terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Agora grunhindo: @AndersonCepcom


"[O Twitter] Nem sequer é para mim uma tentação de neófito. Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido". José Saramago, entrevista para O Globo em 2009.

A notícia que provavelmente fará a audiência deste blog aumentar consideravelmente, ao menos para este post: acabo de fazer uma conta no Twitter! Basta agora que uma pessoa que me conheça leia isso para disseminar perante "arqui-inimigos" da escrita longa para que a partir de amanhã surjam brincadeiras sobre o assunto.

Quem me conhece sabe que a minha divergência com o Twitter vem do motivo elencado por José Saramago numa entrevista cedida em julho de 2009. Eu sou acostumado a ter dificuldades em escrever nos limites de aceitos por uma publicação - os "arqui-inimigos" sabem muito bem disso. Imagina só ter que escrever em apenas 140 caracteres? 

É a representação da efemeridade da sociedade pós-moderna contemporânea, em que, graças também à televisão, temos que nos adaptar a notícias rápidas e sem a possibilidade de consciência do que se passou. São os 90 segundos de uma informação telejornalística em forma proporcional na escrita. E isso justo através da Internet, onde a promessa é de que podemos escrever o que quiseremos sobre o que quisermos e deixar por aqui, à espera de alguém que leia.

E por que alguém que é contra tão profundamente a esta forma de escrita resolveu entrar neste troço?

Para minha infelicidade, e isso há muito tempo, as várias formas do passarinho azul se espalharam e, em alguns casos, foi fundamental para a disseminação de informações, mesmo que curtíssimas. Onde a imprensa não pode entrar, basta ter um computador com acesso à Internet, ou algo que funcione enquanto tal, para que saibamos um pouco do que acontece.

Além disso, o fato de um dos programas de uma emissora comercial local - um telejornal que para fazer merchandising não pode ser chamado de telejornal - passou o mês inteiro divulgando intensamente, diariamente, suas contas nas redes sociais. Se antes você mandava uma sugestão por e-mail, agora ela pode ser feita através da rede social mais atual.

A minha ideia, ao menos neste mês que me resta em terras caetés, é verificar como as emissoras locais utilizam essa ferramenta. Além disso, e caso eu consiga, perceber se o que ocorreu com os blogs se repete no caso do Twitter. O seguinte: apesar da possibilidade de publicação livre, os que  fazem maior sucesso são de pessoas famosas em outras plataformas midiáticas, com algumas exceções - estas que geralmente não aguentam a pressão de serem obrigados a postar devido o sucesso.

Na medida do possível eu escrevo por aqui ou no blog do Cepcom, quando enviar um texto para publicação em sites nacionais, como está este processo. De antemão, o negócio é bem mais complicado do que parece, ao menos para se fazer: não tem formatação em Língua Portuguesa - por mais que o Google Chrome traduza do jeito dele ainda fica difícil -, algumas dificuldades de formatação e, o principal, os muitos perfis falsos que existem lá.

Nunca fui e nunca fiz questão de ter centenas de "Amigos" no Orkut, então minha intenção lá não será atingir o "Trend Topics" e muito menos ter muitos seguidores. Vamos ver o que dá para fazer por lá enquanto ferramenta de comunicação e como não ser mais um viciado nisso.

Agora, após a morte do Saramago e a minha "venda" ao passarinho azul, só resta o Luís Fernando Veríssimo para atacar o Twitter. Foi mal, Veríssimo.

Um comentário:

  1. afinal, vc não é assim tão hardcore, anderson. acabou se rendendo! agora vamos ver se vc vai ser mais um 'viciado'. já estou te seguindo, só pra ver no que vai dar! ahahah

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