sábado, 28 de fevereiro de 2009

O caçador acerta o alvo

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“[...]Numa campanha eleitoral acidentada pode ser desagradável ver publicadas as fotos dos maços de dinheiro usados atabalhoadamente por correligionários que, contra a vontade do candidato, tentam métodos heterodoxos para vencer. Pode dar azia. Mas a imprensa não é correligionária. Ela não é amiga. Não pode ser. A ela cabe apenas noticiar, sem se importar minimamente com o efeito eleitoral das notícias nas diversas campanhas. A imprensa de qualidade age assim. Sempre. E não perde o sono, não sente azia, não guarda ressentimentos. [...]”.

“O Jornal Nacional é quase um diário oficial de tão chapa-branca, mas mesmo assim Lula se queixa da cobertura durante a campanha de 2006. Ao mesmo tempo, ele diz ser defensor ‘de que o fato seja a razão de ser da imprensa’. O dinheiro apreendido pela polícia não era um fato? Aliás, esse dinheiro até hoje não foi explicado e se constitui mais um esqueleto no armário do PT. O Brasil merece um governo do qual se orgulhar, ou talvez não, já que a popularidade do governo bate recordes”.

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Essas duas frases servirão muito bem para entendermos uma relação entre dois sujeitos importantes para a série “O dia do caçador”. Para chegarmos até elas, é necessário analisar o último grupo de comentários, os específicos sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Como já colocamos anteriormente, a maior parte dos comentários foram a favor dele. Alguns que beiram à permissão do autoritarismo, como nesta opinião do aposentado Remindo Sauim, de Canoas-RS: “O Lula além de salvar o Brasil tem uma visão realista de como a grande imprensa burguesa desinforma a população. Mais 20 anos do baixinho”.

Há também o outro extremo, que utiliza do pouco estudo a que teve oportunidade, e quis, o presidente para tripudiar sobre o fato dele não ler jornais ou revistas. Este é o caso do trabalhador autônomo Osmar Rocha, de Fortaleza-CE: “Na verdade ele não lê porque não sabe interpretar o contexto da notícia, por isso, manda primeiro o assessor lê e depois repassa para ele”.

A única certeza que temos é que Lula falou a verdade, ele não deve ler nada mesmo, ou alguém acha que algum dia da vida dele ele leu algo de Karl Marx para nas décadas de 70 e 80 defender a revolução – nos modos dele, é claro?

Segundo poucos estudos que realizei sobre o novo sindicalismo, que surgiu no final da década de 70, a classe trabalhadora brasileira sempre teve como principal característica o fato de agir mais do que estudar sobre a luta dos trabalhadores. Até mesmo pela quantidade de analfabetos que existiam nas fábricas.

Claro que este fato não impedia, como não impediu, de que eles realizassem grandes lutas nas indústrias, algumas até de forma autônoma às lideranças sindicais, que tinham que acatar as decisões da “base”. Afinal, não é a toa que Karl Marx afirma que são eles os sujeitos revolucionários, já que estão diretamente ligados à produção de mais-valia, a qual vem da exploração da sua força de trabalho.

No caso do atual presidente, ele foi “beneficiado” pelas discussões teóricas existentes na “gestação” do que veio a ser a Central Única dos Trabalhadores (CUT), grupo de trabalhadores oriundos de algumas tendências teóricas. Alguns até com um bom estudo sobre o materialismo histórico-dialético.

O também aposentado Jaime Collier Coeli traz um comentário interessante sobre esta preferência do presidente, apesar do mesmo ter falado que não tem tempo de assistir TV: “39 milhões de brasileiros tem condições financeiras e de estudo para comprar, pelo menos episodicamente, um jornal, uma revista, assinar TV a cabo & cia. Mas 150 milhões estão no uso do radinho de pilha e da TV "gratuita". De que lado um politico [sic] competente fica?”.

Há quem afirme que não só Lula, mas até mesmo empresários utilizam-se de assessores para o repasse de informações. Segundo estes, a prova seria o aumento de colunas de “pílulas” em revistas e jornais.

Mas isso não serve de justificativa para que Ele não leia nada e afirme isso publicamente. A dona de casa Teresa Arantes, de Ribeirão Preto-SP comenta: “É lamentável que o Presidente de um país copie, dando exemplo ao mundo,uma atitude que foi tão duramente punida e que ninguém deveria plagiar ensinando a se fazer o que não deve.LAMENTÁVEL!!!!”.

Nessa mesma linha, o técnico em Eletrônica Ibsen Marques, de Caçapava-SP, entra em contradição e usa a aprovação do “povo” para aceitar tudo o que vem do atual presidente do Brasil:
“Eu tenderia a fazer uma tremenda crítica ao Lula por ter assumido que não lê jornais, não vê TV nem acessa a internet em busca de notícias e, além de tudo isso, baseia-se sempre no que dizem os assessores e lê apenas o que eles recomendam. Tenderia, mas não vou efetivar a crítica. Como poderia acusar de desinformado um homem que se elegeu presidente, reelegeu-se quatro anos depois e , hoje, tem o maior índice de popularidade já angariado por um presidente da república no Brasil?”.

A relação de Lula com a imprensa pode ser difícil em determinados momentos, geralmente nos que alguém do seu Governo, ou ligado a ele, faz alguma trapalhada a ponto de conseguir lançar um traque perto de setores da direita, que tem acesso ou controlam a maioria dos meios de comunicação.

Mas nada como o tempo para que essa mesma imprensa esqueça de tudo e passe a anunciar mais uma pesquisa de opinião encomendada pela Presidência que mostra o sucesso de Lula. Além disso, nunca Lula se absteve de dar entrevista a empresa X ou Y por ir contra alguma de suas atitudes.

Travestido de liberdade de expressão, algo que ele sempre fala, está o fato de que Lula e sua equipe sabem que com certos setores da sociedade não se mexe. Já que as Organizações Globo passaram a antipatizar com ele, mesmo após um empréstimo bilionário do BNDES, nada melhor que apoiar o crescimento do Grupo Record. Nada além disso!

Sobre esta relação com a grande imprensa, pedimos aos leitores que voltem ao início e leiam as duas citações. A primeira é a resposta de Ali Kamel, diretor-executivo de Jornalismo da Central Globo de Jornalismo para o presidente. Quem lê de qualquer forma pode até acreditar – claro que se acreditar em Papai Noel, coelhinho de Páscoa, ...

Não precisamos nem escrever nada, leia a carta publicada logo abaixo, assim como aqui, no setor “cartas_pinguim desnudo” da piauí de fevereiro, da leitora Lourdes Regina Machado Volpato, de Pato Branco-PR. Ela bem fala sobre Jornal Nacional e como Lula quer ver a imprensa: falando tudo o que ele quer que fale e escondendo alguns “equívocos”.

Como forma de encerrar essa discussão, lembramos que uma das funções do Estado, especialmente desenvolvida para o sistema de produção capitalista, é defender a propriedade privada, de forma a ajudá-la quando necessária e dando a liberdade que ela precisar. Não seria diferente com este presidente, que tem ex-diretor da TV Globo como ministro das Comunicações.

“No interior desta classe [dominante], essa cisão [entre pensadores e passivos] pode mesmo conduzir até a uma certa oposição e hostilidade entre ambas as partes, mas esta hostilidade, entretanto, desaparece por si mesma logo que surge qualquer colisão prática capaz de colocar em perigo a própria classe, ocasião em que desaparece também a aparência de que as idéias dominantes não são as idéias da classe dominante e têm um poder diferente do poder desta classe”. (MARX & ENGELS, A Ideologia Alemã).

Sábias palavras para encerrar esta série...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O caçador mira - final

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O grande problema é acreditar que a imprensa é revolucionária, tem o poder de mostrar a verdade e sobressair de qualquer relação hegemônica de forma a denunciá-la. Mas como fazer isso numa profissão que tem um Código de Ética que afirma a importância da opinião do jornalista sobre o que faz, podendo rejeitar caso discorde, mas não protege o profissional.

Quer dizer, podemos rejeitar escrever uma matéria, mas aí no dia seguinte seremos demitidos. Quanto à matéria, vai ter outro que vai fazer. Ah, sem falar que mesmo que se faça algo que nos faça “dormir bem”, vem o editor e corta tudo, muda tudo, ou simplesmente cancela aquela matéria.

Acredito que o problema está na maioria das pessoas que acaba por se acomodar a situações como as supracitadas e torna a escrever roboticamente de acordo com a linha editorial dominante, explorada, de seu veículo. Ou mesmo que acabam por se juntar – afinal fazem parte da classe média – assumidamente às opiniões dominantes, mesmo tendo acesso a opiniões sociais antes.

Algumas alternativas à mídia são postas, com grande destaque aos blogs na Internet e a outros elementos da mesma. O biólogo Alexandre Carlos Aguiar, de Florianópolis-SC, sugere isto: “Façam como o presidente: não leiam mais jornais, se quiserem curar a azia e não quiserem embotar o cérebro”.

Já o jornalista Giovanni Giocondo apresenta algo mais sensato: “antes de pensar em uma cama recheada de luxos é preciso ter a própria ideologia atuando à frente de qualquer destempero ou mentira provocados pela ausência de informação ou mentira deslavada pregada por qualquer um dos lados envolvidos nessa disputa interminável pela audiência e conveniência com o povo brasileiro [mídia X governo Lula]”.

Antes de qualquer coisa, é importante frisar que não é dentro do modo de produção capitalista que teremos acesso a todas as informações sobre um determinado fato, independentemente de qual sujeito venha.

Mesmo com o que se chama de “democratização da comunicação”, o que pode ocorrer é que os movimentos sociais possam produzir uma ou outra coisa, mas com potência estético-técnico bem menor que os grandes meios, logo a atração para os seus produtos será bem menor que os “tradicionais”. Isso seria querer uma coalizão entre trabalhadores e patrões também na mídia, já que todos teoricamente teriam seu espaço.

Ou seja, como sempre ocorre, migalhas para a maioria e banquetes cinco vezes ao dia para os poucos que podem pagar.

A Internet é a prova disso. É inegável que nela se tem o espaço físico para distribuir várias produções alternativas, mas a grande questão é o seu potencial enquanto meio. Apesar de ser algo mundial, o seu acesso é restrito a pouquíssimas pessoas.

Além disso, mesmo que se tenha, como no Brasil, as lan houses em bairros de periferia, nós temos o acesso à Internet, mas não a tudo o que ela oferece. Com uma rápida pesquisa perceberemos que nelas os sites mais procurados são os jogos em rede, MSN e Orkut. Se as pessoas vão fazer alguma pesquisa, para-se na primeira opção dada pelo Google.

Mesmo os blogs de “esquerda” citados tem um público bem menor que um site oriundo de um grande grupo midiático. Os que têm um público razoável são aqueles cujas pessoas já tiveram passagem pela mídia e são conhecidos de alguma forma (caso do Paulo Henrique Amorim, que não é de esquerda, apesar de crítico do Lula).

Para um blog de uma pessoa “comum” atrair as pessoas é muito difícil e os exemplos são extremamente pontuais, logo, em nossa opinião, não é real a democratização da informação trazida pela Internet. Como falamos anteriormente, tem-se o acesso à produção, mas fica nisso.

Arranjar paliativos aos montes é fácil, difícil é fazer algo realmente construtivo numa sociedade que tem como uma das suas milhares de contradições deseja a liberdade de expressão e cortá-la caso seja contrária à opinião ou grupo dominante. Só noutra forma social, que acreditamos ser a comunista, o acesso aos meios de produção será a todos como e quando quiserem.

No último texto da série “O dia do caçador”, falaremos especificamente do presidente Lula e sua azia demasiada com a imprensa. Os mitos um dia caem, “a história reconhecerá” isso também.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAKHTIN, Mikhail M. (Volochinov). Marxismo e Filosofia da Linguagem: Problemas fundamentais do Método Sociológico na Ciência da Linguagem – trad. Michel Lahud & Yara Frateschi Vieira. 11.ed. São Paulo: Hucitec, 2004. 196pp. (Linguagem e Cultura 3).

MARX, Karl & ENGELS, Friendrich. A Ideologia Alemã (Feuerbach) – trad. José Carlos Bruni & Marco Aurélio Nogueira. 5.ed. São Paulo: Hucitec, 1986.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

O caçador mira - parte 2

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Na entrevista do presidente, ele mesmo diz que a mídia foi importante para o processo histórico do País, mesmo que sempre “tenha pegado no pé dele” e prefere não atacar nenhum grupo pela liberdade de imprensa – só se diz chateado com o Ali Kamel pelas últimas eleições (caso dos “aloprados”).

Talvez seja por essa importância no passado que o metalúrgico Nilton Franzoi, de Joinville-SC, acredite que “nós mesmo q somos culpados pela midia ter se transformado nisto”. Não sei não, culpar a todos “nós” por não ter acesso a uma variedade de meios, principalmente em qualidade, ou em não ter acesso à produção é deixar de levar em consideração a dificuldade até mesmo de rádios comunitárias – que poderiam coexistir com as grandes.

O porquê disso? Simplesmente porque há o medo da apropriação de meios de produção, os menores que sejam, pela classe trabalhadora. E, pode ter certeza, que não é com a estatal TV Brasil que a relação trabalhador-imprensa, em termos de produção, será alterada. O acesso a essa possibilidade continua bem difícil. Tivemos muitas rádios comunitárias fechadas ou entregues a políticos e igrejas nesses seis anos de Governo.

Mas há quem acredite no enfraquecimento da imprensa, e isso vindo por queda de audiências ou de vendas, o que poderia indicar uma reação do “povo”:

“Lula coloca a imprensa no seu lugar: de acessório, não de protagonista no processo político. Ela pensa determinar o debate, mas está longe disso, tanto ao nível da audiência (o povo tem reagido ao contrário do que a mídia prega), como do governo”, disse o jornalista Antônio Barbosa Filho, de Delft Holanda-SP.

Nesta mesma linha, o diretor de arte Maxwell Barbosa Medeiros, de Campina Grande-PB, assim justifica e incremente essa “mudança” para o fim da grande imprensa: “Porque a audiência dos telejornais vem caindo? Porque [sic] as vendas dos jornais impressos não cresce [sic] há mais de uma década? Os blogs alternativos(ou de esquerda como costumam taxar) são os que mais ganham audiência na internet”.

Não sei quanto ao ano de 2008, mas segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC), houve crescimento de circulação dos jornais a ela associados na ordem de 10,7% em relação a 2006. Segundo a Associação Nacional dos Jornais (ANJ), com os não-auditados esse número chegaria a 11,8%.

Além disso, o faturamento publicitário aumentou, só no primeiro trimestre de 2008, 23,73% em relação ao mesmo período de 2007 – que já teve crescimento de 15,48% em relação ao ano anterior. Com isso, a participação no “bolo publicitário” passou a ser de 16,38%, quase um por cento a mais.

Todos esses dados são oriundos de matéria da Folha Online, reproduzida no site Fonte de Notícias de 01/06/2008 às 13h44, cujo título era “Imprensa brasileira faz 200 anos hoje”.

Ainda tem uma informação importante, destacada pelo aposentado Jaime Collier Coeli, de Itanhaé,-SP, que “os jornais não chegam inteiros aos municípios”. Não temos a mesma circulação que tínhamos antes pelos demais Estados.

Ou seja, a profecia do servidor federal do TST Marco Antônio Leite, de São Caetano do Sul-SP: “Quanto a toda ‘poderosa’ imprensa já esta com a vela na mão, só falta sair o enterro, pois a cova já esta preparada num desses cemitérios que a elite oferece”, deverá demorar mais anos para acontecer.

Mas não só para a grande imprensa que as críticas foram direcionadas. Os profissionais responsáveis por, no mínimo, assinar as matérias também foram criticadas. Dos 36 comentários, o do funcionário público paulistano Carlos Tavares foi bem claro quanto a isso: “COMO UM JORNALISTA CONSEGUE SABER DE TUDO E FAZER O JOGO SUJO DOS MANDATÁRIOS DA COMUNICAÇÃO E PIOR, ENCOSTAR A CABEÇA NO TRAVESSEIRO E DORMIR O SONO DOS JUSTOS”. A letra de fôrma é dele.

Um jornalista, Giovanni Giocondo (Eunápolis-BA), num de seus comentários apresenta uma versão menos “apaixonada” dessa situação e que, ao meu ver, tem mais razão:

“Como diria a antiga frase de orientação anarquista "Não compre jornal, minta você mesmo". [...] Um jornal, rádio ou blog não precisa necessariamente ser favorável ou contrário ao governo vigente. Ele precisa de seriedade e de honestidade na condução diária de suas reportagens, artigos, etc. [...]Tudo bem presidente, concordo que tem muito jornalista e colunista irresponsável por aí inventando histórias para ganhar ibope em cima de seu nome e posição política. Mas não se esqueça que muitos outros continuam mantendo a ética e revelando maracutaias e desvios de verba de pessoas ligadas ao governo com correção, ouvindo o maior número de fontes ligadas aos casos de maneira correta e adequada”.

Existem jornalistas que estão em determinados empregos, na grade mídia, porque precisam alimentar as suas famílias, da mesma forma que um servidor público tem que trabalhar para qualquer mandatário que assuma uma prefeitura, governo ou presidência. A relação empregado-patrão, infelizmente mas com justificativas, não muda num caso de um jornalista ou de um programador da Microsoft. No fim, o seu produto de trabalho será para dar lucro a outra pessoa, que já tem muito.

(CONTINUA NA TERÇA-FEIRA...)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O caçador mira - parte 1

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A primeira questão a ser analisada sobre a frase do atual presidente em relação a não ler jornais ou revistas: “Porque eu tenho azia”, é saber se ele tem ou não motivo para isso.

É praticamente uma unanimidade entre os estudiosos da comunicação críticos – afinal existem os apologéticos – que o papel da grande mídia hoje representa determinado lado da sociedade. Lado este bem distante da maioria da população. Além dos estudiosos, ainda há (algumas) pessoas, das mais diferentes classes, que também sabem disso.

Mas isso abre um grande problema para nós: até que ponto vão essas críticas, principalmente quando a própria teoria da comunicação tem seus limites? Além disso, como responsabilizar o profissional encarregado de assinar tais matérias: um traíra da sociedade ou um simples retransmissor?

Como esse grupo de comentários na entrevista completa representa mais da metade dos tópicos dissecados, não será fácil fazer a análise em apenas um texto. Por isso, trabalharemos em mais de um, de forma a tentar entender e explicar o contexto da grande imprensa brasileira, dos atores deste circo (os jornalistas) e falar sobre as possibilidades, e seus limites, da Internet.

Sobre as críticas à mídia, a maioria das pessoas se volta ao fato dela ser totalmente parcial – e, principalmente, ser contrária ao Governo Lula. Para justificar este fato eles utilizam-se de diferentes formas, sejam exemplos ou da formação da nossa imprensa; e ainda há os que culpam os profissionais jornalistas e ao próprio público.

O bibliotecário paulistano Marcelo Conti é um grande exemplo disso: “O que já foi Imprensa, hoje é impren$a, caudatária do Tio Sam e membra [sic] do PSDB. São uns vendidos.”

A própria formação estrutural dos jornais brasileiros é oriunda dos moldes estadunidenses, que se aproveitaram das fases de american way of life para exportar também a maneira de escrever jornais.

A estratégia era simples, já que não dava (financeiramente) mais para escrever para públicos específicos – seguindo os modelos até então dominantes, que traziam comentários sobre os fatos – resolveu-se por criar a tal “neutralidade” que domina os discursos de jornais, revistas e TV’s Brasil a fora. Assim, o público do jornal poderia ir, em termos de discurso, do operário de uma indústria ao seu patrão.

Porém, como já colocamos no início do texto anterior da série, é humanamente impossível que isso ocorra. Se não fosse assim, para que alguém iria criar o termo linha editorial para separar o que se pode e o que não se pode escrever em cada veículo midiático? Bastava dizer: “escrevam de forma neutra e objetiva!”.

“A produção de ideias de representações, da consciência, está, de início, diretamente entrelaçada com a atividade material e com o intercâmbio material dos homens, como a linguagem da vida real” (MARX & ENGELS, 1986, p. 36).

O linguista russo Mikhail Bakhtin (2004) também fala duas coisas interessantes que podem se colocar sobre essa possibilidade infundada da neutralidade em qualquer discurso individual:
1. “A situação e os participantes mais imediatos determinam a forma e o estilo ocasionais da enunciação. Os estratos mais profundos da sua estrutura são determinados pelas pressões sociais mais substanciais e duráveis a que está submetido o locutor” (p.114).

2. “A classe dominante tende a conferir ao signo ideológico um caráter intangível e acima das diferenças de classe, a fim de abafar ou de ocultar a luta dos índices sociais de valor que aí se trata [...]” (p. 47).

No sentido da última citação, perguntamos aos leitores deste blog: no que se constituem as EMPRESAS de comunicação?

Para nós, enquanto representantes (proprietários) da classe dominante, é mais que lógica a iniciativa por parte deles de defender seus interesses através da mídia por eles criada. Afinal de contas, é com os meios massivos que as ideias dominantes são massificadas. Marx já colocara ainda no século XIX que as ideias dominantes são as da classe dominante, a mídia só veio a facilitar esse processo.

Portanto, quando algumas pessoas utilizam do argumento de que “a imprensa desinforma a população” cometem um erro. O que se tem é que a imprensa informa a população com o que seus proprietários querem. Lógico que causas e lutas realizadas por movimentos sociais estão longe dessa linha editorial.

Para a manutenção de seu poderio não é estranho que a mesma TV Globo prejudicou o Lula nas suas campanhas iniciais e até mesmo na sua campanha de reeleição tenha montado todo um esquema para que sua primeira entrevista enquanto presidente eleito tivesse sido por lá. Ah, tem algumas palavras proferidas por William Bonner que não esqueço: “A Rede Globo tem o orgulho de apresentar o primeiro presidente vindo do povo, ex-metalúrgico, do Brasil”.

De “presente”, ganhou um empréstimo logo no início do Governo Lula que sustentou suas contas, que no início de século iam mal das pernas. Para, depois disso, manter-se fiel às críticas ao Governo – algo maximizado pelas páginas da revista Veja.

Por isso que, em parte, concordamos com o radialista Gersier Lima, de Montes Claros-MG:

“‘Grandes órgãos’ da imprensa, que de grande só tem a mesquinhez, o cinismo, a falta de ética e de vergonha, além de tirar várias frases do contexto do discurso na inauguração [de uma obra em 2003 na cidade], dando outro sentido às mesmas, ainda teve o descaramento de dizer que Lula tinha esquecido de descer do palanque e continuava em campanha. Um detalhe que fizeram questão de esconder, que a população da cidade e da região pleiteava a construção da ponte há mais de trinta anos.”

A grande questão, Gersier, é que “tirar frases do contexto do discurso” e manipulação são coisas comuns à imprensa faz muito tempo. E que se diz que a mídia faz isso com o presidente ao qual tem que bajular, imagina o que fazem com os movimentos sociais. É melhor nem pensar sobre o que falam dos movimentos ditos revolucionários!

(CONTINUA SEMANA QUE VEM...)

sábado, 14 de fevereiro de 2009

De volta para a cama

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Sabe aqueles dias que você acorda e queria muito, muito mesmo, continuar dormindo? Pois bem, nunca essa vontade foi tão profunda como nesta segunda-feira. Ao escrever nos últimos minutos deste dia, percebo que tinha razão.

Se não tivesse levantado, não lembraria dos sonhos estranhos que sonhei e não teria ficado com a sensação de que não estava tão bem assim. Acordaria depois, nem que fosse noutro dia, da forma minimamente normal como nos demais dias.

Se não tivesse levantado, os problemas digestivos que vieram horas depois de acordar demorariam mais para aparecer e não perderia a concentração para fazer as mínimas coisas, como ler ou digitar um simplório texto.

Se não tivesse levantado, não teria que me deparar mais uma vez na vida com uma temática que se contrapõe a ela. Apesar da notícia poder chegar na manhã seguinte.

Porém, como já escrevi antes, o SE é uma categoria que acompanha o ser humano como uma possibilidade que não é mais possível.

Agora só nos resta voltar a dormir e torcer para que amanhã eu acorde com vontade de voltar a fazer tudo o que faço. Sempre há um dia após o outro.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

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O caçador apresenta suas armas

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Antes de qualquer coisa sobre os comentários referentes à “entrevista” do presidente Lula à piauí, é necessário que se explique de fora geral de quem partirá os textos.

O autor desse texto se considera crítico aos protagonistas dessa história: ao senhor Luiz Inácio Lula da Silva e ao que se convencionou chamar de grande imprensa, pelo apoio à exploração do trabalhador deflagrado por ambos.

Você pode achar estranho que alguém escreva algo assim, mas nunca tive a percepção que as matérias produzidas fossem neutras, porque é humanamente impossível que assim o seja. Entretanto, ainda há quem acredite nessa hipótese, logo deixemos claro que não será nesses textos – nem neste blog – que isso irá acontecer. Vamos às análises.

De início, iremos pegar o grupo de comentários relacionados à própria entrevista e textos produzidos por outros jornais a partir dela. Há uma ligeira desvantagem para Mario Sergio Conti quanto à qualidade da entrevista realizada – e publicada na íntegra pelo site da Secretaria de Informação do Planalto.

Os elogios à entrevista vêm de simpatizantes do governo Lula. Uma das maiores justificativas é o fato da piauí não ter utilizado o fato do presidente ter afirmado que não lê jornais, revistas, blogs, ... como foco principal da matéria.

Casos da jornalista mineira Ilda Nogueira, que afirma o seguinte: “Parabéns pela entrevista, inteligência na condução da conversa, edição. Como diria o companheiro: ela foi "justa"”. Assim como, o fez o também jornalista, só que paulistano, Thomaz Magalhães: “Entrevista bem conduzida por Conti, abordando todos os temas da pauta presidencial nos últimos tempos. Lula, a seu jeito, respondeu objetivamente a tudo, foi oportuno e cavalheiro”.

A nossa maior prova de inexistência de neutralidade vêm de pessoas da própria profissão que desenvolve uma notícia. Será que quando queremos entrevistar alguém devemos fazer o possível para que ele se mantenha “cavalheiro”. Imagino que para certos casos o ideal é fazer aquela pergunta que o faça sair do sério, contradizer-se. Ou será que escutar apenas o que o entrevistado quer falar é fazer jornalismo?

Será que foi assim devido à linha política da revista que, como destacaram os assessores de Lula, seria “‘desencantada’: cética em relação ao alcance do progresso ocorrido no passado recente e descrente da política”? Mas se fosse isso porque pedir para fazer a entrevista, e não só com Lula, mas com outros políticos (como FHC)?

Confesso que quando li a matéria da revista, após ler na íntegra, achei bastante esquisito o formato. Afinal de contas, na publicação, não se tratou de uma entrevista – por isso as aspas nessa palavra no texto “O dia do caçador” –, e sim de tratar de tudo que a circunscreveu na visita ao Palácio. A entrevista virou um “anexo de luxo” para que o presidente falasse da sua relação com a imprensa, demonstrada anteriormente segundo o exemplo do próprio Conti.

Quanto ao “esquema perguntas e respostas” o qual estamos tão acostumados, isto não existiu. O que confirma a nossa hipótese (e a de Homero Baco, em comentário ao texto anterior) disso, na prática, não ter sido uma entrevista. O que me espantou foi de ter lido a alguns meses a entrevista realizada pela piauí com o ex-presidente FHC e ser da mesma forma, com a diferença das perguntas e respostas mais interessantes concentradas no final, em sequência.

O publicitário Dante Caleffi, do Rio de Janeiro-RJ, acusa Conti de censura pelos cortes realizados (um dos quais foi a pergunta sobre o que o presidente achava de Mino Carta): “Não só da azia ,como cesura [sic]. Não é. Mario Sergio Conti?”.

Sobre o assunto, em outros textos há o destaque de que a revista de janeiro atrasou para publicação. O que seria uma relação, no mínimo, estranha, já que fora o próprio diretor de redação que a escreveu, “o homem” a transmitir a linha editorial da revista e a tê-la decorada.

Além disso, a maneira como as perguntas foram feitas, na entrevista real, ocorreu de maneira bastante grosseiras e de forma esquisita. Ao contrário de Lula, parece que o diretor de redação da piauí não estava preparado para fazer a entrevista, mas sim para uma conversa com um velho amigo.

Eis um exemplo de pergunta mal-formulada, esquisita até: “Mas eu lamento que o senhor não curta mais como o senhor me dava a impressão de curtir. O senhor gostava daquela conversa de... Você viu o que o Juca Kfouri escreveu?

Este fato foi destaque de um dos comentários do engenheiro eletrônico Giovani de Morais, de Jaboatão dos Guararapes (PE): “‘Eu vi uma entrevista ontem, lá, dos presidentes. Parece que é uma coisa chata pacas também, né? ’. Vocês tem [sic] certeza que o entrevistador é formado em jornalismo??? Que indigência vocabular!”.

Mas há também quem discorde, e com razão, do comentarista Thomaz Magalhães sobre a variedade de temas debatidos. “O entrevistador tem a raríssima oportunidade de entrevistar o presidente da república com o maior índice de popularidade da história brasileira em meio a uma preocupante crise financeira na matriz do capitalismo global e não faz uma pergunta de interesse público!”, disse o professor carioca Álvaro Marins.

Mesmo quando trata sobre o “mensalão”, Conti não prestou a atenção no momento para comparar o que Lula havia dito no início: “não há hipótese de um presidente da República ser desinformado sobre as coisas mais importantes que acontecem no Brasil”. Como seria então em relação às coisas do próprio Governo e do partido que ajudou a criar? Seguindo essa resposta, o “eu não sei de nada!”, várias vezes utilizado, cai em descrédito.

Para finalizar a análise deste grupo, ainda há os comentários sobre outros meios. Um reclamando sobre o fato de Conti ter achado desproporcional a propaganda governamental nas revistas Carta Capital e Caros Amigos. Algo que só dá para medir com estas revistas nas mãos, assim como, com Veja, Isto É, Época, ...

Os outros destaques foram para textos de jornais sobre a entrevista, que fizeram questão de destacar o fato do presidente não ler jornais, seja em editoriais ou em matérias sobre. Não tivemos acesso às matérias citadas, veja abaixo um comentário sobre:

“Lula mereceu até mesmo um editorial do Estadão, intitulado “Por que Lula não lê jornais”. Ali, critica-se o presidente por se informar em conversa com pessoas. Segundo o jornal, ‘pessoas que conseguem escalar o gabinete presidencial evidentemente não pediram audiência para criticar o seu titular’. E acrescenta: ‘têm, todas, interesses a defender, o que aconselha os seus porta-vozes a guardar para si as verdades inconvenientes de que tenham conhecimento’”,
Valmir Gôngora, bancário de Brasília-DF.

Tudo bem a grande mídia, em sua maioria (com destaque para a hiper-tendenciosa Veja), escolheu o lado, principalmente após 2004-2006 – apesar de continuar a receber suas verbas de publicidade. E o lado foi o contrário ao Governo, pelo menos na aparência. Mas não deixa de ser verdade o que foi dito nas partidas supracitadas e transcritas por Gôngora. Leia de novo e veja o que você faria se fosse um assessor direto do presidente numa condição ruim.

A partir do próximo texto da série “O dia do caçador” veremos até que ponto Lula tem razão em “ter azia” da imprensa e se a má qualidade da mesma é motivo suficiente para deixar de ler qualquer coisa. Além de um debate importantíssimo sobre as ações do profissional jornalista: protagonista de mentiras ou um simples assinante delas?

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Ah, que vozes!

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Descobri-me nos últimos anos como apreciador de vozes femininas. Admito publicamente que acabei por me apaixonar a cada voz escutada, das mais agudas às mais graves. Independentemente de escala musical, o que importa é a qualidade dela, o fato de agradar aos ouvidos.

Poderia citar algumas das quais sou realmente apaixonado. Mas aí poderia cometer alguma injustiça com uma ou outra que ainda não escutei bem, não tive a possibilidade de uma real fruição. Assim como, com as que ainda irei ouvir. Deixeis que apenas a minha memória faça isso.

É incrível como essa percepção começou, de forma bastante simples. Numa sala de aula. Com apenas duas pessoas, um violão, um livro, mas “a” voz. Não teve como, não só para mim, deixar de ficar surpreso. Nunca tinha ouvido algo tão bom de alguém tão próximo.

Depois disso – até mesmo porque voltei de um longo tempo de ócio musical –, devido a alguns contatos, pude conhecer, ou reconhecer outras vozes tão belas quanto. Mesmo que vindas de diferentes ritmos, não perdiam a agradabilíssima sensação de ouvir letras magníficas em vozes maravilhosas.

Já faz algumas semanas que pensei em fazer esse texto, mas ainda não encontrei palavras suficientes para descrever os sentimentos aflorados por tão belos ressoares. Poderia compará-las a pássaros, poderia compará-las ao canto corruptível das sereias, mas nem a coisa mais proeminente que o ser humano já sentiu, viu ou ouviu se compara ao escutar destas vozes femininas.

O dia do caçador

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A grande discussão da imprensa neste primeiro mês do ano foi sobre a própria imprensa. Quer dizer, a visão de Lula sobre ela em “entrevista” dada ao diretor de redação da revista piauí, Mario Sergio Conti. Na matéria, intitulada “Azia, ou o dia da caça”, há trechos de fala do Lula sobre as novas comunicações, a sua relação com a grande mídia e, o principal destaque, o fato dele não querer ler jornais ou revistas porque dá “azia”.

Lemos a entrevista publicada na edição de janeiro da revista, a entrevista completa divulgada pela Secretaria de Informação da Presidência, e os mais diversos textos, com diversas opiniões, sobre a entrevista (ver todos os links ao final deste texto).

Porém, o que mais nos interessou foram os comentários contidos na publicação da íntegra, vista por nós no site do Observatório da Imprensa. E são os 36 comentários contidos após ele, de pessoas de diferentes profissões e formações sociais - apesar de serem pessoas que têm acesso à Internet e a um site como esse - que nos deixou intrigados.

Justamente pela teórica boa formação cultural, mais acesso, dessas pessoas que o balanço desses comentários nos surpreendeu. Dos 36 comentários, dois foram o que denominei de “inertes” - uma resposta a comentário de outra pessoa e outro sobre a qualidade da entrevista -, apenas cinco eram críticas ao presidente por “incentivar as pessoas a não lerem” e 29 elogios ao mesmo – dentre os quais, muitas críticas ao profissional jornalista.

Resolvemos por dividir estes comentários em três grupos, com vinte e quatro tópicos diferentes no total. O primeiro, o maior deles, refere-se à análise da imprensa, principalmente no que consta o caráter ideológico. O segundo é sobre o produto midiático em questão, a própria entrevista publicada, além de alguns comentários sobre outras publicações. Já o terceiro é sobre o “mito Lula”, que o faz ter tamanha aprovação também em setores de classes média e alta.

Devido a tanto assunto que isso pode gerar, publicaremos a partir da semana que vem uma série com três textos sobre cada grupo supracitado e, lógico, com o nosso ponto de vista. Mas sempre aberto ao diálogo para possíveis críticas e discussões, inclusive utilizando trechos de alguns dos comentários para isso.

A grande mídia, a “democratização” da informação com a chegada da Internet, a própria atividade profissional e as possibilidade reais de ação de um jornalista e a importância da sociedade quanto a isso, serão temas amplamente abordados.
Não esperamos agradar, mas abrir importantes discussões.

Fontes:
- CONTI, Mario Sergio. Azia, ou o dia da caça. In: www.revistapiaui.com.br/edicao_28/artigo_859/Azia_ou_o_dia_da_caca.aspx;
- CONTI, Mario Sergio. Presidente com azia da imprensa (entrevista completa). In: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=519JDB013;
- DINES, Alberto. Bem-vindo ao Observatório, presidente! In: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=520JDB001;
- KOTSCHO, Ricardo. A dura relação do presidente com a imprensa. In: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=519JDB014;
- PEREIRA, Merval. O gosto pela imprensa oficial. In: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=519JDB009;
- SILVA, Deonísio da. A azia do presidente. In: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=520FDS002
- ZERO HORA. A azia do presidente. In: Editorial. Acesso em: http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2363896.xml&template=3898.dwt&edition=11473§ion=1011

Mangue Wireless

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Nestes poucos dias de 2008 recebi convites para escrever em outros dois blogs. Primeiro foi para falar sobre o futebol alagoano no FUTNordeste, em companhia do meu parceiro do Por Trás do Gol e de outras pessoas do Nordeste, especialmente da Bahia.

No último domingo, fui convidado a escrever para um blog criado uma semana antes, o Mangue Wireless. Eu conheço as pessoas que colaboram para ele do Movimento Estudantil. A idéia é essa, conforme me avisaram:

“criar um blog coletivo para debate e colocação de opiniões em geral, sobre qualquer tema: cinema, música, literatura, política etc. O que te der na telha, que valha a pena gerar um debate, você vai lá no blog e posta.”

Legal a iniciativa e confesso que não sou de negar propostas para poder escrever as coisas que vierem na cabeça.

O primeiro texto de lá se titula "Discursos para mudar o Brasil" e demonstra discursos, que hoje se mostram interessantes, que eu vi e ouvi no documentário Muda Brasil! (CALDEIRA, Oswaldo. 1985). Esta é uma obra histórica, pois mostra um período de muita importância do Brasil, a tal fase de transição entre autoritarismo e “democracia”.

Mas meus caríssimos leitores do Terra: O Planeta e seus interessados não se preocupem que continuarei com meus textos por aqui. Mas peço para darem uma passada pelo Mangue Wireless também, para ler textos interessantes feitos por pessoas com visão à esquerda da sociedade.

(Confira o nosso primeiro texto: http://manguewireless.blogspot.com/2009/02/discursos-para-mudar-o-brasil.html ).