domingo, 9 de maio de 2010

O submundo de Alice


contei em outros posts aqui no Dialética que gosto de saber a opinião de jornalistas especialistas em cinema. Vou pouco ao cinema, hoje muito mais por não ter tempo, e consideraria perda de tempo e de dinheiro ir para ver um filme que não me agradará - ah, levo em consideração os textos que entram em contradição, algo comum no mundo do jornalismo cultural.

Alice no País das Maravilhas foi o segundo filme que mais esperava para este ano - o primeiro era Avatar. O fato de Tim Burton dirigir o longa-metragem baseado em obras das mais discutidos pela Filosofia, Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho; e da Disney espalhar imagens do filme; de ser em 3-D; da história parecer ser infantil, mas, desta vez, com a protagonista sendo adulta... Tudo isso chamou minha intenção.

Em contraposição, todas críticas foram negativas ao filme. De jornalistas de grandes jornais brasileiros, com matérias reproduzidas por aqui, até blogs de especializados no assunto e colegas que foram assisti-lo antes do que eu. Justamente de um filme que todos esperavam tanto e muito por causa de toda essa expectativa criada em torno dele.

Acabei indo mais por influência de tanto querer ver e tentar pegar alguma coisa filosófica do filme ou saber se era viagem demais dos autores que o discutiam. Porém, por mais insistência que alguém tenha me feito, não valia a minha aventura para vê-lo em 3-D.

PRÉ-FILME
Mas antes de entrar na discussão geral, de saber se as pessoas estavam certas ou não, coisas curiosas que vi no cinema da rede Severiano Ribeiro antes do filme, quer dizer, antes dos traillers.

Primeiro, uma propaganda afirmando que "por causa do escuro, no cinema os sentidos são aguçados" e daí ser uma boa opção para propagandas. Tudo com uma música que se identifica com outra forma de sensibilidade, que casais gostam de fazer durante os filmes...

Outra coisa foi a propaganda do IG, com notícias instantâneas, como o pedido de demissão do técncio do Corinthians que teve como resposta uma prorrogação em seu contrato. Algo tão informativo e em tempo real assim eu ainda não havia visto.

O QUE ESPERAR?
Como se não bastassem os comentários negativos ainda tive que enfrentar muitas crianças na sessão. E, para variar, há aqueles pré-adolescentes que vão em grupo e se acham no direito de conversar sobre qualquer besteira durante o filme.

Enfim, essa enrolação toda é porque saí da sessão do cinema com uma sensação estranha, de que o filme passou e pronto. Não deixou nada de especial; nada que eu pudesse dizer, "ao menos teve um certo ritmo".

Seria injusto dizer que não foi criativo colocar uma Alice mais adulta e bem diferente das mulheres qeu a cercavam e, consequentemente, louca para fugir das imposições sociais - desde peças de roupa a um casamento com um sujeito bem estranho.

Vá lá, outro ponto positivo é a forma com que se trata a memória dela, a transformação daquela aventura que ela semrpe achava ser um sonho até o momento que percebe que já viveu aquilo antes. Um fator que traz a dúvida a alguns dos outros personagens, já que aquela era uma Alie que não era a que todos esperavam para o "Glorian Day". Mas ela vai se achando ao longo do longa.

Johnny Depp se não foi sensacional como todos esperavam, também não foi um desastre, não causou, ao menos em mim, um imenso desapontamento. O "Chapeleiro Maluco" teve sua importância na história, transformou-se num coadjuvante, mas não a ponto de ganhar o destaque de alguns pôsteres.

As rainhas são personagens interessantes para se destacar, e por motivos diferente. Se temos a maquiavélica Rainha de Copas, com seus soldados-cartas diferentes em relação ao desenho, cercada por puxa-sacos, e com uma imensa cabeça em forma de coração, só que com características definidas; temos do outro lado uma Rainha Branca que irrita qualquer um com o seu exagero nos bons modos.

Confesso que torcia para que ela virasse a vilã da história. Não sei se sou muito pessimista, mas ninguém é tão bom daquele jeito sem soar falsidade. Pode ser até que também seja assim na história do livro, o qual não tive a oportunidade de ler ainda, mas não deixará de ser irritante. Parece uma cópia do que a sociedade do mundo de cima espera de Alice.

Não é à toa o tamanho da responsabilidade que Alice tem em cumprir com o destino determinado e matar o jaguadarte - nome que gosto bastante. Como ninguém lê mesmo isso aqui e a história é bem conhecida, um spoiler: estranho como alguém que afirmou o tempo inteiro que não conseguia matar ninguém cortou a cabeça do animal de forma tão fria. É só reparar que o Chapeleiro Maluco hesitou em matar o escudeiro da Rainha de Copas.

A metralhadora giratória em argumentos após subir novamente até que foi legal e bastante surpreendente para a sociedade da época. Algo como um marco na alteração da maneira dos jovens se comportarem.

A fotografia do filme também foi boa, especialmente para o gato, cujos aparecimentos devem ficar interessantes em 3-D, mas para quem viu Avatar a tão pouco tempo, é impossível não comparar e ver que Alice fica bem aquém.

Quanto ao conteúdo, só lendo os livros e revendo os filmes anteriores para ter realmente algo para se comparar. Pelo menos por enquanto, fico com a sensação que o ritmo do filme correu para levá-lo ao fim.

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