sexta-feira, 14 de maio de 2010

Circo a motor – Respeitem os ídolos!


Ontem a Fórmula 1 comemorou exatos 60 anos do primeiro Grande Prêmio da categoria. Daquela época para hoje e para este fim de semana, apenas duas coincidências: o super-travado, e tão elegante quanto, circuito de Mônaco e a Ferrari.

A proximidade entre o GP anterior, o primeiro no período europeu, na Catalunha, e o GP de Mônaco, neste final de semana, quase me fez esquecer de escrever algo sobre a corrida em Barcelona.


“VELHINHOS”

Durante a semana, devido ao confronto entre Flamengo e Corinthians pela Libertadores, comentávamos num dos blogs de futebol que acompanho a “pena” sentida em relação ao Ronaldo. O cara é um vencedor só pelo que teve de enfrentar após as cirurgias e se arrastava em campo. Apesar de toda a imensa torcida anti-Corinthians no torneio e com a má fase do Fenômeno, os outros torcedores – exceto os rubro-negros- olham de outra forma aquele adversário.

Até que ele fez uma boa atuação, excelente se comparada ao que vinha fazendo este ano, mas no dia seguinte resolver conceder uma entrevista coletiva. Nesta, teve que responder uma pergunta sobre a falta de comprometimento dele. Foi uma das respostas mais emocionantes, e revoltadas, que eu já vi. Nada a acrescentar ao que ele disse.

Ao mesmo tempo, em outro esporte, seu maior vencedor era questionado até mesmo em seu país de origem. Michael Schumacher resolveu voltar ao circo após três anos parados e dividiu desde o início quem acompanha o automobilismo: ele é gênio e voltará com tudo ou sentirá as mudanças no carro e a falta de ritmo?

É fato que nas quatro primeiras corridas ele pouco fez, foi ultrapassado por pilotos com carros mais fracos e ficou muito atrás do seu companheiro de Mercedes, o também alemão Nico Rosberg. Mas criticar a sua volta é esquecer da imensa quantidade de mudanças no tempo em que ficou fora e, o principal, ninguém retoma uma carreira de onde se parou.

Não é porque ele não é o mesmo Schummi de antes – nem tem uma Ferrari trabalhando “só” para ele – que as críticas devam ser ásperas a ponto de se esquecer do que ele tem na F1. São SETE títulos mundiais, fora os demais recordes. Se a decisão foi certa ou não, acredito que no final da temporada ele mesmo pode responder. Afinal, ele não voltou por causa de dinheiro – ganhava US$ 7,5 mi. como consultor da Ferrari por ano.

GP DA CATALUNHA

O GP em Barcelona foi bem mais tranqüilo que os anteriores, já que não teve chuva, mas nem por isso perdeu em momentos emocionantes.

No treino oficial, para variar, a RBR ficou com a poleposition. Só que desta vez foi o australiano Mark Webber que fez o melhor tempo; Vettel em segundo. Para os brasileiros com carro, foi um desastre. Massa em nono e Barrichello em 18º, após mais uma de suas marés ao receber uma chuva de pedras de trás do carro de Hamilton.

Já na corrida, ambos largaram bem e ganharam posições. Até Bruno Senna, com um veículo enguiçável pulou da 24ª para a 17ª posição, abandonando a lata-velha antes de completar a primeira volta.

Para não me alongar muito, vamos aos fatos principais...

Webber foi o quarto piloto, em cinco provas, a vencer uma corrida. E de forma gigante, de ponta-a-ponta, com os melhores tempos.

Vettel perdeu posição nos boxes para Hamilton – algo que voltou a ocorrer com a diferença de volta em que se entrava – e caiu para terceiro. Para piorar, no final da corrida teve outro problema com o carro, na parte dianteira direita. Voltou aos boxes, trocou o pneu e não resolveu, tendo que ser avisado volta a volta a diminuir seu ritmo. Ainda conseguiu chegar em terceiro, pois...

Hamilton, que chegaria tranquilamente em segundo, sofreu no final com o desgaste dos pneus e viu o dianteiro direito estourar faltando uma volta (uma volta!) para o final da corrida. Melhor para...

Fernando Alonso, que numa corrida sem maiores sobressaltos, ganhou duas posições de presente na corrida na sua Espanha, para delírio da torcida.

Após largar pela primeira vez na frente de Rosberg, Shumacher deu um show na primeira parte da corrida ao segurar Jenson Button. No final, um merecidíssimo quarto lugar e a prova de que a qualidade não saiu dali.

Jenson Button chegou em quinto e manteve a liderança no campeonato, agora com uma diferença menor; Felipe Massa chegou em sexto e Rubens Barrichello chegou em nono, marcando mais dois pontos. Ah, Lucas di Grassi chegou em 19º.

>> CLASSIFICAÇÃO

1º Button 70/ 2º Alonso 67/ 3º Vettel 60/ 4º Webber 53/ 5º Rosberg 50/ 6º Hamilton 49/ 7º Massa 49/ 12º Barrichello 7.

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