sexta-feira, 1 de março de 2024

2024.5 Os Testamentos/ 2024.6 Maceyobissínia/ 2024.7 Torcidas

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Comecei a ler "Os Testamentos" achando que não iam dar conta pelo tamanho e a volta ao trabalho. Porém, Margaret Atwood, para variar, constrói muito bem a história a partir de relatos de três mulheres, com uma boa surpresa nessa continuidade d'O Conto da Aia - que li anos atrás e vi 4 temporadas da série.

Uma autora que vai se constituindo enquanto alguém que quero ler mais coisas sempre. Creio que já foram, com este, três livros, ainda que em alguns eu não tenha sido pego tanto quanto neste.

Referência

ATWOOD, M. Os Testamentos. Rio de Janeiro: Rocco, 2019.

Sou suspeito para falar de Paulo Victor de Oliveira. Além de amigo, ou justamente por ser, várias vezes fico surpreso com o tanto de informação sobre Alagoas e, especialmente, as trajetórias negras aqui em Maceió que ele tem e repassa. Quem não o conhece enquanto pesquisador perde muito!

Assim, conhecia algumas coisas de "Maceyobissínia: Trajetórias negras em Maceió e sua representação" das conversas, de leitura rápida de prévia da dissertação (da qual o livro é oriundo) e da própria defesa. Há críticas muito bem apontadas sobre várias figuras quase que intocáveis no que se trata de cultura local. Além disso, uma ponderação fundamental sobre o "Quebra de 1912": as trajetórias negras não pararam, ainda que sempre com tentativas de silenciamento.

Enfim, livro fundamental para entender Maceió.

Referência

OLIVEIRA, P. V. de. Maceyobissínia: Trajetórias negras em Maceió e sua representação. Maceió: EDUFAL, 2023.

Hans Ulrich Gumbrecht talvez represente o autor que cito com alguma frequência e que é mais distante da minha base teórico-metodológica. Uso, especialmente, quando ele trata do torcer e as possíveis limitações das últimas décadas quanto a isso.

"Torcidas: O estádio como ritual de intensidade", de certa forma, reflete isso. Avalio que tem mais um caráter de ensaio, a partir das experiências do autor em estádios, mas com categorias a serem analisadas sobre este processo que podem ser melhor trabalhadas em outras pesquisas - ligadas à sua vertente teórica.

Referência

GUMBRECHT, H. U. Torcidas. São Paulo: Editora Unesp, 2023.


terça-feira, 16 de janeiro de 2024

2024.1 O Belo e suas torcidas/ 2024.2 Vambora/ 2024.3 Futebol feminino no Brasil/ 2024.4 Vocês vão ter que me engolir

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Phelipe Caldas é um dos melhores textos sobre futebol e vida que eu conheço no Brasil. Jornalista de formação e antropólogo de mestrado e doutorado, creio que essa nova experiência ampliou o olhar sobre o jogo e aprimorou, se é que era possível, a forma em que observa as torcidas e este esporte.

"O Belo e suas torcidas: As formas de torcer que cercam o Botafogo da Paraíba" reflete bem isso, com o bônus da apresentação dos critérios de pesquisa e como foi necessário que ele se distanciasse da "objetividade jornalística" para se aproximar com o seu objeto de investigação. Vale muito a pena ler tanto para quem é apaixonado por futebol quanto para quem quer se aventurar na pesquisa acadêmica.

Referência:

CALDAS, P. O Belo e suas torcidas: As formas de torcer que cercam o Botafogo da Paraíba. São Paulo: Ludopédio, 2023.

Capirotinho está na minha lista de quadrinhos vistos na internet e, principalmente, quando sai um compêndio com algumas delas. "Vambora" promete trazer uma personagem menos ácida do que no livro anterior, escrito durante a pandemia. Conseguiu em parte, até porque não tem como deixar de ser ácido porque as pessoas seguem com problemas para se lidar no cotidiano.

Referência
INFANTE, G. Vambora: O Capirotinho. Ipatinga: Ed. do autor, 2023.

Aira Bonfim dispensa apresentações quando se pesquisa futebol de mulheres no Brasil, tendo papel muito importante na difusão do tema a partir do Museu do Futebol (mas não só).

"Futebol Feminino no Brasil: entre festas, circos e subúrbios, uma história social (1915-1941)" é uma versão da dissertação de Aira em História, Política e Bens Culturais pela FGV-RJ editada pela própria editora, numa edição de "luxo", talvez a melhor que tive acesso sobre futebol desde que me entendo enquanto pesquisador do tema. 

Aqui, quanto ao conteúdo, vamos conhecer, dentre outras coisas, a importância do circo para a difusão do futebol de mulheres na fase anterior à proibição, passando ainda pela mudança das narrativas sobre esta prática enquanto entretenimento até a pressão para que as mulheres não pudessem jogar este esporte. Essencial para entender esse processo prévio numa modalidade de pesquisa que cresce bastante dentre os futebóis possíveis.

Referência
BONFIM, A. Futebol Feminino no Brasil: entre festas, circos e subúrbios, uma história social (1915-1941). São Paulo: Ed. da Autora, 2023.

Dos melhores livros de ficção com futebol que eu já li! O livro que traz uma das frases mais marcantes do saudoso Zagallo é, na verdade, uma representação das marcas culturais afrobrasileiras para o futebol enquanto elemento social relevante. Um resgate a partir de personagens riquíssimas, com destaque para Fominha, a camisa 10 da Seleção. Isso mesmo, a primeira jogadora a atuar na seleção masculina.

O livro é entremeado de capítulos-contos que apresentam como a seleção de 2022 escapa de uma tragédia aérea e alimentícia com cada titular sendo apresentada e apresentado; além de trazer outras figuras históricas. Livraço!

Referência
TRUCCO, G. Vocês vão ter que me engolir. Santos: Dolores, 2022.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

2023.14 Manifesto Comunista em quadrinhos

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 "Manifesto Comunista em quadrinhos" foi uma das minhas compras da Bienal do Livro de Alagoas. Esse tipo de representação é importante para que a obra alcance diferentes pessoas. Neste caso, temos um traço voltado a um público mais adulto, pois Martin Rowson conseguiu trazer a crueldade do modo de produção capitalista em sua representação da obra clássica de Karl Marx e Friedrich Engels.

Referência

MARX, K; ENGELS, F. Manifesto Comunista em quadrinhos. Adaptação e ilustração de Martin Rowson. São Paulo: Veneta, 2019.