segunda-feira, 15 de março de 2010

Circo a motor - Tudo de volta


E voltamos a ter um final de semana com o circo da Fórmula 1! E desta vez as atrações aumentaram: mudanças nos carros, mais pilotos na pista - com uma espécie de divisão inferior na categoria -, e muita expectativa vinda dos grandes pilotos.

A primeira apresentação da nova temporada ocorreu no meio do deserto, no Bahrein. O circuito de Sakhir sofreu alterações e cerca de 800 m eram totalmente desconhecidos pelos pilotos, que tiveram que se adaptar a um forte calor que só fez prejudicá-los ainda mais com a ausência de reabastecimento.

Nos treinos que antecederam a corrida, a primeira coisa perceptível foi a diferença do nível das equipes novas perante as demais, especialmente no caso da Hispania. Só Bruno Senna conseguir dar algumas voltas nos treinos livres e Chandok guiou o carro pela primeira vez nos treinos oficiais. A diferença de mais de 6 s com o tempo da poleposition fez com que o novo chefe da FIA, Jean Todt, pensasse na volta de um limite de tempo para a qualificação para cada Grande Prêmio.

Na hora da verdade, os dez carros classificados para disputar as primeiras posições no grid de largada não foram nenhuma surpresa, com a Ferrari, a McLaren e a RBR um pouco à frente e Mercedes, Force India e Renault superando a Willians. Vettel conseguiu o melhor tempo, seguido por Massa e Alonso.

FERRARI DOMINA

Incrível como antes da corrida, como nós mostramos no post anterior, todo mundo tinha dúvidas sobre quem estava com o melhor carro e após os treinos criou-se um "consenso" de que a Ferrari era a melhor. Imagina a surpresa quando todos souberam que os motores de cada carro da equipe tiveram que ser trocados porque não aguentava o calor do deserto.

Na pista, Felipe Massa largou mal, deixando o lado de dentro da segunda curva livre para Fernando Alonso ultrapassá-lo. Sem possibilidade de diferentes estratégias nas paradas dos boxes e com carros da mesma equipe, ele perderia ali o primeiro embate com o piloto espanhol.

Sebastian Vettel conseguiu manter a liderança até o meio da prova, quando o motor do seu carro perdeu potência e o seu tempo por volta foi aumentando. Tanto Alonso, quanto Massa e Hamilton o ultrapassaram com tranquilidade. Mantendo-se na pista como pôde, o novato alemão ainda conseguiu levar o carro até a linha de chegada na quarta posição, largando-o metros depois.

Nas posições intermediárias brigas por posições aquém do esperado. Rosberg conseguiu se manter bem à frente de Schumacher, seu companheiro de Mercedes, que chegou em sexto lugar em sua volta. Button e Webber não conseguiram colocar uma pressão real no maior campeão da história da F1 e chegaram em sétimo e oitavo respectivamente.

Rubens Barrichello fez uma corrida regular e chegou na décima posição que, graças à nova pontuação, lhe garantiu o primeiro ponto na temporada. Liuzzi, da Force India, ficou à sua frente e mostrou que a equipe indiana vem com um carro razoável para todas as corridas deste ano.

Na parte de baixo, a grande surpresa foi a (linda) Lottus que conseguiu terminar a prova com os dois carros, mesmo que nas últimas posições (16º e 17º). Como se era de esperar os dois carros da Virgin e os dois da Hispania ficaram no início da prova. Lucas di Grassi já na terceira volta e Bruno Senna na décima nona.
SÃO PAULO INDY 300
No domingo à tarde, o BRasil voltou a ter uma prova da Fórmula Indy. Realizada nas ruas de São Paulo, passando pelo sambódromo do Anhembi e com a maior reta da categoria às margens do rio Tietê, a confusão típica da prova de Fórmula 1 foi maximizada na corrida da categoria de origem estadunidense.

Quando soube que a pista escolhida como GP do Brasil passaria pelo sambódromo logo pensei na questão do piso de concreto do mesmo, mas a minha preocupação maior era se chovesse muito, já que as ruas de São Paulo não aguentam uma grande quantidade de água. Preocupei-me com o problema errado.

Os pilotos mal conseguiram passar da quinta marcha na reta do sambódromo por questões de seguranças. Mesmo os pilotos brasileiros reclamaram pela falta de preocupação em manter o carro no chão. Tony Kanaan, por exemplo, disse que o carro da escola de samba Gaviões da Fiel desfilou mais preso ao chão do que o seu Andretti-Green.

A organização teve que criar ranhuras, como as que devem ter em aeroportos, literalmente do dia para a noite, de sábado para domingo, com a possibilidade da aplicação de uma camada de asfalto no setor. Assim, o treino classificatório foi adiado do sábado à tarde para o domingo de manhã, bem no horário do GP da Fórmula 1, um tiro recebido pela Band, que tanto brigou para a realização da Indy por aqui.

A corrida, para mim, foi bem chata, apesar de não destoar das corridas da Fórmula Indy quanto às mudanças de posições e ultrapassagens constantes. Os brasileiros não chegaram a sonhar com a liderança em nenhum momento.

Mário Moraes saiu da prova logo no início ao passar por cima, literalmente, de Takuma Sato. Tony Kanaan foi tocado quando estava nas primeiras posições e perdeu a corrida, terminando no 14º lugar.

No meio da corrida, do nada, chega uma forte chuva que, desta vez, serviu para confirmar as previsões dos meteorologistas. Tanta água na pista que foi necessário parar a corrida por alguns minutos. Na volta, Hélio Castroneves errou ao demorar demais para colocar pneus para pista seca e teve que se contentar com o nono lugar.

Enquanto Ryan Briscoe errou sozinho e ficou de fora da corrida quando estava na frente, Will Power ultrapassou Ryan Hunter-Heay e venceu a prova, mostrando que a decisão de Roger Penske em lhe dar e criar um terceiro carro da equipe foi acertada.

A alegria dos brasileiros ficou por conta de Vitor Meira, que com um carro razoável e na sua volta após o acidente no GP de Indianápolis do ano passado - quando fraturou algumas vértebras -, terminou em terceiro lugar.

Raphael Mattos, da De Ferran/Luczo/Dragon, conseguiu a quarta colocação, a melhor classificação da história da equipe, que agora tem como sócio o brasileiro Gil de Ferran. Bia Figueiredo terminou a corrida, como pretendia, na 13ª posição.

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