quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

[Por Trás do Gol] Todo mundo dizendo que sim, mas ele nada disse...

Últimos minutos, segundo o horário de Brasília, do dia 16 de fevereiro de 2012. O que poderia ser marcado pelo "Dia do deixo", nada deixou além de ansiedade e uma pontinha de frustração em quem acompanha o futebol no Brasil - e até para alguns de outras partes do mundo.

Tudo começou no final do ano passado. O "todo poderoso" Ricardo Teixeira resolveu dissolver um pouco das manchas em sua imagem e na futura Copa do Mundo FIFA. Ronaldo era escolhido para o Comitê Organizador Local do evento. Se alguém tinha que responder às perguntas da imprensa e do deputado federal  Romário era R9.

Teixeira ainda teve um problema de saúde, que junto a uma pressão que ele não via por perto desde a CPI do Futebol/Nike em 2000, fizeram-no pedir uma licença do cargo de presidente da CBF por 45 dias. Os primeiros boatos surgiram em janeiro. Aqui ou ali, no "submundo virtual", havia quem dizia que Ele sairia do cargo em definitivo assim que retornasse.
Para ajudar, o seu vice-presidente mais velho - governador de São Paulo na década de 1980 substituindo Maluf -, José Maria Marín assumiu e em pouco tempo mostrou o seu potencial colocando no bolso uma medalha da Copa São Paulo de Futebol Júnior.

O tio fora demitido de um cargo que ocupava há 21 anos: secretário-geral da CBF, onde recebia um gordo salário. Há quem diga que ele saiu, mas não de mãos abanando, recebendo alguns milhões de reais junto pelos "serviços prestados" ao futebol brasileiro.

A poeira baixou, mas o vendaval, o ciclone extratropical, o verdadeiro furacão começou a varrer o país na semana passada. Juca Kfouri, o inimigo número 1 de R.T., começou deixando dicas até afirmar categoricamente em seu blog e na ESPN: tudo indica que Ricardo Teixeira deixaria o trono cargo no dia 16 de fevereiro.

O "país do futebol" entrou em polvorosa. Será que Ele deixaria mesmo a presidência que ocupou por 23 anos quase ininterruptos? Quem assumiria em seu lugar?

Mentes sadias deixavam fazer claro que independentemente de se confirmar a notícia, através de nota no site da CBF, seria apenas a vitória numa batalha. Nada garantiria que seu substituto não daria continuidade ao "legado". Cartolas, no sentido pejorativo da palavra, continuam zanzando aqui e acolá. A luta não terminaria!

Juca Kfouri, o equivalente para Ricardo Teixeira ao que Andrew Jennings é para Joseph Blatter, soltou um comentário que talvez Ele não renunciasse agora, para não dar esse gostinho aos seus adversários, a "patota de sempre". Olha que a Folha de S. Paulo começou a semana ligando-o ao caso da Alianto, empresa criada oito dias antes de assinar um contrato de milhões de reais para organizar um amistoso entre Brasil e Portugal, em Brasília. Seria o golpe de misericórdia?

MAS...

Chegamos ao dia 16. Antes de sair para imprimir um material, olho rapidamente notícias de uma rede social através do celular. Nada ainda...

Volto e fico passando o fichamento e olhando a rede social. O máximo era uma matéria do Lance! que anunciava que os urubus mal esperavam que o doente morresse. Desisti de atualizar a página da CBF porque dava sinais que pouco mudaria ao longo do dia.

As horas passaram. O telejornal esportivo regional da líder do oligopólio teria uma entrevista com o presidente da Federação Gaúcha sobre a sucessão. Mas como, ele já caiu e eu não soube? Até este, que votou pela ampliação da gestão teixeiriana até 2014, falou que uma "pessoa próxima" no Rio de Janeiro teria dito que Teixeira renunciaria hoje ao cargo. Noveletto preparava um movimento para exigir eleições urgentes - por mais que o regimento da CBF diga que o vice mais velho deve assumir, afinal são os vices sempre que cumprem o resto do mandato no jogo político...

Fui cumprir meus compromissos na universidade - os que o sistema de dados permitiu - e segui acompanhando. Nada além de mais um membro no COL, o ex-atacante Bebeto, e comentários de Ronaldo e do assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, que Ele não renunciaria.

Terminado o dia e nada! As fontes que davam como certa a saída de Teixeira, não só na "patota", mas também no GloboEsporte.com, dão conta de que amanhã sairá a nota no site da CBF. O (ex-)presidente parte para sua mansão em Miami, onde sua família já estaria.

Os presidentes das federações estão em polvorosa. Poucos têm informações diretas, a não ser, talvez, o da Paulista, que almoçou com Ele na tarde desta quinta-feira. Um dos cotados ao cargo, que não foi desocupado, Marco Polo Del Nero já gera insatisfação dos outros Estados antes de assumir, quer dizer, antes de ter cargo paras assumir...

Esperemos pelo dia 17 de fevereiro para sabermos se "para alegria de todos e felicidade geral da nação", a assessoria de imprensa dEle dirá que já se foi para Miami e não retornará enquanto presidente da CBF!

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