quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

IRAAAAAAAAAADO! - Vou pular o Carnaval

Faz tempo que não escrevo nada que me irrita por aqui - o que não significa que não tenha tido motivos, mas sim falta de tempo. Nada como a maior das festas do Brasil para merecer um texto sobre ela.

Todo ano é a mesma coisa. Aquela velha pergunta: "Vai passar o carnaval onde?". Para quem me conhece minimamente sabe que não tenho "cara" de alguém que goste de pular, dançar, beber e fazer demais estripulias típicas da festa de momo. Se sabem que eu não sou disso por que perguntam?

Vá lá que não sou de um tipo comum de pessoa. Sou um cara calmo, não bebo, não fumo, não gosto de farras, de bagunça, de amizades, de festas - qualquer coisa efusiva -, mas, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, não sou religioso. Muito pelo contrário.

Vai ver que é isso que faz com que as pessoas, que chegam a saber que eu sou ateu, ainda tentem saber de algo que mostre algum "outro lado", semelhante à surpresa delas quando sabem a minha (nenhuma) opção religiosa.

CHANTAGEM
Até já tentaram até me convencer de que carnaval é algo legal. No ano passado sofri a maior das pressões. De um lado, uma colega que sugeriu que escutasse Monobloco e disse que eu iria gostar. Além de me "indicar" o carnaval de Olinda.

E foi nessa de que eu "iria gostar do carnaval" de lá que um outro colega disse que pagaria a passagem de ida e volta de todo mundo (do departamento de comunicação) para essa cidade pernambucana - é claro que depois ele pensou bem, financeiramente, e reduziu a promessa a mim. Não houve jeito.

Eu não gosto de lugares cheios de gente, com exceção de estádio de futebol. E carnaval num lugar como Olinda, com suas ruas estreitas, é literalmente ser levado pela multidão. Apesar das músicas mais tradicionais, logo menos mercantilizadas, também não serve para mim. Seria mais uma opção "para ver a banda passar", nas caras sacadas dos prédios.

OPÇÕES
As outras opções são Recife, que a cada ano tenta fazer um carnaval musicalmente diferente, mas sempre traz um "chama-público", casos de Calypso no ano passado e NX-Zero este ano; Salvador, com seu axé e músicas que me enchem o saco diariamente nos meses de janeiro e fevereiro nas ruas, ônibus e casas vizinhas à minha; ou assistir às escolas de samba no Rio de Janeiro, em São Paulo ou pela TV.

Geralmente fico com a última opção, talvez pela minha mania de acompanhar qualquer tipo de competição. De vez em quando até que há algo com que se possa aprender dentre tantas mulatas, loiras (artificiais), morenas e negras sambando e mostrando quase tudo na avenida.

Este ano nem isso me deve chamar tanta atenção. Como nos últimos anos tive maior contato com o samba, tanto o tradicional da "velha-guarda" quanto os mais novos, percebi que samba-enredo é igual a time do Muricy Ramalho. O importante não é a satisfação do público, mas a vitória. Ainda mais quando envolve tanto dinheiro (jogo-do-bicho, corrupção, prêmios, TV,...).

Por isso que a melhor opção é ficar em Maceió mesmo. Torcer para que todos os vizinhos viajem para as cidades litorâneas do interior e deixem a rua numa tranquilidade impecável para quem há muito tempo deseja um período maior de folga do que uma tarde e um domingo por semana.

Enquanto isso, eu estarei em casa dormindo até mais tarde, lendo o que tenho que ler e fazendo o que tem que ficar pronto até março. Vou pular o carnaval não o levando em consideração. Só me restará cantar: "Carnaval, carnaval, carnaval, eu odeio quando chega o carnaval!".

Um comentário:

  1. Andinho, eu também pulei o carnaval. E seus desejos foram atendidos, a cidade ficou vazia...

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