domingo, 10 de agosto de 2008

O espetáculo esportivo



O problema do favoritismo

O tema de hoje poderia ser a goleada do futebol masculino, a primeira das oito, espera-se, medalhas de ouro do Michael Phelps, as dificuldades argentinas no mesmo futebol, a vitória brasileira no vôlei ou os resultados da ginástica artística. Mas tenho que demonstrar a minha primeira frustração olímpica ao assistir às lutas do judoca João Derly.

Atual bicampeão mundial na categoria meio-leve enfrentou adversários que conheciam muito bem a sua forma de lutar: buscando as pernas. Venceu a primeira luta devido à falta de combatividade do adversário e na segunda começou a perder pelo mesmo motivo.

Primeiramente, o favoritismo de Derly o fez ser até ídolo do seu adversário, o português Pedro Dias que, portanto, conhecia sua forma de lutar e evitou o máximo possível o ataque, partindo até para o “suicídio” quando para se defender colocava as costas no chão.

Inclusive, muitas foram as vezes que João vibrou achando que havia conseguido o golpe perfeito, o ippon, que assim não fora interpretado pelos juízes. Como não também não foi interpretado assim o golpe que deu o Wazarii para o português.

Apesar das lágrimas, vale a experiência adquirida e a lembrança de que o ser humano ainda é uma máquina que trabalha com um mecanismo que pode modificar todo o seu esquema: a sensibilidade humana. Nem sempre os melhores têm um dia de melhores.
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Só para lembrar:

- Essa foi a situação de Daiane dos Santos em Atenas 2004. Favoritíssima para a disputa do solo na Ginástica Artística, por dois erros ficou apenas na quinta posição. Este ano vai para disputa do ouro por fora;

- O futebol masculino nunca venceu Jogos Olímpicos. Isso, mesmo com times com jogadores como Romário, Bebeto, Ronaldo, Ronaldinho, Tafarel, Rivaldo, ... Nas últimas que disputou parou nos africanos;

- O Brasil em Sidney 2000 não ganhou nenhuma medalha de ouro. Uma das zebras foi a vitória do britânico Ben Aisler na classe Laser da Vela. O muitas vezes campeão Robert Scheidt ficou com a medalha de prata após a marcação barco-a-barco de Ainsler na regata final.

E por aí vão os exemplos ...

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*P.S.: Continuo achando que Brasil X Bélgica não é um GRANDE clássico do futebol mundial.

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