domingo, 23 de dezembro de 2012

[Por Trás do Gol] A metáfora da vida - parte 1

Pelo quinto ano consecutivo, resolvo fazer a retrospectiva dos clubes ao qual eu torço. De lá para cá, pouco mudou para positivo. Duas quedas e três títulos depois, chegamos a mais um ano com aquela sensação de que poderia, e deveria, ter sido bem melhor que foi. Como a vida, a gente sempre reclama muito e tende a esperar mais.

Ao contrário do ano passado, resolvi dividir a análise em duas partes, até porque o ano foi de muitas emoções para as hostes alviverdes, mas também teve seus momentos de alegria que parecia que ia resplandecer, mas que ficou no meio do caminho nas hostes azulinas, pelas quais começamos a traçar o nosso 2012 futebolístico.

UM ALAGOANO DOS GRANDES
O Campeonato Alagoano deste ano prometia ser um dos melhores das últimas décadas, com os times grandes, CSA, CRB e ASA montando bons times e a presença de Túlio para atrair a atenção da mídia nacional ao CSE. E foi.

Na primeira fase, o time comandado pelo experiente e excepcional goleiro Flávio (ex-Atlético-PR, Paraná e América-MG) começou muito mal, com mais uma derrota em clássico contra um CRB mais entrosado, parecia que poderia namorar novamente o rebaixamento, mas se ergueu. As defesas de Flávio e a habilidade de Washington no meio-campo colocaram o CSA em condições de passar para as semifinais. Bastava vencer o CEO, em pleno Rei Pelé. O que não aconteceu.

Veio o segundo turno. Já na primeira rodada, derrota para o CEO e várias piadas sobre qual seria o limite do time. Depois disso, em compensação, foram sete vitórias seguidas e um empate após sair para o intervalo do clássico contra o arquirrival perdendo por 2 a 0. Passamos pelo Sport Atalaia com um empate e uma vitória e teríamos pela frente um velho conhecido, o ASA.

Em jogo, a vaga para a final e a chance de melar um possível título do CRB no ano de seu centenário. Na primeira partida, vitória dos arapiraquenses por 2 a 0. No Rei Pelé, apesar de todo o apoio da torcida - e em outros lugares do país e do mundo, meu caso -, o time não conseguiu fazer sequer um gol, que poderia levar a final para a prorrogação.

Paramos ali, bem pertinho dos objetivos, mas ao menos garantimos, por mérito, a vaga para a Série D no segundo semestre e para a Copa do Brasil, mais inchada, do ano seguinte. A parte ruim é a de não ter garantido vaga para a volta do Nordestão, sendo a péssima ter acompanhado o fim do tabu de 10 anos sem títulos do arquirrival semanas depois.

O QUASE DE NOVO
10 jogos, 6 vitórias, 3 empates e 1 derrota. Campanha de campeão não? Não. O CSA na Série D fez um excelente campeonato, mas mal pôde chegar a disputar as quartas de final do torneio, que dariam ao vencedor do confronto a vaga à tão sonhada monotonia de estar na segurança da Série C em 2013.

Num grupo com baianos e sergipanos, o Azulão do Mutange voou dentro e fora de casa, com direito a goleada por 5 a 0 contra o Feirense no Rei Pelé com 4 gols do jovem atacante Ronaldo, uma das revelações surgidas durante o torneio. Acompanhei pouco, por questões de trabalho, mas lia e ouvia um time bem entrosado, apesar do prejudicial mês em que não se sabia se o torneio ocorreria este ano, por conta de zilhões de ações judiciais.

Quando a bola rolou, o time estava muito bem e bem mais forte que qualquer concorrente. Nas oitavas de final, o adversário era o Campinense, da Paraíba. No primeiro jogo, o time levou o gol, mas empatou com certa tranquilidade. Porém, no final da partida levaria o gol da única derrota azulina na competição.

Na volta, o mesmo roteiro do que foi visto na última partida da primeira fase do primeiro turno do Alagoano. Um time muito ansioso, partindo de qualquer jeito para o ataque e torcendo para que Flávio seguisse fazendo os milagres para evitar algo bem pior. De novo no Rei Pelé, o time parava numa competição com um empate sem gols. Foram três situações assim no ano.

A Série D acabou sendo ainda mais especial por motivos particulares, marcando o trajeto esportivo desta temporada.

Justiça seja feita, este ano a diretoria fez um bom trabalho, apesar de algumas briguinhas aqui e acolá, confirmando a sina de que em ano de eleições pode-se esperar um CSA forte.

2013
Após algumas dúvidas e vacâncias na gerência de futebol - e acusações de roubos de documentos da gestão anterior -, a pré-temporada está em pleno vapor, com direito a uma amistoso ontem, vitória de 1 a 0 sobre o Confiança, em Aracaju.

Pelo que se tem de contratações, percebe-se o cuidado de trazer de volta os jogadores que foram bem no Alagoano e na Série D do ano passado, o que facilita muito. Além dos já "tradicionais", para o futebol alagoano, atletas de empresários do interior de São Paulo. As expectativas são de razoáveis a boas, ao menos por enquanto, para o nosso ano do centenário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário