sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

2025.1 Cem anos de Solidão/ 2025.2 O coração é o último a morrer/ 2025.3 Tirinhas para ler enquanto enrola na firma/ 2025.4 A Cor Púrpura

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Não precisa de muita justificativa para ler Gabriel García Marquez, mas antecipei Cem Anos de Solidão em meio à ordem alfabética que estava seguindo e aos livros chegados recentemente porque duas amigas me falaram da série da Netflix - que eu imaginava que conseguiria ler nas férias, ledo engano.

Trata-se da história de uma família baseada em Úrsula, por quase todo o tempo. Toda uma geração de nomes que se repetem, trajetórias quase e que vai se passando de tal forma que quando já foi determinada personagem eu tinha que parar um pouco com um "já?", ainda que com momentos históricos marcantes.

Referência

MARQUEZ, G. G. Cem anos de solidão. Rio de Janeiro: Record, 2015.
 

Margaret Atwood percorre minhas compras, leituras e vista em séries anuais desde O conto da Aia. Seguindo com o modelo distópico, O Coração é o último a morrer parece bem menos distante de outras obras. 

Em tempos de muros para evitar pessoas dentro de uma cidade ou entre países, o livro apresenta um bairro como solução a quem perdeu todas as possibilidades após uma crise econômica devastadora - bem semelhante à do final da década de 2000. Porém, para viver a vida dos "sonhos", é preciso intercalar com um mês na prisão.

A "resistência" se apresenta de forma interessante. Ainda que desse para prever certas coisas, o que eu iria criticar da resolução do livro é anulado por um final em aberto.

Referência

ATWOOD, M. O coração é o último a morrer. Rio de Janeiro: Rocco, 2022.
 

O Capirotinho, de Guilherme Infante, é outra personagem presente nos meus financiamentos coletivos anuais pelo acompanhamento das tirinhas na internet.

Com a crítica de sempre, Tirinhas para ler enquanto rola na firma vem com uma capa que já enganou a minha companheira em casa, então é tranquila para ler em qualquer lugar (mais chato).

Referência

INFANTE, G. Tirinhas para ler enquanto rola na firma. Ipatinga: Ed. do Autor, 2024.

A Cor Púrpura foi um "achado" de livraria mesmo, enquanto escolhia um livro para aniversário. Alice Walker trata das pessoas negras dos Estados Unidos de décadas (ou século?) atrás a partir de cartas para Deus ou uma irmã.

A base é a história de Celie, que é estuprada duas vezes e se vê retirada dos filhos ao nascerem e, em seguida, casa com alguém para evitar que a irmã repita a sua história - irmã esta que também a envia cartas. Recheada de personagens interessantes, migrando para a Europa e a África em alguns momentos, nos divide em momentos de fúria, revoltam pena e amor.

Referência

WALKER, A. A cor púrpura. 34. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2024.
 

 

 

 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

2024.20 Amar, verbo intransitivo/ 2024.21 Contos novos/ 2024.22 O Menino Que Queria Jogar Futebol

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Neste mergulho pelas obras de prosa de Mário de Andrade, segui por "Amar, verbo intransitivo". O título já tem uma indicação relevante: como amar não precisa de complemento? Inclusive porque o verbo amar é trnsitivo direto. Na definição geográfica, precisa de alguém e sem preposição.

A história parte dessa contradição, a ideia de que as famílias precisam contratar uma mulher experiente para que seus adolescentes aprendam o que demanda paixão e sexo, com um amor controlado por quem é da elite. 

Como marca de texto, algumas passagens do autor se colocando sobre o processo de escrita que, para mim, causou estranheza, mesmo que desse um respiro na sequência da história.

ANDRADE, M. de. Amar, verbo intransitivo. Barueri: Novo Século Editora, 2017.

Eu conhecia dois dos três contos de leituras durante a pandemia. Mas trata-se de um compêndio de contos um pouco diferente daqueles que li antes, pois Mário de Andrade prefere textos mais longos em cada caso, o que exigia um pouco mais de atenção, ou memória, para um livro que eu li com algum distanciamento temporal pela correria de novembro, especialmente.

"Primeiro de Maio" e "O peru de Natal" eram os que já conhecia. O primeiro é bem interessante, ainda que bastante distante temporalmente, para entendermos o trabalhador a partir da perspectiva deste e nas comemorações dos sindicatos. O segundo apresenta reflexos de machismo e das relações familiares. Dos lidos de primeira, destaco "Frederico Paciência", que trata da amizade/paixão de dois amigos durante a adolescência, com encontros, distanciamento e preconceito.

ANDRADE, M. de. Amar, verbo intransitivo. Barueri: Novo Século Editora, 2017.

O primeiro livro de férias foi um dos últimos a chegar em casa. "O Menino Que Queria Jogar Futebol" é reedição de uma história que virou o filme "Inexplicável", que chega neste mês nos cinemas do Brasil para contar a história inexplicável de Gabriel Varandas, pessoense que sobreviveu na base da fé, apoio da família e muita força.

O autor é Phelipe Caldas, colega da ReNEme e que tem um dos melhores textos para tratar do cotidiano que eu já li/leio. Conhecia-o por livro de crônicas, principalmente sobre futebol, além do trabalho enquanto pesquisador de torcidas. Com toda esta habilidade, consegue  trazer a emoção devida de uma história emocionante de uma criança fissurada por futebol e que o tem como estratégia de recuperação de momentos graves, mas também ter a técnica jornalística para a descrição médica de diversos cenários.

Confesso, como indiquei ao autor ainda durante a leitura, que foi um processo em que precisei respirar fundo em vários momentos, com algumas pausas. Meu processo é rápido e, mesmo terminando em poucos dias, gostava quando aparecia algum compromisso que me tirava um pouco do livro para poder voltar com fôlego para ele.

CALDAS, P. O Menino Que Queria Jogar Futebol. João Pessoa: Leevro, 2024.


 

 

 

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

2024.19 Macunaíma

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Findada a fase de leituras "Carlos Drummond de Andrade", segui para um box do Mário de Andrade. Pioneiro do movimento modernista brasileiro, é um autor clássico do século XX no país.

Comecei com "Macunaíma", o heroi brasileiro com a frase clássica sobre a preguiça, mas movido por diferentes tipos de crenças distintas para percorrer o Brasil aprontando ou fugindo de problemas (que, normalmente, ele mesmo cria).

Em termos de linguagem, há uma dificuldade pelas matrizes diferentes das palavras utilizadas, considerando que o protagonista é indígena. Além disso, se é um livro excelente para adaptar para um modelo seriado audiovisual, precisei ter mais atenção para não fazer uma leitura sem continuidade.

Referência

ANDRADE, M. de. Macunaíma. Barueri: Novo Século, 2017.