sexta-feira, 18 de maio de 2012

[Por Trás do Gol] Em Alagoas, nada de "maldições" e tabus

O Campeonato Alagoano de Futebol chegou ao final no sábado passado de um jeito que, de antemão, já digo que não esperava. Após dez anos sem sequer chegar à final do torneio, o Clube de Regatas Brasil (CRB) não só quebrou o tabu de não vencer um Estadual há tanto tempo, como fortalece o ano de seu centenário como um dos melhores da história, já que esta sexta-feira marca também o seu retorno para o Campeonato Brasileiro de Série B, após três anos na terceira divisão nacional.

Esse título de 2012 tem uma valor ainda maior se considerarmos que, sem sombra de dúvida, foi o melhor Campeonato Alagoano de, pelo menos, as últimas décadas. O torneio começou pela primeira vez com dois times que disputariam a Série B, o papão de títulos ASA e o CRB, que desde o início aparecia como favorito por ter mantido boa parte do elenco que conseguiu o vice-campeonato na Série C do ano passado. Dois experientes jogadores atuaram pelo Galo, o atacante Aloísio Chulapa (campeão do Mundial com o São Paulo) continuou na equipe e ainda houve o  reforço do o lateral-esquerdo Jadilson (que passou por Goiás e São Paulo, dentre outros clubes grandes do país), o melhor da posição em Alagoas.

Além deles, o CSA resolveu montar um time de respeito, capaz de apagar o vexame de 2011, em que só escapou de voltar à Segundona local com um gol aos 45 minutos do segundo tempo contra o CRB. Destaques para a volta de Adriano Gabirú, que mal jogou e foi dispensado pela diretoria - joga pelo Guarani de Bagé-RS a Segunda Divisão do Gauchão (na verdade 3ª, já que há a Divisão de Acesso no meio) - e o goleiro Flávio, que com toda a sua experiência se tornaria, indiscutivelmente, o melhor jogador desta posição.

Como atrativo para a imprensa nacional, Túlio Maravilha, em busca do seu milésimo gol, foi contratado pelo CSE, de Palmeira dos Índios. Nas primeiras três rodadas, Túlio marcou quatro gols, mas ficou por aí. O tricolor de Palmeira fez uma boa campanha no segundo turno, mas o camisa sete não quis prorrogar o contrato para disputar as semifinais contra o ASA.

FINAL
Quem nos acompanha aqui no blog, deve lembrar que acompanhamos as finais dos dois turnos através da saga "A volta dos titãs alagoanos" da Liga da Justiça do setor Alagoas do universo. Antes que alguém nos acuse de parcialidade, o que realmente há, explico que não pude acompanhar as finais do Alagoano por estar viajando a trabalho. Quando cheguei em casa, no sábado, a partida tinha acabado de terminar.

Se no primeiro turno, acreditava que o CRB era favorito para passar pelo ASA e garantir vaga na superfinal; para a decisão do campeonato, apontava como favorito o time de Arapiraca, que foi para as duas finais de turno, vinha empolgado com o título sobre o CSA e ainda decidiria em casa. Além disso, o CRB vivia uma mudança no comando técnico, com a estreia de Roberto Fonseca na superfinal. Fora o tabu de não vencer o rival arapiraquense há 5 anos.

Pelo pouco que pude acompanhar em terras uruguaias, e pelo que meu pai me disse depois, o primeiro jogo, no Estádio Rei Pelé, foi bem disputado, com o CRB abrindo o placar no primeiro tempo, o artilheiro Lúcio Maranhão empatando na metade do segundo, mas sendo expulso logo em seguida. Aos 45 minutos do segundo tempo, quando todos esperavam a manutenção do tabu, o CRB virou o jogo e garantiu a festa na arquibancada e a vantagem para o jogo de volta.

Pelo que pude acompanhar pelos melhores momentos, o ASA pressionou o quanto pôde, ficando exposto aos contra-ataques, mas sentiu muita falta do artilheiro do Alagoano, com 21 gols (!), Lúcio Maranhão. No geral, um desperdício de gols para os dois lados no Coaracy da Mata Fonseca e um empate sem gols que recolocou o Clube de Regatas Brasil no rol de campeões alagoanos.

Talvez o maior ponto negativo neste brilhante Alagoano tenha sido o rebaixamento do Coruripe, bicampeão estadual em 2005 e 2006, que jogará a Segundona em 2013 ao lado do centenário Penedense.

BRASILEIRO
Os três maiores campeões alagoanos se focam já neste mês no Campeonato Brasileiro. Daqui a poucos minutos, o CRB reestreia na Série B enfrentando o Bragantino no Estádio Rei Pelé. Amanhã (sábado), também às 21h, o ASA enfrenta o São Caetano no Anacleto Campanella. Fica a torcida para que ambos façam um bom campeonato e, pelo menos, consigam se manter nesta difícil divisão.

Já o CSA garantiu uma continuidade na temporada. Os azulinos estreiam na Série D no dia 27 de maio, no Rei Pelé, contra os baianos do Vitória da Conquista. Ainda estão no grupo dos alagoanos, o Feirense-BA, o Souza-PB, e Itabaiana ou Confiança - que fazem o jogo final do Sergipano neste domingo, com vantagem do triocolor, que venceu em casa o Dragão do Bairro Industrial por 3 a 1. Neste caso, a torcida é ampla e, literalmente, desde criancinha para que o Azulão faça um excelente campeonato e rume à Série C no ano que vem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário