terça-feira, 10 de julho de 2012

5 anos!

No dia 05 de julho de 2007 eu publicava os meus primeiros posts no endereço http://terrainteressados.blogspot.com. O blog, então "Terra: o planeta e seus interessados", surgiu por conta de uma disciplina de fotografia da Universidade. Já naquele momento eu pensei que poderia usar este espaço para além daquele trabalho. Na quinta-feira da semana passada, chegamos a 5 anos, alguns deles com mais postagens, outros com menos, sendo esta a de número 350.

O nome "Dialética Terrestre" surgiu em 2009, no aniversário de dois anos do espaço, com a mudança de layout que, se não me engano, perdura até hoje, porque ainda não achei outro que representasse tão bem o que quero expressar nos meus textos. Era um momento importante, pois estava conseguindo colocar uns textos no blog de um jornalista que escreve de forma diferente sobre o futebol, o José Roberto Torero. Não é à toa que, ao menos até agora, foi o ano que mais publiquei textos.

Este espaço foi diversificando o seu "menu". Com o tempo comecei a me irritar na graduação em Jornalismo quando me colocavam "automaticamente" para as editorias de esportes e política - até mesmo porque a minoria se interessava pelos assuntos e eu sempre fui do lado das minorias rs. Além disso, percebi que tinha fraqueza textual e de conhecimento para tratar sobre cultura. Resultado, resolvi passar a escrever sobre livros, filmes e até mesmo peças teatrais. Um espaço não profissional serviria para eu me aprimorar profissionalmente, com a vantagem de eu escrever quando e como quisesse.

Saí criando colunas. A "Circo a Motor" para tratar da Fórmula 1, mas que por conta da falta de tempo eu não escrevo com tanta frequência como noutros anos; a "IRAAAAAAADO!" para os momentos de raiva; a "Enquadro o fato", para desenhar o "fato" do mês, também impossibilitada por falta de tempo e de material para desenho - que sempre me fez relaxar...; a "Em busca do El Dorado", para relatar a experiência de "um imigrante intelectual alagoano no Rio Grande do Sul, o meu diário de pesquisa acadêmica que muito me serve para desabafar. 

POR TRÁS DO GOL
Mas o destaques especial, se é que eu não esqueci de outras colunas, é a "Por Trás do Gol". Os esportes, especialmente o futebol, são a causa de eu ter escolhido o jornalismo desde quando eu tinha meus oito, nove anos de idade. Os meus cadernos com as anotações das partidas, que comecei a fazer nas Olimpíadas de 1996, estão lá na casa dos meus pais para comprovar. Fora os jornaizinhos que eu fazia sobre as notícias do futebol para entregar ao meu pai quando ele chegava do trabalho...

Eu brinco com os meus amigos, também apaixonados por futebol, que para estar na editoria de esportes eu trabalharia em qualquer empresa, sem problema de consciência algum (Globo, Gazeta, RBS e demais congêneres no aspecto político-ideológico). Geralmente opto por escrever de uma forma que eu possa me colocar no texto, já que para mim todo jornalista esportivo tem que ter time - impossível gostar do negócio sem ter sido ou ser torcedor... Fora as "invenções" de estilo que eu posso testar e brincar, que mesmo em outros espaços, que me dizem que tenho toda a liberdade do mundo para escrever sobre, eu sei que seria diferente.

Por um convite de um amigo, o Por Trás do Gol acabou virando um blog, saindo deste espaço para partir ao Olé Olé. Foram três anos, de outubro de 2008 - coincidentemente, surgiu no mesmo dia da inauguração do Estádio Rei Pelé, minha grande paixão arquitetônica - e durou até setembro de 2011. Lá, eu e Homero Baco (são paulino e torcedor do ASA) pudemos discutir, polemizar e, principalmente, conhecer pessoas muito legais que, apesar de torcerem por times diferentes e discordaram em alguns pontos, tínhamos uma relação de companheirismo que poucas vezes vi igual - alguns eu ainda consegui manter contato posterior. 

Acabei abandonando um espaço já abandonado, com poucas pessoas para discutir e muito spam. O jeito foi voltar com a Por Trás do Gol para o Dialética Terrestre, onde eu pude criar uma sub-coluna especial para acompanhar o meu primeiro Gauchão de forma completa. Falar sobre o futebol gaúcho me deu alguns dos posts mais lidos deste espaço, caso do recorde de visualizações e comentários para um mesmo texto num curtíssimo espaço de tempo, quando tratei do Brasil de Pelotas, cuja torcida entrou no rol das que eu admiro.

Além disso, tive textos retuitados por blogs importantes aqui do Rio Grande do Sul, os espaços para quem não pensa o futebol só na bipolaridade Gre-Nal, o que serviu para dar um pulo na audiência deste blog a partir de janeiro. Fora que cheguei a conversar pelo MSN com o pessoal do Copero FC, que faz um trabalho muito interessante sobre o futebol do interior gaúcho.

COMENTÁRIOS
Até tentei divulgar as coisas por listas de e-mails, mas se nem a imensa maioria de amigos e colegas dá bola para o que eu escrevo, imagina os desconhecidos... Hoje, só divulgo por Twitter e Facebook, além de contar com o "sorteio" do Google nos termos de pesquisa, e me deparo com boas surpresas.

Disparado o texto mais lido, graças a trabalhos de universidade - algo que dá para perceber, pois quando é período de férias a procura por ele diminui consideravelmente - é o "A condição pós-moderna segundo Lyotard". Em janeiro recebi um comentário "inesperado":

"Olá, Anderson. Tudo bom? Sou professor do MBA de Educação Corporativa na Universidade Veiga de Almeida e gostei bastante do seu texto. Encontrei ao buscar um material sintético sobre o assunto que pudesse indicar como leitura para os alunos. Obrigado. Abraços Vinícius Antunes"

Li o livro a partir de uma proposta de um professor que desenvolvia o projeto de iniciação científica comigo para fazer um artigo sobre a pós-modernidade. Como uma forma de registrar minhas anotações, e o que eu pensava sobre o livro, acabei escrevendo o post. Em janeiro de 2011 já havia recebido um comentário de uma desconhecida sobre ele, e reparem na coincidência:

"Gostei do seu texto. Claro, objetivo e sintético. Estou a dias procurando algo sobre Lyotard e até agora o seu texto foi o que mais gostei! Para minha surpresa você mora na cidade onde eu morava. Tirando de lado os apontamentos filosóficos que eu acabei de ler no seu blog, mas esse é tipo de coisa que só a internet proporciona. O layout do blog também tá ótimo!"

Como não pretendo fazer uma lista dos textos mais lidos por aqui, trato também dos comentários cotidianos, que acabam por me fazer continuar a arranjar tempo para o Dialética. É muito bom quando alguém que você conhece comenta, diz que gostou do texto, que leu, caso do assíduo Bruno Martins. Muito  bom também é quando são pessoas que você teve pouco contato e passam a ler com maior frequência.

Acho que um dos meus maiores orgulhos foi com o pessoal da banda Saturno de José. Após um texto com as minhas sensações sobre o primeiro show deles que eu assisti, após o seguinte eu fui apresentado como "este é o Anderson, que escreveu aquele texto sobre a gente". Ouvir isso sobre um texto com um assunto que lá atrás eu sabia que eu tinha deficiência e precisava correr atrás é, sem modesta alguma, muito bom.

5 ANOS
5 anos é muito tempo. Uma das coisas que me fez me manter bem aqui no Rio Grande do Sul foi este espaço, onde eu podia relaxar, descarregar um pouco dos bilhões de problemas que me aparecem diariamente e, além disso, poder fazer o jornalismo que eu sempre defendi na graduação, mesmo que não ganhe nada para isso.

Acho até que eu não divulgo tanto para manter essa "aura" de espaço não tocado por lógicas produtivistas. De fato, nunca colocou os banners de patrocínio do Blogger justamente porque a minha ideia não é ganhar dinheiro com este espaço, é um lugar para eu mostrar as minhas ideias e, quem diria, coisas que sinto em determinados momentos.

Este ano deve quebrar o recorde de mais textos publicados - isso que eu ainda tenho dissertação, artigos científicos, opinativos/jornalísticos e um tanto de coisa que eu me meto a fazer. Fazer o quê, se é aqui que eu me sinto bem e posso escrever um texto do tamanho deste sem me preocupar se "o leitor da internet não lê textos longos" e blá, blá, blás rotineiros.

Posso até ter recebido um alerta, meio que "censura",  para as minhas tuitadas. Mas aqui não!

Vida longa ao "Dialética Terrestre: A arte de discutir a respeito do que há sobre a Terra"! Até mesmo porque eu preciso que ele tenha vida longa para eu ter certeza de ter mais alguns anos.

3 comentários:

  1. Parabéns por manter um espaço tão rico em opiniões, assuntos e qualidade durante esses 5 anos! Que venham os próximos!

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  2. Parabéns, Anderson. Cinco anos é um número realmente marcante. Não é fácil manter as publicações durante tanto tempo, razão maior de eu nunca ter feito um blog.
    Do pessoal todo da nossa época de Ufal, eu acompanho apenas o seu e o do João Paulo de crônicas.
    São espaços que depois de tanto tempo, tem bons textos e discussões proliferando e isso é ótimo.
    Que mais e mais cinco venham.

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  3. Obrigado Dani e Bruno pelas leituras e comentários. Espero sobreviver para mais cinco, depois mais cinco e assim por diante...

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