segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Circo a motor - Expectativas

Algumas expectativas rondavam o Grande Prêmio do "Cirque du Soleil" da Fórmula 1. O histórico circuito italiano de Monza foi um dos primeiros da categoria e, junto com Mônaco e Spa-Francochamps, faz parte do grupo dos que seria impossível imaginar a categoria sem.

Dentre as dúvidas que o final de semana daria a resposta exata estava a possibilidade de a Force India surpreender novamente, já que se tratava de mais um circuito que exigia pouca pressão aerodinâmica. Outra dúvida ligada a esta: a presença de Giancarlo Fisichella na Ferrari no berço da principal escuderia do mundo em meio a fanáticos torcedores. Pouca pressão, hein?

A última anda permeando a cabeça dos que acompanham a Fórmula 1 até mesmo aqueles que não acompanhavam tão de perto. Quantos serão punidos no "caso Cingapura"? Se é que vai haver alguém que saiará ileso dessa história toda. Esta não poderá ser decifrada tão cedo.

Flávio Briatore aproveitou para fugir do tema e "acusar" - apesar disso não ser uma ofensa - Nelsinho, indiretamente, de homossexual. Além disso a ING Renault processará pai e filho por tentativa de chantagem.

RESPOSTAS POSSÍVEIS
Adrian Sutil colocou a Force India na segunda posição do grid, que ainda teve Liuzzi largando na 7ª posição. Enquanto isso, Fisichella admitiu sentir a pressão e largaria apenas em 14º. Na pole ficou Lewis Hamilton, com Barrichello em 5º mais pesado que o seu companheiro de Brawn GP Jenson Button, na sexta posição. Os carros da Red Bull largavam mais para trás, sem boas perspectivas.

Mas outra questão apareceu para Rubens Barrichello e a trupe da Brawn: trocar ou não o câmbio e perder cinco posições no grid de largada? A ameaça surgiu devido aos problemas do fogo no motor nas últimas voltas do GP anterior.

REI DAS ESTRATÉGIAS
Lembrando os melhores momentos de Ferrari, Ross Brawn montou uma boa estratégia para seus dois pilotos. Afinal, à frente deles apenas Kovalainen largaria com bastante combustível, parando também apenas uma vez nos boxes. Quanto à decisão sobre Rubinho, resolveu atender o pedido do piloto em arriscar.

A partir daí dependia dos pilotos fazerem seus papeis. E como fizeram. Ambos ultrapassaram Kovalainen ainda na primeira volta. Bastaria então manter um ritmo razoável e não ter nenhum problema até o final da corrida.

Após a 37ª volta, com a segunda parada dos demais que estavam à frente, Hamilton, Raikkonen e o surpreendente Sutil - que não largou mais de um segundo de trás do carro da Ferrari -, ambos os carros da Brawn assumiram as primeiras posições para não largar mais até a banderiada final.

No caso de Rubinho mais uma vez afirmamos que o jeito era esperar a última volta. Com a "fama" de azarado que ele tem vai que o câmbio resolve quebrar justamente no final - como aconteceu com o motor da Ferrari de Massa no GP da Hungria do ano passado.
PALHAÇADAS
Após muito tempo por fora, onde as zebras apareceram mais, atitudes dignas de palhaços - não pela incompetência, mas por serem rizíveis - voltaram ao "Circo a motor".

Primeiro, as equipes Ferrari e Force India, que sincronizadamente conseguiram errar na segunda parada, a ponto de nenhum dos dois pilotos conseguerem vantagem alguma. Bom para Raikkonen porque...

Lewis Hamilton estranhamente bateu após uma curva. Há quem afirme que foi erro, o que seria muito grotesco, já que era a última volta e ele nem perseguia e nem era perseguido por ninguém. Ainda imagino, pelo jeito que foi, que a suspensão de uma das rodas traseiras tenham quebrado. Por mais que digam que este inglês sofre em momentos de pressão, naquele momento a pressão era nula.

CAMPEONATO Rubens Barrichello conseguiu diminuir a diferença para Button de 27 para 14 pontos, restando quatro corridas pela frente. Além disso, praticamente garantiu o título de construtores e o de pilotos para a novata Brawn GP, já que nas últimas corridas, "empurrada" pelo motor Renault, a Red Bull não conseguiu bons resultados - Vettel foi oitavo em Monza.
Nas três últimas corridas, Barrichello conseguiu fazer algo jamais feito em seus 16 anos de F1: ganhar a torcida e a esperança real dos brasileiros num possível título de pilotos. O respeito que ele tinha em outros países parece que pode ter chegado no Brasil. Resta manter a coragem e o arrojo para mesmo que em segundo no geral consiga a grande vitória da sua carreira: ser bem visto pelos brasileiros.
O circo sai da temporada europeia e passará pela prova noturna de Cingapura, Japão, Brasil (18 de outubro) e termina as apresentações em Abu-Dhabi, inédito Grande Prêmio o qual nenhum chute pode ser dado.

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