sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Qual a cor olímpica?



Falei em Olimpíadas nas últimas postagens e esqueci dos seus últimos dias, quer dizer, não pude colocar nada sobre tal período. Corrijamos o erro com o início de comentários sobre os Jogos Paraolímpicos, esse sim de recordes para o Brasil.

Para falar das Olímpiadas para o Brasil não têm como deixar de citar a atuação das mulheres. Primeira medalha individual, primeira medalha de ouro índividual e a confirmação do sucesso no vôlei. Realmente o nosso alento foi feminino, ou como li em alguns lugares, a nossa olímpiada foi "cor-de-rosa".

Digo mais, foram da cor negra de Ketleyn Quadros e de seu bronze no Judô; prateada da filha da Maurren Higa Maggi, que não queria a medalha de ouro trazida pela mãe; e de ouro do vôlei feminino que só precisa do gesto de silêncio de Mari e Fabi após a final para representar tudo o que foi aquilo. Foi um cala-a-boca inclusive para mim.

As nossas três medalhas de ouro representaram, em quantidade e qualidade, que o Brasil foi abaixo das espectativas após o aumento de receita para o esporte neste ciclo olímpico.

Uma tese bastante interessante foi colocada: o Brasil, enquanto país subdesenvolvido e de pouco apoio ao esporte, só obtém sucesso em esportes coletivos ou nos oriundos da elite (vela ou hipismo); os resultados numa natação ou num atletismo (casos de Maurren e de Cielo) são devido aos esforços deles e de suas equipes de treinadores. Será que é isso?

Porém, se o sucesso individual já é destacável nestes casos, imaginem no caso dos para-atletas! Nesta competição estamos virando uma potência mundial e os resultados com certeza serão melhores que nos Jogos passados - ainda faltam alguns dias para as Para-olimpíadas de Pequim acabarem.

Aí a teoria muda, um pouco. Será que as tais forças de vontade e de superação de desafios surgem pelo que temos que enfrentar já pela situação de desigualdade social que permeia o atual sistema sócio-econômico e que prejudica os que mais precisam, especialmente num país em que a maioria se encaixa nesse perfil?

Um comentário:

  1. A respota para a pergunta do último parágrafo gera inúmeros debates. Porém acredito que sim. As pessoas querem sair das condições difíceis de vida que surgem desde antes do nascimento. Quem não quer viajar de avião, ficar em hotel bom e conhecer jornalistas famosos? Mas aí há o caso dos que são ricos e mesmo assim precisam se esforçar para obter resultados. Eles não são vítimas do sistema excludente, pelo menos aparentemente, e mesmo assim precisam se superar todos os dias. Então fica a pergunta: O que os motiva?

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