas, aqui são elas que correm atrás de mim - e já estou num ponto de ser obrigado a dispensar uma ou outra, fazer o quê?

Neste período, pude (pagar e) ir para alguns eventos de nível nacional e internacional em outros Estados, apresentando trabalhos, discutindo os mais variados assuntos de ordem científica, conhecer uma pessoa ou outra e, o melhor, consegui ver o Palmeiras em campo, com Marcos estreando a camisa especial detalhes em dourado e ainda visitei o Palestra Itália em reforma!

Também acompanhei jogos aqui no Rio Grande do Sul. Fui a Pelotas conhecer a famosa fanática torcida xavante, do Brasil de Pelotas; segurei-me no meio da torcida do Grêmio, torcendo para o Palmeiras aqui no Olímpico - se bem que para um palmeirense que ficou no meio da torcida do São Paulo no Morumbi e no tobogã vendo jogo do Corinthians, isso é de menos... -, também vi Canoas X Cerâmica no campo da Ulbra, aqui perto, em Canoas. O Beira-Rio só fui para ciclo de palestras, nada de jogo por enquanto.

Mas o bom mesmo em termos futebolísticos foi sentir o nível da birra entre torcedores de Grêmio e Inter e o ódio de alguns outros, resistentes e apaixonados torcedores de seus clubes menores, ao menos com poucos recursos financeiros, com direito a faixas "anti-grenais" e blogs que tomam como objetivo de acompanhamento os que não são vistos, lidos e ouvidos nos grandes meios de comunicação gaúchos.

Conheci algumas pessoas nesse período, muita gente boa, algumas com direito a rodas de chimarrão, boas conversas - mesmo que eu continue não saindo muito, e irritando muitos por conta disso. Amigos? Sim, talvez, e estranhamente até, em maior quantidade que em terras caetés, seja no grupo de pesquisa ou, principalmente, no apartamento em que divido.

Alagoas sempre representou muito para mim, mesmo quando criança, em que foram dez dos doze primeiros anos de vida morando numa cidade em outro Estado. A diferença agora é que não dá para pegar o carro, ou ir de ônibus, atravessar o querido Rio São Francisco e chegar em Maceió.

Acho que uma grande diferença daquela época para a atual, é que sou "sofredor" do CSA de carteirinha, acompanhando os jogos do clube rodada após rodada, consequentemente, mais me irritando a cada partida que comemorando uma possível volta aos gloriosos tempos que marcam a história do maior campeão do Estado. Mas nem por isso deixo de acompanhar os demais jogos e o campeonato em si, um dos melhores dos últimos anos.

Paro por aqui. Não está rolando hoje, como prova o título sem reticências ou as mais prováveis exclamações. Caso outro dia voltemos ao funcionamento normal, faremos outro texto. Até mesmo porque, pelo menos, terei mais onze ou doze meses pela frente.

A ideia era encerrar o texto com uma música, mas com o andar atual das carruagens da indústria da música no Brasil, deixo a letra de uma delas e o link para quem quiser ouvi-la. Chico Buarque e "Meu caro amigo":

Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando e também sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo o pessoal
Adeus

terça-feira, 6 de março de 2012

MÍDIA & FUTEBOL: Enfrentamento na TV paga, disputa na TV aberta

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Se, desde o início, 2011 foi um ano pródigo de disputas por direitos de transmissão de eventos esportivos, com destaque para a disputa vencida pela Rede Globo pelo Campeonato Brasileiro de Futebol, 2012 começa como a maioria dos últimos anos na TV aberta: filiadas e afiliadas da emissora da família Marinho transmitindo a maioria dos estaduais do país. O futebol brasileiro teve suas primeiras partidas oficiais de 2012 em janeiro. No dia 14 deu-se início a alguns campeonatos, casos de Alagoas e Pernambuco. O Rio Grande do Sul teve partida adiantada para o dia 18/01 por conta da participação do Internacional na fase classificatória da Libertadores, enquanto Minas Gerais só começou no dia 28 de janeiro.

Como os dois maiores e mais valiosos estaduais do país, o Paulista e o Carioca, só começaram no dia 21 de janeiro, a transmissão oficial da Rede Globo por todo o Brasil começou nesta data. Assim, mesmo, com dois times recém-ingressados na Série A do Brasileiro, os pernambucanos só puderam ver jogos do seu campeonato a partir da terceira rodada. Para piorar, em vez de assistirem a algum jogo da primeira rodada do seu estadual no dia 15, a Globo Nordeste transmitiu o amistoso entre Flamengo e Corinthians, realizado em Londrina.

O mapa divulgado pela Central Globo de Afiliadas e Licenciamento, em janeiro, mostra que apenas 12 dos 27 campeonatos regionais do país serão transmitidos por Globo e afiliadas. A divisão assinala que os outros estados irão retransmitir o Campeonato Carioca, em mais uma prova do não cumprimento das finalidades regionais garantidas pelo artigo 221 da Constituição Federal, havendo concentração cultural. Só Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, enquanto não começarem seus respectivos campeonatos, transmitirão o Paulistão.

Duas afiliadas da Record transmitem estaduais

Este processo de difusão a partir do eixo Rio-São Paulo – no caso da Globo, o Rio de Janeiro, onde está sua sede, é uma prática antiga, que remete aos primórdios da radiodifusão nacional (da velha Rádio Nacional) e que muito serviu, e ainda serve, para ampliar as torcidas dos principais clubes do Brasil afora. O que justifica, por exemplo, que o Flamengo seja o time com mais torcedores em regiões tão distantes do clube quanto Norte e Nordeste.

A Globo “se liga em você” a partir da imposição de uma cultura com finalidades fortemente ligadas a seus interesses e com produção a partir de um padrão tecno-estético definido, com um sotaque que não se encontra em nenhum lugar do país, querendo ser nacional sem que a nação tenha uma característica generalizada e definitiva. O que interessa a um morador do Pará saber às vésperas de todo feriado que as ruas de São Paulo estão congestionadas? Por que não mostrar um jogo local em que o torcedor possa ver seu time?

Dos estados que “sobram” na lista, com campeonato na ativa, em poucos alguma concorrente resolveu apostar na transmissão dos torneios. Após a iniciativa estimulada pela Record em 2007, só duas de suas afiliadas continuam a transmitir estaduais: a TV Pajuçara, de Alagoas, e a TV Atalaia, de Sergipe. No Rio Grande do Norte, a transmissão é da TV União (cabo), enquanto no Pará a transmissão vem da TV Cultura, emissora público-estatal.

Concentração vertical

Já na na TV fechada, a entrada do canal Fox Sports continua gerando mais e mais desdobramentos. Mesmo em ação desde o dia 05 de fevereiro, com uma equipe experiente e cuja base veio dos canais SporTV, até agora não conseguiu um acordo para estar nas principais operadoras do setor, Net e Sky – ambas tendo as Organizações Globo como sócia e detendo cerca de 70% do mercado. Assim, a Copa Santander Libertadores segue sendo transmitida para poucas pessoas, em meio a uma forte briga que já ultrapassou os bastidores.

Repórteres e narradores da Fox Sports pedem nas transmissões e em redes sociais para os telespectadores pressionarem as operadoras a incluírem o canal no seu line-up, com direito até à divulgação dos números de telefone das centrais de atendimento de cada uma no site oficial do canal. Como resposta, a Sky pede que os consumidores pressionem a News Corp. para transmitir os jogos da Libertadores em seus outros canais, FX e Speed. Além disso, a propaganda do Fox Sports é transmitida sem áudio pela operadora.

Um dos problemas para a falta de acordo seria que, apesar da Fox Sports querer entrar no pacote básico das operadoras, estaria cobrando um valor acima do normal. Porém, pesa a questão da concentração vertical presente no setor, apesar da recente aprovação da Lei nº 12.485/2010, que regula a comunicação audiovisual de acesso condicionado. As Organizações Globo podem usar do fato de serem proprietárias de operadora e de canais de transmissão para evitar que seus concorrentes entrem no rol oferecido pelas empresas do setor.

Briga sem rumos definidos

Com aporte financeiro estimado em US$ 200 milhões para os dois primeiros anos, a empresa do grupo News Corporation, de Rupert Murdoch, não contava que a antiga parceira na própria Sky/Directv – cuja participação majoritária o Grupo News Corp. repassou ao grupo Liberty em 2007 – fosse estabelecer barreiras tão fortes para sua entrada. Ainda mais quando se está num processo de transição para uma presença maior do capital estrangeiro no setor de transmissão paga, com a permissão das empresas de telecomunicações distribuírem conteúdo.

Esta disputa já dá sinais que vai respingar na TV aberta. Após a tentativa frustrada em adquirir o canal de esportes BandSports, pertencente ao Grupo Bandeirantes, a News Corp iniciou conversas com a Rede Record. O grupo brasileiro visualiza o final do contrato de exclusividade da Rede Globo, em 2018, para a transmissão da Copa Santander Libertadores. A briga entre um poderoso conglomerado internacional e o maior grupo comunicacional da América do Sul segue forte e sem rumos definidos, mostrando o que será 2012.

***

[Por Valério Cruz Brittos e Anderson David Gomes dos Santos]
 
Originalmente publicado no Observatório da Imprensa.

segunda-feira, 5 de março de 2012

[Por Trás do Gol] A volta do titã alvirrubro

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Muita coisa em jogo em apenas uma partida na Sala da Justiça do futebol alagoano. The CRB Flash jogava num Trapichão lotado, que desde 1997 não o via em final de turno - por conta, também, de mudanças de fórmulas em anos anteriores, já que o último título estadual foi em 2002. Do outro lado, um rival que não vencia desde abril de 2007, simplesmente o maior super herói alagoano deste século, Lee ASA Fark. Em disputa também a garantia de ser um dos finalistas do Alagoano e vagas na Copa do Brasil e no Campeonato do Nordeste do ano que vem. 

Como o primeiro confronto terminou empatado por 2 a 2, uma vitória, de quem quer que fosse, garantiria o título do primeiro turno. Empate no tempo normal geraria prorrogação, novo empate na prorrogação e a disputa seria disputada nos pênaltis.

TEMPO NORMAL
Quem acompanhou a batalha final do turno entre o Fantasma do Agreste e The CRB Flash, seja no estádio ou via rádio e televisão, pôde apreciar uma disputa bem diferente da que ocorreu na Caverna do Agreste. Jogando em seu território, CRB tinha mais volume de jogo, mas deixava muitos espaços na defesa para o contra-ataque do rival.

A principal arma de Wally Cock West era a violação das leis da física na cobrança de bolas paradas. Numa sequência de três escanteios nos minutos iniciais, Geovani bateu fechado e a bola acertou o travessão de ASA. Tutti também não deixava passar uma bola que chegava ao gol, enquanto a munição do Fantasma era desperdiçada com chutes de fora da área e bem longe da direção da trave.

Se em Arapiraca o gol do adversário saiu no final do primeiro round, em Maceió ele veio bem antes, aos 31 minutos. Após ligação direta da defesa pelo coringa Didira, a maior arma de ataque deste campeonato, Lúcio Maranhão, passou por dois marcadores e bateu para o fundo do gol. Festa dos torcedores de Lee ASA Falk, 1 a 0.

Paulo Comelli ainda tentou organizar a rapidez de CRB, ampliando o potencial decisivo da disputa ao colocar Aloísio Chulapa no lugar do apagado Thiago Marabá. Após mais uma ou outra chance desperdiçada pelo herói alvirrubro e mais outro chute errado do Fantasma, o primeiro tempo terminou um a zero para os visitantes inglórios.

Quanto mais o segundo tempo passava, mais desesperada ficava os adeptos de Wally Cock West nas arquibancadas. O anel da caveira, representado pelo goleiro Tutti, não deixava passar uma bola. Para piorar, a melhor chance dos minutos iniciais foi de Lee ASA Fark. Didira cobrou escanteio fechado, mas também viu a bola bater no travessão.

O Fantasma do Agreste ia parando as jogadas do ataque adversário com uma série de faltas, não importasse a distância. Para sua sorte, até ali, Geovani não acertava o pé, ficando na barreira ou batendo muito distante do gol. Comelli mudava o time para tentar alterar a situação, com as entradas de Aloísio Pereira e Leandrinho. O adversário chegou ainda tirou Valdívia - não o "mago" palmeirense - para colocar Gabriel, para dar movimentação nos contra-ataques que pouco voltaram a ocorrer.

Lúcio Maranhão teve a chance de acabar com a decisão, mas o contestado Cristiano, que assistia à jogada, conseguiu desviar para escanteio. No lance seguinte, Geovani recebe excelente passe de Aloísio Pereira e aproveitando a super velocidade, empata o jogo com um chute de primeiro para The CRB Flash, aos 38 minutos do segundo round!

Mais um empate nos 90 minutos na Sala da Justiça Trapichão, a decisão vai à prorrogação!

MAIS EMOÇÕES
Se o Fantasma do Agreste segurou o ritmo no segundo round, a prorrogação teve um início com muito ataque do alvinegro. Numa cobrança de escanteio, o Fantasma usou o poder do anel da caveira para deixar Audálio receber sozinho na frente do gol e recolocá-lo na frente do placar. Lee ASA Fark 2-1 The CRB Flash.

A torcida de CRB se calou por alguns momentos após o segundo grande golpe sofrido. O intervalo da prorrogação desta batalha serviu para acalmar os ânimos e lembrar que ainda faltavam 15 minutos pela frente.

Lee ASA Fark continuava cometendo faltas, mesmo que pudessem criar perigo, e acabou sofrendo com isso aos 3 minutos do segundo round prorrogativo. Geovani acertou o pé esquerdo e mandou a bola para o gol. Tutti ainda tentou evitar, mas a veloz bola de The CRB Flash já tinha entrado. The CRB Flash 2-2 Lee ASA Fark.

Curiosamente, após o gol de empate, o Fantasma do Agreste continuou segurando o ritmo do jogo, enquanto Wally Cock West tentava virar o jogo. Em vão, a disputa foi aos pênaltis após novo empate por 1 a 1.

HERÓIS APARECEM
Muito contestado ao longo do primeiro turno, o goleiro Cristiano passou a ter seu nome gritado pelos torcedores. Na primeira cobrança, Aloísio Pereira marcou para The CRB Flash, mas Cristiano venceu o confronto com a principal arma de Lee ASA Fark, Lúcio Maranhão.

Na vantagem, as cobranças de CRB eram certeiras, com mais três gols, de Geovani, Rodrigão e Rodrigo Dantas. O Fantasma do Agreste mantinha suas forças com gols de Gabriel e Fabiano. Porém, no primeiro pênalti em que o título estava realmente em jogo, o Fantasma exagerou e Jorginho isolou a bola - assim como Roberto Baggio, em 1994, e Mendes, na quarta-feira passada.

Mesmo com mais um jogo sem vencer Lee ASA Fark, The CRB Flash confirma a sua nova fase e vence após 15 anos um turno do Estadual!


The CRB Flash vence 1º turno e se prepara para disputar
um título que não vem há 10 anos.

sábado, 3 de março de 2012

[Por Trás do Gol] A volta dos titãs alagoanos

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dois anos, eu apresentava os titãs alagoanos. O segundo turno do Alagoano 2010 era decidido pelo Batman Tricolor (Bruce Corinthians Wayne), o Hulk do Litoral Sul (Bruce Coruripe Banner) e a dupla que faria o confronto final daquele ano, o Fantasma do Agreste (Lee ASA Fark) e Murici Green Lantern (Hal Jordan da Zona da Mata). 

A grande batalha teve direito a comentários dos super herois mais aclamados no universo alagoano: Clark CSA Kent, cada vez mais em sua versão humana que de Super Blue-Man; e The CRB Flash (Wally Cock West).

Dois anos depois, chegamos à final do primeiro turno na disputa para quem será o protetor do setor Alagoas do universo - e como o Estado precisa de super heróis... Enquanto Clark CSA Kant tropeçou na criptonita vinda de Olho D'Água das Flores e ficou de fora da fase final mais uma vez; The CRB Flash vive uma fase totalmente diferente e garantiu, com um primeiro lugar na fase inicial, a classificação do outro time da capital.

Wally Cock West vive um momento especial, após o vice-campeonato da Série C, que deu vaga à Segunda Divisão e a inédita manutenção da base do Brasileiro para o Estadual. No ano do centenário, vencer a disputa local virou obrigação, ainda mais para fugir das piadas dos adversários, que sempre disseram que apesar de ser muito rápido, o Flash não conseguia chegar antes de uma fila de 10 metros!

CONFRONTOS SEMIFINAIS
Nas semifinais, Wally Cock enfrentou Murici Green Lantern e passou fácil, empate em 1 a 1 no território adversário e goleada por 5 a 0 na Sala da Justiça alagoana, onde um rei foi homenageado, mesmo lá tendo pouco jogado. Coisas de "super heróis" estadunidenses...

No outro confronto, o atual líder da Liga da Justiça Alagoana, o Fantasma do Agreste teve os mesmos resultados contra o Batman Tricolor, recém mudado para Gothan Pilar City. A diferença foi na ordem, vitória na Caverna do Agreste por 5 a 0 no jogo de ida e empate por 1 a 1 no território adversário.

PRIMEIRO JOGO DA FINAL
Tabu! Esta foi a principal palavra falada antes, durante e depois do primeiro confronto decisivo entre Lee ASA Fark e Wally Cock West. O último, além de não vencer o título universal há 10 anos, não consegue uma vitória contra ASA desde 2007, com direito a dez derrotas nos últimos dez jogos! Fora o tempo que não participava de decisão de turno...

Mas avisamos acima, a fase é outra. Por mais que a encarnação do Fantasma, o coringa Didira, tenha começado muito bem, Lee ASA Falk não conseguiu acerta nenhum tiro com suas armas de calibre .45. Como quem não bate, leva e quem não faz, toma, The CRB Flash usou dos seus reflexos sobrehumanos.

Na última jogada do primeiro round, Jadilson passou por todo mundo na esquerda e cruzou para Rodrigo Dantas se antecipar e tocar para o gol. The CRB Flash 1 a 0.

Mas o segundo round trouxe ainda mais força para o Fantasma do Agreste. Primeiro, mirou com o anel da caveira para Felipe, que foi expulso no time adversário. Depois, usou o anel do bem para mandar o chute de Gabriel em cobrança de falta, à lá R10 contra a Inglaterra. Só isso para explicar...

Quando tod@s esperavam que Lee ASA Fark dominaria na Caverna do Agreste, Wally Cock West rompe as leis da matemática, para além das de física, e volta à frente do marcador logo em seguida, com Elsinho. Alguém ainda duvida da rapidez dele? The CRB Flash 2 a 1.

O Fantasma do Agreste tentava, tentava, mas nada de acertar o alvo. Só restava puxar a pistola Lúcio Maranhão, o artilheiro do campeonato, que apareceu para empatar o confronto inicial aos 40 minutos do segundo round!

O excelente confronto da Liga da Justiça Alagoana terminou empatada por dois a dois.

CONFRONTO FINAL
A primeira grande decisão de "A volta dos titãs alagoanos" ocorrerá neste domingo e nada melhor que a Sala da Justiça, o Trapichão, para receber confronto de tamanha magnitude. Por mais que para isso, Wally Cock West tenha confrontado outros adversários para que o confronto se desse no domingo á tarde...

De certo, The CRB Flash não contará com o expulso zagueiro Felipe, enquanto Lee ASA Fark terá a ausência do suspenso Augusto, na lateral-esquerda. Será uma disputa que até pode não acabar com todos os tabus entre os adversários, mas pode garantir um título que não aparece nem perto da Pajuçara desde 2002.

sexta-feira, 2 de março de 2012

[Gauchão 2012] Festa grená na vizinha Novo Hamburgo

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Página para postar aberta há um tempo, Twitter com posts do jogo idem, leitura de alguns textos "alternativos" sobre a final também, mas nada de inspiração para escrever, dois dias depois, sobre a grande final da Taça Piratini.

Primeiro, é preciso que eu diga que a ideia original era escrever sobre o jogo entre Novo Hamburgo e Caxias assim que ele terminasse. Porém, como a decisão foi aos pênaltis e no dia seguinte tinha atividades de trabalho desde cedo, não pude fazê-lo.

Depois, é bem estranho ter de escrever sobre algo, de tamanha importância, dias depois que ele tenha ocorrido. Mas há uma parte boa. Enquanto a "grande" (?) mídia sul rio-grandense opta por focar na assinatura ou não de contrato para a reforma do Beira-Rio, é a chance, mesmo que pequena, de manter a final da Taça Piratini em relevância - mais que merecida.

TEMPOS DISTINTOS
Confesso que apesar de a TV estar ligada no jogo do Estádio do Vale, dividia as atenções com o primeiro jogo da final do Alagoano, entre os nossos representantes da Série B - ASA e CRB. Grande partida por sinal, 2 a 2, com variações ao longo do jogo. 

Ainda assim, pude ver um Caxias avassalador no início da partida. Botando pressão na casa do adversário, que só foi acordar depois de alguns minutos. E a primeira grande chance do jogo foi do Novo Hamburgo. Juba, um dos artilheiros do Gauchão 2012, recebeu de frente para Paulo Sérgio, mas estranhamente chutou pra fora - e quantos "tiros de meta" ainda veríamos até o final do jogo...

O Caxias seguia melhor. Numa das chances, o atacante Vanderlei tentou acertar um voleio na pequena área, mas a bola bateu na canela e subiu bem acima da trave de Eduardo Martini. Mas Vanderlei não desperdiçou a segunda chance. Recebeu sem marcação e com matada no peito e chute preciso abriu o placar da final. Caxias 1 a 0.

O meia Claiton, que ninguém sabe até agora porque Itamar Schulle começou com ele na reserva, entrou ainda na primeira etapa, no lugar de Pedrinho, para dar maior vazão ao ataque da casa.

O primeiro tempo ainda teve outro "tiro de meta" anilado, de Alexandre, e acabou com a vitória do clube da Serra Gaúcha sobre o time da local região do Vale dos Sinos.

No intervalo, apesar de usar boa parte dele para mostrar a frente do Beira-Rio sem energia elétrica, a emissora que transmite o Gauchão não soube enrolar o suficiente enquanto a ambulância do estádio encaminhava um torcedor do Caxias para o hospital. Minutos de tédio pela falta de criatividade da dupla narrador-comentarista, que ainda pagariam por isso depois...

A segunda etapa mostrou um jogo com muito mais volume de jogo do Novo Hamburgo, principalmente com excelente jogo de Claiton - que dizem as más línguas que está sendo observado por Grêmio e Palmeiras - e Márcio Hahn, o veterano que se multiplicou em todo o campo até sair por conta de cansaço muscular.

Wangler - ô nome difícil para eu lembrar como se escreve - perdeu a primeira oportunidade para o Caxias, ao "recuar" para Martini. Depois foi a vez do enfaixado Mendes temer colocar a cabeça machucada na bola e "recuar" para Paulo Sérgio, que trabalhou bem no balaço de Marlon.

O Novo Hamburgo começava uma blitz no ataque enquanto o Caxias apostava no contra-ataque. Curiosamente, foi a faixa de proteção na cabeça do atacante anilado que fez a diferença. Após um cruzamento da esquerda, Mendes bateu meio torto, de lado da cabeça, e tirou qualquer chance de defesa de Eduardo Martini. Novo Hamburgo 1 a 1.

Festa da torcida, que não parava de gritar "Olê, olê, olê, olá, Noia, Noia!" - que daria prisão em Alagoas. Além de bater bastões durante o jogo todo. O que agradecemos, pois fazia com que a dupla da emissora de TV mal se ouvissem. Só não foi mais perfeito porque nós ainda podíamos ouvi-los falando...

Paulinho Macaíba, o herói (do CSA em 2008 e) da classificação na semifinal ainda entrou no segundo tempo, mas pouco apareceu. O Noia até que tentou chegar, mas não contou com um bom dia para o artilheiro Juba, que chegou a desperdiçar outra clara chance de gol.

O 1 a 1 no placar acabou sendo um mal resultado pelo que o Novo Hamburgo atacou e criou oportunidades, mas excelente para o nível das duas equipes, as melhores até aqui no Estadual. Além de garantir, pelo segundo ano consecutivo, uma decisão nos pênaltis da Taça Piratini - mas sem a necessidade de acréscimo "eternos" para que isso ocorresse.

O PRENÚNCIO DOS PÊNALTIS
Um dos amigos que moram comigo resolveu assistir o final da partida comigo. Torcia pelo Novo Hamburgo pela proximidade, mas quando foi aos pênaltis me disse com pesar: "Eu dou azar em pênaltis"...

Nunca vi tanta gente do Novo Hamburgo antes da cobrança dos penais. Diretores, jogadores de categorias de base, todo mundo "expulso" de campo por Vuaden. Enquanto isso, o Caxias queria inventar "moda" e colocar os jogadores reservas e comissão técnica do outro lado do campo, para ficar do lado da torcida. O quarto árbitro pedindo para que eles fossem  ao outro lado e o técnico Paulo Porto mandando que eles ficassem...

As cobranças começaram com Paulinho Macaíba. Bola para o lado esquerdo, goleiro do lado oposto. Seria perfeito se ela não tivesse triscado na trave e ido para fora.

Mas não foi tão problemático porque o filósofo Mateus fez tudo do lado inverso, com a exceção da bola sequer ter batido na trave. Afinal, como diria ele no final da partida, "só bate quem erra".

Alternadamente, Novo Hamburgo e Caxias acertaram os dois pênaltis seguintes, com Pedro Silva e Michel. 

Claiton, um dos destaques anilados, foi para a cobrança seguinte e "recuou" para Paulo Sérgio, que acertou o canto e só fez segurar a bola. Martini até tentou igualar tudo, acertou o lado na cobrança de Humberto e até tocou na bola, mas ela entrou.

Marlon e Paraná ainda acertaram os seus, bastando um gol do Caxias para o título ou o erro de Mendes para que isso ocorresse. E ocorreu. Imitando grandes craques do futebol mundial, casos de Elano, Roberto Baggio e David Beckham, vimos outro "tiro de meta" anilado. Final: Caxias 3 a 2 Novo Hamburgo.

O campeão gaúcho de 2000 vence a Taça Piratini nos pênaltis fora de casa e é finalista do Gauchão 2012, garantindo vaga na Copa do Brasil de 2013! Haja vinho para comemorar na Serra gaúcha!



Fotos: http://todacancha.wordpress.com