quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Rede Globo e a transmissão do Campeonato Brasileiro

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Se o trabalho relatado anteriormente não me era um tema tão comum em termos acadêmicos - e sim profissional - a segunda publicação que comentarei por aqui é mais que natural para mim. Afinal, trata-se do relato da minha pesquisa de dissertação, em que analiso a história da transmissão televisiva do Campeonato Brasileiro de Futebol e a participação da Rede Globo enquanto detentora dos direitos de exibição.

Publicado em revista brasileira e, ainda mais, especializada no eixo teórico-metodológico que uso como base de pesquisa já há 5 anos. A Revista Eletrônica Internacional de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura tem uma longa trajetória e já havia publicado um artigo, em parceria, em 2011. Além disso, a Revista EPTIC Online, depois de uma queda na avaliação da Capes, retornou a B1, a segunda escala mais importante dentre as revistas comunicacionais (3ª no geral), o que ajuda no currículo acadêmico.

Contando a história de como e porque publicar tão cedo um relato sobre a dissertação, é que por eu ser da área, o presidente da nossa associação (ULEPICC-Br) me sugeriu que enviasse o relato para a revista. Lembro que corri para fazer antes de voltar a Maceió, até por não saber como e quando teria internet à disposição. E como deu trabalho. Afinal, como fazer a mágica de transformar mais de 270 páginas em 12?

Foi bem difícil, ainda mais porque sou bem detalhista e imaginava o quanto a falta de determinada informação pudesse gerar um entendimento diferente daquilo que eu defendi e fui aprovado. Ainda assim, cerca de um mês depois da defesa, lá estava eu voltando a olhar o trabalho de dois anos...

Enviado o relato, a avaliação veio e foi bem pertinente. Em meio às dúvidas sobre o quão poderia explicitar a pesquisa que originou o relato, acabei linkando bastante as páginas iniciais do artigo, mais metodológica, do que havia feito na dissertação, em vez de explicar os movimentos deste trabalho. Corrigido os problemas, acabei ganhando algumas páginas para separar os momentos-chave da minha análise. E eis que 
"REDE GLOBO E A TRANSMISSÃO DO CAMPEONATO BRASILEIRO" saiu do forno sob novos títulos e formatos .

Fica a sugestão para outros mestres e doutores que em meio às dificuldades de se publicar a dissertação ou a tese em formato de livro - até mesmo pela necessidade de um tempo de se afastar da pesquisa anterior -, para aproveitar o espaço disponível não só na EPTIC Online, mas também em outras revistas científicas para publicar o relato de como pesquisou, podendo auxiliar outras pessoas que estudem a partir de objetos e/ou observáveis parecidos.


Segue abaixo o resumo do artigo que pode ser lido/baixado no site da revista: http://www.seer.ufs.br/index.php/eptic/article/view/1366/1367


Resumo

Este relato demonstra os procedimentos da pesquisa cujo objetivo foi de realizar uma revisão histórica da relação entre futebol e Indústria Cultural no Brasil, tendo como foco a presença da Rede Globo de Televisão como principal exibidora em TV aberta do Campeonato Brasileiro de Futebol. A partir do eixo teórico-metodológico da Economia Política da Comunicação, analisou-se a relação da Globo com as transmissões deste torneio, tendo como elos históricos a Copa União de 1987, o Campeonato Brasileiro de 1997 e a negociação pelos direitos das edições a partir de 2012. Esta recebeu um destaque maior por representar uma mudança significativa no processo após a atuação do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, o que vai resultar num modelo de descentralização das negociações, considerado prejudicial para este mercado, por conta das barreiras estabelecidas pela líder do oligopólio.

sábado, 7 de setembro de 2013

100 anos de uma grande história

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37 títulos estaduais, 2 finais da Taça de Prata, único time nordestino a chegar numa final de torneio internacional (a Conmebol de 1999), formador de vários grandes jogadores, caso de Dida, um dos maiores artilheiros da história do Flamengo e reserva na seleção time campeão mundial de 1958, que entraria em campo com a camisa azulina acompanhado de Garrincha, num amistoso em 1973. Uma torcida fidelíssima e apaixonada, cobra muito, mas o passado de sucesso assim o exige.

Centro Sportivo Sete de Setembro, criado no dia 7 de setembro de 1913; depois, a partir de 1915, Centro Sportivo Floriano Peixoto, para, finalmente em 13 de abril de 13 de abril de 1917, tornar-se o Centro Sportivo Alagoano, que viria a ser chamado nas décadas seguintes por CSA, dos dias atuais. São 100 anos de história comemorados neste sábado.

Minha relação com o CSA é bem diferente do que a do Palmeiras. Praticamente nasci a 100 metros do Estádio Rei Pelé, mas logo com 2 anos mudei para outro Estado. O futebol alagoano na infância era por poucas informações quando a família viajava para Maceió ou uma ou outra pelo rádio. Até fui a um jogo quando criança, mas cansado pela viagem, dormi. Assim como, escutamos o título de 1997, provavelmente, por rádio.

A minha referência era o meu pai, que ao menos nisso conseguiu ter alguma interferência. Além disso, por mais que não tinha visto o glorioso time com Wilson e Catanha na primeira metade da década de 1990, sabia do tetracampeonato da segunda metade da década e da final perdida, no roubo da arbitragem na Argentina, contra o Talleres, pela Conmebol.

Voltamos em 2000 e o martírio chegou junto. Duas finais e duas derrotas para o ASA. No ano seguinte, ver o título do arquirrival ser conquistado contra si num quadrangular decisivo. Em 2003 - como se não bastasse o rebaixamento do Brasileiro do clube "nacional" -, rebaixamento no Alagoano. Como sempre pode piorar, no ano seguinte o time não consegue subir por conta de um gol levado em casa.

Ia aos jogos e neste ponto cheguei a avisar aos colegas de colégio que desistira de torcer pelo CSA. Até que veio o ano seguinte e estávamos lá eu e meu pai para ver a estreia do time no Alagoano da Segunda Divisão, este sim conquistado.

A partir daí, uma gangorra características, mas com bem menos títulos do que o histórico do time apontava. Vice-campeonato de 2006 com derrota nos pênaltis para o Coruripe, quase rebaixamento em 2007 e a chegada de 2008, com uma série de finais contra o ASA, começando pela final do segundo turno.

Professor na universidade presidente do CSA, a quem perguntara se daria para garantir o título assim que ele assumira a presidência, e alguns (chatos) torcedores do ASA que eram colegas, demarcando a pressão psicológica e as provocações - muito maiores que dos torcedores do arquirrival. Passamos fácil no segundo turno. No primeiro jogo da final do campeonato, vitória fora de casa por 1 a 0.

Na volta, 1 a 0 de início, mas virada do rival ainda no primeiro tempo, que levaria a disputa aos pênaltis. Início de 2º tempo, falta na entrada da área e gol do CSA. Daí em diante, foram minutos angustiantes pelo fim do jejum do clube e de um jejum particular.

Se pensava que a má fase tinha ido embora em 2008, veio 2009 para provar o contrário. Vários times diferentes, várias contratações (estapafúrdias) e novo rebaixamento. No meio disso, ainda o time eliminou o Santos, com um Neymar ainda "filé de borboleta", em plena Vila Belmiro.

Um tanto masoquista, 2010 foi o ano que verdadeiramente me tornei torcedor azulino. Fui a vários jogos do clube. Primeiro na tentativa (frustrada e esvaziada) de uma nova Copa do Nordeste, que o time foi bem, mas que bobeou na reta final, parando nas semifinais contra o Vitória. Numa Série D como convidado - graças às enchentes em Murici -, uma campanha muito boa na primeira fase, mas eliminação precoce na fase seguinte. 5 a 0 para o Sampaio Correa no jogo de ida e lá estava eu torcendo pelo milagre, que teria de ser ainda maior dados os 2 gols iniciais do time maranhense e um pênalti perdido nosso ainda no primeiro tempo. 10 minutos do 2º e o empate já estava no marcador, com o time perdendo vários gols, mas mantendo a honra.

No meio disso, ainda tinha as partidas da Segundona, com direito a um tropeço preocupante contra o Sport Atalaia, mas com uma campanha excepcional depois. No jogo de volta da semifinal, 10 a 0 no São Domingos e a garantia da volta no ano seguinte. Mais um título, o segundo, que não queríamos disputar.

Eu fui em 2011 para outro Estado, novamente, mas segui ansiosamente acompanhando um time que fizera o pior início de Alagoano dele na história. Quando nem eu mesmo acreditava, mas acompanhava as notícias de longe, a chance de fugir de novo rebaixamento no último jogo, tendo que quebrar jejum contra o arquirrival. Sem melhores condições de internet, sofri até os 45 minutos do segundo tempo, quando consegui ler pelo celular que saíra o gol salvador. Pulei e me esforcei para não gritar pelo prédio.

2012 veio com campanha razoável no Alagoano (3º lugar) e nova excelente campanha na primeira fase da Série D interrompida por um empate sem gols em casa após derrota por 2 a 1 para o Campinense fora.

Já 2013 foi o da minha volta e o da volta da busca de títulos. Vi 3 jogos no Estadual, fora as partidas pela TV, e sofri com os problemas de preparo-físico do time nos jogos finais contra o arquirrival. Ainda assim, restou, novamente, às penalidades decidir contra o maior campeão alagoano num final local. A Série D, com 4 pontos em 8 jogos disputados, é melhor nem falar - por mais que eu tenha ido em todas as partidas em casa.

Uma nova gestão assumiu o clube neste sábado, contando praticamente com todos os nomes (políticos e/ou empresariais) que por algum motivo já passaram pelo clube nestes últimos anos. A impressão que dá é que se o time não se reerguer agora, só uma grande novidade para recuperá-lo. A nós, torcedores azulinos, resta apoiar o time e cobrar (muito), coisas que geralmente já fazemos.

Claro, que também, parabenizar ao clube pelos 100 anos de histórias, de muitas alegrias e destaque no âmbito nacional (e, vá lá, até no internacional). Que venha uma nova era, mais parecida com a média geral da história do Centro Sportivo Alagoano, que com os últimos anos desta.