segunda-feira, 13 de julho de 2009

Circo a motor – Azar, azar, azar,...

Um Grande Prêmio com muitas variações. Num ritmo frenético fora e dentro do circuito, a Fórmula 1 desembarcou numa revigorada Nürburgring com o intuito de saber se a RBR é quem dá as cartas nesta temporada. Apesar de o final ter mostrado que sim, foi difícil chegar a esta conclusão.

Primeiro, vamos tratar da parte legal da história, a competição. Os treinos livres mostraram a evolução dos carros da McLaren, com Hamilton fazendo o melhor tempo da sexta-feira.

No treino oficial, primeira parte (Q1) com sol até menos de dois minutos para acabar. Não teve a emoção dos últimos minutos de ver quem ficaria na zona ruim para a largada. Sorte do ameaçadíssimo Nelsinho Piquet, que marcou o 15º time, o último para passar de fase.
O Q2 começou com chuva, mas o tempo foi melhorando no céu e na pista. Rubens Barrichello deu sorte de esperar para colocar pneus secos novamente e marcar, disparado, o melhor tempo desta parte. Nelsinho conseguiu o segundo tempo e Adrian Sutil, alemão da Force India, o terceiro.

Para o Q3 nada de mudanças repentinas, ao menos no tempo. Mas emocionantes minutos de revezamento na pole. Hamilton, Button, Webber, Vettel e Barrichello, todos disputando, volta a volta. No final, Webber conseguiu sua primeira poleposition na categoria e Rubinho pelo menos largaria em segundo, à frente de seus dois oponentes diretos no campeonato.


CORRIDA "Hoje me sinto roubado. Demos um show de como se perder uma corrida", reclamou Rubinho após a prova. Isso resume bem o que foi a corrida para ele, que justifica o título da coluna desta semana.

Mais uma vez largou bem e passou Webber na primeira curva, mesmo recebendo um sonoro "chega para lá". O carro da Brawn não conseguia abri mais de 1,5s, o que representava que depois do primeiro pit stop, o australiano pularia para a frente.

Porém, veio a punição a Webber, teria que passar pelos boxes e assim Rubinho venceria, finalmente, uma prova, que seria a 100º de brasileiros. Após a primeira parada do brasileiro, ele volta atrás de Massa, que fazia uma corrida boa e com tanque cheio e não abriria a posição.

Barrichello ficou preso a um carro lento e perdeu a corrida aí. Segundo estatísticas "globais", foram cerca de 20 segundo nesse lenga-lenga. Tudo bem que a equipe, que já ia parar três vezes nos boxes, poderia ter diminuído o tempo da parada para ele voltar à frente, mas isso não o obrigava a ficar o tempo todo esperando que Massa parasse.

Resultado: não só Mark Webber volta à ponta, como Vettel chega em segundo. Bem, na pior das hipóteses, ao menos chegaria na frente de Button e se manteria com os mesmos pontos do alemão da RBR. Até que veio o erro fatal.

Além de não mudar a estratégia, a mangueira de combustível da Brawn no segundo pit não funciona, fazendo-o perder mais cinco segundos. Desastre total que foi consolidado com a mudança para a terceira parada, que beneficiou Jenson Button, de forma intencional.

No final, vemos um Mark Webber emocionadíssimo por conseguir uma vitória para o país após 28 anos, um Vettel que tirou mais pontos ainda e alcançou a segunda posição - com a Red Bull bem melhor que as demais equipes -, um Felipe Massa satisfeito com a terceira posição, Rosberg (Willians) de forma surpreendente em quarto, e os antes imbatíveis Brawn em quinto e sexto.

DILEMAS Todos antes da corrida tinham uma fonte confiável da Renault que dizia que Nelson Ângelo Piquet não correria mais, seria substituído por Serbastian Grosjean, líder da GP2. Nelsinho conseguiu pela primeira vez no ano largar na frente de Alonso, mas fez uma corrida discreta, com um carro bem pior que o do companheiro de equipe.

Se ele sai ou não é algo a ser resolvido nas próximas semanas, até o GP da Hungria.

Outro problema surgiu nos bastidores. Em reunião sobre o campeonato do ano que vem, voltou a disputa de egos nas mentes mandantes da F1. Por discordar da obrigatoriedade de decisões unânimes, a Fota (associação das equipes) reclamou que isso nunca existiu. O pessoal que comanda a Fia devolveu dizendo que eles não tinham direito de reclamar nada porque não estão inscritos, ainda, para o ano que vem.

Um comentário:

  1. "Demos um show de como se perder uma corrida". Rubinho, sua vida se resume nisso!

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