sábado, 7 de setembro de 2013

100 anos de uma grande história

37 títulos estaduais, 2 finais da Taça de Prata, único time nordestino a chegar numa final de torneio internacional (a Conmebol de 1999), formador de vários grandes jogadores, caso de Dida, um dos maiores artilheiros da história do Flamengo e reserva na seleção time campeão mundial de 1958, que entraria em campo com a camisa azulina acompanhado de Garrincha, num amistoso em 1973. Uma torcida fidelíssima e apaixonada, cobra muito, mas o passado de sucesso assim o exige.

Centro Sportivo Sete de Setembro, criado no dia 7 de setembro de 1913; depois, a partir de 1915, Centro Sportivo Floriano Peixoto, para, finalmente em 13 de abril de 13 de abril de 1917, tornar-se o Centro Sportivo Alagoano, que viria a ser chamado nas décadas seguintes por CSA, dos dias atuais. São 100 anos de história comemorados neste sábado.

Minha relação com o CSA é bem diferente do que a do Palmeiras. Praticamente nasci a 100 metros do Estádio Rei Pelé, mas logo com 2 anos mudei para outro Estado. O futebol alagoano na infância era por poucas informações quando a família viajava para Maceió ou uma ou outra pelo rádio. Até fui a um jogo quando criança, mas cansado pela viagem, dormi. Assim como, escutamos o título de 1997, provavelmente, por rádio.

A minha referência era o meu pai, que ao menos nisso conseguiu ter alguma interferência. Além disso, por mais que não tinha visto o glorioso time com Wilson e Catanha na primeira metade da década de 1990, sabia do tetracampeonato da segunda metade da década e da final perdida, no roubo da arbitragem na Argentina, contra o Talleres, pela Conmebol.

Voltamos em 2000 e o martírio chegou junto. Duas finais e duas derrotas para o ASA. No ano seguinte, ver o título do arquirrival ser conquistado contra si num quadrangular decisivo. Em 2003 - como se não bastasse o rebaixamento do Brasileiro do clube "nacional" -, rebaixamento no Alagoano. Como sempre pode piorar, no ano seguinte o time não consegue subir por conta de um gol levado em casa.

Ia aos jogos e neste ponto cheguei a avisar aos colegas de colégio que desistira de torcer pelo CSA. Até que veio o ano seguinte e estávamos lá eu e meu pai para ver a estreia do time no Alagoano da Segunda Divisão, este sim conquistado.

A partir daí, uma gangorra características, mas com bem menos títulos do que o histórico do time apontava. Vice-campeonato de 2006 com derrota nos pênaltis para o Coruripe, quase rebaixamento em 2007 e a chegada de 2008, com uma série de finais contra o ASA, começando pela final do segundo turno.

Professor na universidade presidente do CSA, a quem perguntara se daria para garantir o título assim que ele assumira a presidência, e alguns (chatos) torcedores do ASA que eram colegas, demarcando a pressão psicológica e as provocações - muito maiores que dos torcedores do arquirrival. Passamos fácil no segundo turno. No primeiro jogo da final do campeonato, vitória fora de casa por 1 a 0.

Na volta, 1 a 0 de início, mas virada do rival ainda no primeiro tempo, que levaria a disputa aos pênaltis. Início de 2º tempo, falta na entrada da área e gol do CSA. Daí em diante, foram minutos angustiantes pelo fim do jejum do clube e de um jejum particular.

Se pensava que a má fase tinha ido embora em 2008, veio 2009 para provar o contrário. Vários times diferentes, várias contratações (estapafúrdias) e novo rebaixamento. No meio disso, ainda o time eliminou o Santos, com um Neymar ainda "filé de borboleta", em plena Vila Belmiro.

Um tanto masoquista, 2010 foi o ano que verdadeiramente me tornei torcedor azulino. Fui a vários jogos do clube. Primeiro na tentativa (frustrada e esvaziada) de uma nova Copa do Nordeste, que o time foi bem, mas que bobeou na reta final, parando nas semifinais contra o Vitória. Numa Série D como convidado - graças às enchentes em Murici -, uma campanha muito boa na primeira fase, mas eliminação precoce na fase seguinte. 5 a 0 para o Sampaio Correa no jogo de ida e lá estava eu torcendo pelo milagre, que teria de ser ainda maior dados os 2 gols iniciais do time maranhense e um pênalti perdido nosso ainda no primeiro tempo. 10 minutos do 2º e o empate já estava no marcador, com o time perdendo vários gols, mas mantendo a honra.

No meio disso, ainda tinha as partidas da Segundona, com direito a um tropeço preocupante contra o Sport Atalaia, mas com uma campanha excepcional depois. No jogo de volta da semifinal, 10 a 0 no São Domingos e a garantia da volta no ano seguinte. Mais um título, o segundo, que não queríamos disputar.

Eu fui em 2011 para outro Estado, novamente, mas segui ansiosamente acompanhando um time que fizera o pior início de Alagoano dele na história. Quando nem eu mesmo acreditava, mas acompanhava as notícias de longe, a chance de fugir de novo rebaixamento no último jogo, tendo que quebrar jejum contra o arquirrival. Sem melhores condições de internet, sofri até os 45 minutos do segundo tempo, quando consegui ler pelo celular que saíra o gol salvador. Pulei e me esforcei para não gritar pelo prédio.

2012 veio com campanha razoável no Alagoano (3º lugar) e nova excelente campanha na primeira fase da Série D interrompida por um empate sem gols em casa após derrota por 2 a 1 para o Campinense fora.

Já 2013 foi o da minha volta e o da volta da busca de títulos. Vi 3 jogos no Estadual, fora as partidas pela TV, e sofri com os problemas de preparo-físico do time nos jogos finais contra o arquirrival. Ainda assim, restou, novamente, às penalidades decidir contra o maior campeão alagoano num final local. A Série D, com 4 pontos em 8 jogos disputados, é melhor nem falar - por mais que eu tenha ido em todas as partidas em casa.

Uma nova gestão assumiu o clube neste sábado, contando praticamente com todos os nomes (políticos e/ou empresariais) que por algum motivo já passaram pelo clube nestes últimos anos. A impressão que dá é que se o time não se reerguer agora, só uma grande novidade para recuperá-lo. A nós, torcedores azulinos, resta apoiar o time e cobrar (muito), coisas que geralmente já fazemos.

Claro, que também, parabenizar ao clube pelos 100 anos de histórias, de muitas alegrias e destaque no âmbito nacional (e, vá lá, até no internacional). Que venha uma nova era, mais parecida com a média geral da história do Centro Sportivo Alagoano, que com os últimos anos desta.

Um comentário: