terça-feira, 12 de abril de 2016

Sobrevivi aos 27!


Escrevo isso antes das 9h55, horário oficial de aniversário, até pelo tanto de coisas a serem feitas. Pelos últimos anos, imagino que foram algumas dezenas de parabenizações na linha do tempo do Facebook, às quais a chamada deste post deve agradecer.

Eu não gosto de aniversários, então não estranhem eu ter me escondido aqui e acolá para evitar qualquer tipo de comemoração. É simplesmente por eu não achar que eu tenho que comemorar algo - já foi pior (e eu me diverti relendo agora). Na verdade, a única data agora é o dia 19 de agosto, que me possibilitou fazer o que eu adoro.

Esse ano foi tremendamente complicado. Lembro bem do porquê eu escolher ficar incomunicável ano passado e o que veio depois (forte crise de depressão em julho, crises menores depois, que geraram outros tantos problemas físicos). Nem o trabalho, a coisa com que eu completo o meu vazio, dava conta. Ainda assim, eu fui trabalhando, fui fazendo o que minha consciência dizia que tinha que fazer, empurrando-me para as coisas. E comecei a terapia, de onde vem o título da sobrevivência aos 27, que, apesar de ser fundamental nesse processo de sobrevivência mesmo, ainda preciso melhorar muito, preciso dar o meu passo atrás: aprender a viver. Eu estudei, eu trabalhei, mas não sei como é viver. Normalmente até fico mais naturalmente deprimido nas semanas antes do aniversário, este até foram menos - tirando a sexta-feira passada, em que houve um complô de situações de um dia cheio para acontecimentos que me deixaram bem mal.

Como penso tudo com antecedência, o mote deste texto seria o convívio com as outras pessoas, tantas que me parabenizaram hoje e tantas outras que eu temo ter/manter contato. Desses parabéns mesmo, tentando não ser (tão) pessimista, devem ter sido pessoas de diferentes momentos da minha vida e, consequentemente, de diferentes locais, alguns dos quais sinto enorme saudade. Parece que apesar do meu jeito, tem algo que faz com que estas pessoas gostem de mim. Por aí eu posso ficar com a consciência tranquila de que ao menos não devo ter feito (tanta) coisa ruim com as outras pessoas, algo com que me preocupo bastante.

A partir disso que trato do segundo ponto, agora pessimista, que entra na história do saber viver. Não consigo manter relacionamentos sociais, contato, apegos. Neste ano que passou, ainda que não tenha sido meu maior baque, a perda da minha avó enquanto eu estava em outro lugar (de militância desta vez) pesou. O quanto eu perdi tempo por estar envolvido em tantas coisas, menos em viver? Ainda assim, pouco fiz para mudar o quadro com bons parentes e família. Ainda não consigo. Nesse conjunto entram as tantas pessoas que eu não quis/quero me afastar, mas que isso ocorre "naturalmente" pelo meu jeito de ser.

É um problema sério, agravado neste período porque nos raríssimos casos em que eu faço mais que o possível para não me afastar, a escolha alheia foi agradecer por eu fazer isso. Algo que deixou marcas e pesos que sigo carregando, mesmo que todo mundo me diga que não deva mais. Afinal, nem eu tentando eu consigo me manter próximo a quem quer que seja?

Estou me esforçando para me entender ainda mais, cobrar-me menos, saber dizer não às atividades, mas tenho muitas dúvidas se conseguirei aprender a viver. Temo ter perdido muito tempo e seguir perdendo, mas ao menos do ano passado para cá eu escolhi tentar. Que ano que vem eu tenha esta data também para comemorar algo.

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