terça-feira, 8 de maio de 2012

[En busca de El Dorado] Yo no hablo español

Viajar para outro Estado para seminários e congressos nem sempre é a melhor coisa do mundo. Já fiquei em Campina Grande numa pensão que fica à certa distância dos locais em que o Intercom Regional ocorreria. São Paulo é "assustador" independentemente de se estar com um amigo cujo pai mora por lá; em compensação, as vezes que fui a Recife e a Fortaleza até que foi bem tranquilo. 

Mas desde hoje a experiência é outra. Vir a Montevidéu, capital uruguaia, para o Congresso da Asociación Latinoamericana de Investigadores en Comunicación (Alaic). Por mais que alguém possa dizer que espanhol seria bem mais fácil que o inglês ou outras línguas, o ritmo de fala é outro e justo nas palavras que você acha que o portunhol irá resolver é que complicam tudo.

Pois bem, após este primeiro dia, aproveito para dar algumas dicas. A primeira é que voando de Gol o check-in não é no espaço de check-in comum, pois antes disso eles precisam saber se você não leva creme, líquido, pasta ou qualquer coisa assim. Em Porto Alegre, ao menos, eles dão um plástico para vedar; em São Paulo, jogaram um creme de cabelo de uma pessoa que conheci no avião e que fez escala por lá.

A segunda coisa é o de sempre olhar como estará o tempo nos dias em que estiver em qualquer outra cidade. Não é porque Montevidéu fica perto de Porto Alegre que o calorão dos últimos dias em terras gauchas brasileiras se repetirão na capital uruguaia. Hoje a temperatura estava em 21º, com a noite diminuindo menos que no RS; mas a promessa é de desabar chuva e a temperatura na sexta-feira. Ah, mas não é porque se está no sul do continente que deve encher a mala de coisas para o frio. Prudência é bom na medida certa.

Por fim, o Aeroporto de Carrasco é muito bonito. Porém, você terá que passar pela imigração antes de pegar a bagagem. A empresa aérea deve dar um folheto para preencheres com informações básicas - algumas das quais ficará a dúvida sobre o que colocar, mas, ao menos na vinda para cá não deu problema. Curioso que assim que você sai desse setor há uma loja que vende tudo bem a seguir. Você é obrigado a passar por ela para pegar a bagagem. Grande sacada para vendas. Ah, as suas malas ainda passarão novamente pelo raixo-x - já passaram pela PF no Brasil - antes de você sair.

Pelo que nos contaram, o táxi para o Centro da Cidade ou para a Ciudad Vieja ficaria na casa dos US$ 60,00. Uma boa é pegar a van que o deixa defronte onde irá se instalar por módicos R$ 20,00. Com o meu azar característico, depois que eu e colegas de PPG do Mato Grosso, que conheci no avião, pagamos o valor, soubemos que havia um ônibus da organização da Alaic. Confesso que não os vi antes, mas, além disso, geralmente estes transportes são para convidados vips, categoria a qual estou longe de alcançar.

Há casa de câmbio no lugar em que se pega a bagagem. A cotação era em torno de 8,50 pesos uruguaios para cada um real. Andando depois vi que na 18 de julio as casas de câmbio pagavam hoje R$ 9,60. uma boa sugestão é trocar só o necessário no Aeroporto e deixar para trocar o resto no Centro - se é que precisarás trocar, já que às 19h algumas casas de câmbio ainda estavam abertas.

Dicas à parte, não vi o Estádio Centenário, por mais que passei na Avenida Itália, um caminho certo e que tenha visto placas indicativas para ele. Porém, passei em frente a algo do Peñarol (provavelmente um ginásio ou sede social), todo em preto e amarelo, com um torcedor com a camisa típica em sua frente. Pena que fiquei tão surpreso que mal deu para sacar o celular para fotografá-lo.

Deu tempo de pegar as coisas do Alaic, pois anteciparam las "aceptaciones". Aproveitei para dar uma volta pelas Calles que ficavam em torno do Hotel Embajador, o "oficial" do evento e que fica mais perto do hostel que eu estou que os espaços da Udelar (Universidad de La República) em que ele ocorrerá.

Há muitos brasileiros de vários lugares - inclusive dois professores da Universidade Federal de Alagoas (quem disse que não podemos ser surpreendidos? -, o avião veio cheio de pessoas para o congresso. Reencontrei também colegas da Federal de Juiz de Fora, que conheci no ano passado porque passaram um tempo na Unisinos. Uma coisa que não posso deixar de falar é que uma professora brasileira, que esperava acharem o crachá, veio perguntar para mim se estava sentindo o cheiro de esgoto. A minha pronta resposta foi que não. Ainda assim, ela me disse que era porque a cidade era velha (!!!!).

Folhado com recheio de doce de leite
e cobertura de chocolate
Enfim, vamos aos alimentos. O sonho de consumo são las panaderias (padarias), as quais a professora do Espanhol, natural de Montevidéu, havia falado mil maravilhas. O que é verdade. Incrível como as vitrines estão lotadas de doces dos mais diversos e como elas existem em pouca distância. O quilo de guloseimas está em torno de 179 pesos uruguaios, ao menos no lugar em que eu fui, que dá algo em torno de R$ 20,00. 

Foi nela que eu e a vendedora tentamos estabelecer um contato em que eu entendia o que ela falava, mas não conseguia fazer com que ela entendesse. Até que consegui dizer-la em números de cada coisa o que eu queria.

Mercados e mercadillos há em vários lugares também. Dei uma passada em dois mercados de artesãos e o preço de chaveiros e demais coisas é parecido com os lugares voltados ao turismo no Brasil, ou seja, pouco acima de um preço razoável.

Vi algumas lojas de clubes num centro comercial daqui. Aproveitei para comprar coisas menores, já que ainda terei mais quatro dias por aqui. A camisa do Nacional, campeão uruguaio ficará para ser comprada, se eu tiver como, lá para o final da semana. Na dúvida, já tenho um cachecol da Celeste Olímpica, que consegui ter o desconto de 20 pesos, dois reais, pelo simples fato de pensar um pouco se compraria três (Uruguai, Peñarol e Nacional) ou só um.

O engraçado foi encontrar um paraguaio numa das bancas de artesanato na Plaza Cangancha que parecia entender menos algumas coisas que eu. No fim, cada qual conseguiu comprar o que queria de uma senhora (por volta de 50 anos) que nos tratou com todo o carinho possível e imaginado.

Enfim, amanhã começa o Congresso e, com toda certeza, verei mais "dos meus" por lá, que ficaram de chegar na madrugada e na manhã desta quarta. A boa notícia do dia é que o GT de Economía Política ficará no mesmo endereço das mesas de manhã - não na Constituyente como estava antes aqui -, na 18 de julio. Apresentarei em los viernes (sexta)!

2 comentários:

  1. Já está incorporando o gauchês. Mandou ver duas vezes o verbo na segunda pessoa, hehehehe.

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  2. Hahahahaha O pior que não falam a conjugação certa no RS também. Sempre é o tu vai, como no "nordestinês". Eu é que aprimorei.

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