segunda-feira, 19 de agosto de 2019

5 anos!

Há 5 anos eu tomava posse como professor da Ufal, lembro da emoção, de até embargar a voz ao falar e recordar de que quando colei grau às pressas porque precisava me matricular no mestrado lá no Rio Grande do Sul tinha o compromisso de um dia voltar. Foi bem antes que eu imaginava, no primeiro concurso para efetivo e após percalços que jamais imaginei que teria após o título de mestre. Sábado mesmo comentei isso para um colega, após ouvir mais uma vez que sou muito novo e nunca se sabe de quem se pode precisar depois.

Eu aprendi de uma maneira bem difícil, lembro de cada pessoa que se preocupava - e também de quem deu só um "até logo" -, mas optei por trazer sempre a experiência dessas dificuldades na tentativa de manter a coerência com o que eu acredito que deveria ser a prática profissional enquanto servidor público de uma universidade federal e com autonomia e independência quando fosse necessário para atuar nos espaço acadêmico (sala de aula, projetos de pesquisa e extensão, orientações de TCC, coordenação acadêmica e atividades de redes de pesquisa, agora como presidente da Ulepicc-Brasil).

Se nunca na Ufal foi fácil, da graduação em que tive que correr para conseguir ter a formação que imaginava ser adequada, indo para outros cursos e num núcleo de estudos formado por estudantes (que orgulhosamente desde o ano passado virou grupo de pesquisa, o qual co-lidero); ou como professor e (dois anos) como gestor de uma unidade educacional descentralizada do Campus Sertão ainda sem teto próprio, também nunca faltou vontade de buscar fazer o melhor, de ficar alegre a cada resultado positivo após longas e extenuantes batalhas. Afinal, e isso não é específico da instituição em que trabalho e já não era em outros contextos políticos, o espaço acadêmico/universitário é de muito desgaste psicológico para quem tenta percorrer caminhos mais difíceis, ainda que mais produtivos.

Estou afastado para qualificação de doutorado desde abril, após um ano trabalhando numa cidade do interior de Alagoas ao mesmo tempo que estudava na capital federal. Devo voltar em 2021, mas tenho muito orgulho de ser professor da Universidade Federal de Alagoas, ainda mais da Unidade Educacional Santana do Ipanema, em que tenho a noção de apesar de dar aula para outros cursos (Economia e Contabilidade) e das grandes dificuldades que temos na "periferia da periferia", o meu papel social é amplificado. Cada conquista em projetos aprovados e de nossxs estudantes carrega histórias talvez com ainda mais dificuldades que a minha. Poder contribuir com estudantes da Ufal, mesmo que um pouco, é muito especial para quem já esteve no lugar de estudante de graduação.

Até por isso, sempre briguei muito dentro da instituição, fosse próximo ou não da reitoria com mandato vigente, estudante ou professor, em greves ou atos e manifestações em campus ou nas ruas. A Universidade Federal de Alagoas é uma parte muito importante na minha vida e tento desde o dia 19 de agosto de 2014 ter o orgulho de viver o sonho estabelecido em 6/1/2011, mas com a noção do compromisso que isso me caberia. Que a universidade pública possa cumprir o seu papel com a melhor qualidade e as melhores condições possíveis, que nunca saia de perto da sociedade em seu entorno, especialmente para quem mais precisa!

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