segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Diário de greve - Dia 4

O final de semana foi de reuniões durante quase todo o sábado, com uma hora para o almoço e algumas horas para que uma comissão fechasse o comunicado com as novas estratégias para a negociação com o governo. De resto, das 10h às 0h10, reuniões, debates e propostas sendo apresentadas, discutidas e deliberadas.

Por isso que chego a me irritar quando vejo que a cobrança sobre a greve vai sempre nas postagens do sindicato nacional, das seções sindicais e perfis de professores que constroem o movimento paredista. "Ah, mas vocês estão ganhando salário mesmo sem aulas". "Ah, mas fazer greve e gerar férias é bom". "Ah, mas isso prejudica só os alunos", etc.

A minha experiência é de trabalhar por conta da greve mais que se estivesse na rotina de aula, creio que esse é o ritmo dxs camaradas que estão nos comandos locais e no nacional. Sem falar que tem questões de pesquisa que não param, então tive artigos, articulações acadêmicas e eventos a fazer/participar. Além do enfraquecimento da resistência interna, que derruba de vez em quando eu e outrxs colegas com problemas de saúde.

Pelo que vi e ouvi dxs camaradas que sairão do Comando Nacional, voltando à sua base, percebe-se o cansaço de todxs que constroem a greve, mas a vontade de conseguir vitórias, ou evitar derrotas - dado o caminho de governo e do Legislativo em 2015. Para além disso, em todas as falas, há a percepção que essa é apenas uma luta numa guerra muito maior, que não parará agora, tendo em vista a construção de uma sociedade livre, justa e igualitária, independente de onde se milita (em termos de outros movimentos sociais e partidos).

Nenhum comentário:

Postar um comentário