quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Gritemos, choremos. Somos campeões!!!

Na chuteira direita do Fernando Prass estava a vontade dele ser campeão, mas também a minha, que não vi os minutos iniciais por culpa da Globo/horário de verão e passei a ver voltando do trabalho no interior a partir do smartphone; era a vontade do amigo de filhos e filhas à neta recém-nascida palmeirenses; do grande amigo, com quem fui ao nosso estádio pela primeira vez, mas com que não pude dialogar por mensagem porque iria descer para ver de mais de perto; era dos camaradas de Santana, do segurança/aluno que gosta de apostar e fica nervoso três dias antes de final, do outro que compra camisa do time para dar a professor italiano e do que é casado com uma tricolor paulista. A vontade dos quase 39 mil dentro do renovado Palestra Itália, dos tantos milhares que ficaram de fora e dos milhões no resto do mundo.

O grito que veio depois foi do Prass e de cada um de nós. Os meus foram bem escutados pela vizinhança. Que seja! Os xingamentos vieram logo em seguida e creio que também de muita gente, não só do Dudu dentro de campo. As lágrimas então, nem se fala. Ano passado estávamos gritando, xingando e chorando graças a um resultado alheio que nos mantinha na primeira divisão do Brasileiro. Este ano é por um título e que final!

Como já disse em alguns textos aqui neste espaço, minha relação com o Palmeiras é especial. O futebol em si é o que me faz sair do controle tradicional, da seriedade exacerbada. Não à toa que recebi parabenizações e li comentários de pessoas de diferentes Estados e de convívios comigo em distintos momentos da minha vida. Palmeiras, minha vida é você! Faz parte de mim desde a infância.


Os gritos a mais foram também por um ano complicado, instável. No meu caso, o melhor ano em termos profissionais, com direito a presença em meios de comunicação para falar da minha pesquisa, algo que sempre sonhei. Mas o pior em termos emocionais. O corpo entrou em TILT por conta de estresse, coração sinalizando problemas físicos e esses problemas interferindo num melhor desempenho nas questões de trabalho pela primeira vez na vida.

O Palmeiras viveu um ano com melhor estrutura graças ao retorno do estádio próprio e de um time de verdade em campo. Ainda assim, quando pensávamos que ia seguir em frente, voltava, tropeçava. O melhor dos últimos anos sempre tinha uma pedra no meio do caminho. Gabriel e Arouca lesionados, defesa levando gols a rodo, time sem armação de jogadas, etc. Tudo o que sabemos e que justificaria o favoritismo do Santos nas finais da Copa do Brasil.

O título era muito importante para mim. Nos pênaltis pedia até para morrer do coração, mas que saíssemos campeões - parafraseando o Marcos na preleção da partida final do Paulista de 2008. Posso morrer, mas sejamos campeões! Fomos, somos campeões! Eu que havia gritado bem no segundo gol e já tinha abalado a voz, detonei de vez após o último pênalti do Prass. Nunca gritei tanto e acho que nunca chorei tanto também. O Palmeiras precisava. Eu ainda mais.


Minha terapeuta acha curioso que eu consiga ter uma relação tão livre quando se trata do Palmeiras, mas que seja totalmente diferente quando se trata do meu relacionamento com pessoas. Impossível de explicar! Palmeiras é minha vida bem ou mal, longe ou perto.


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