segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

[Em busca do El Dorado] Numa segunda-feira de Carnaval...

Segunda-feira de Carnaval, aeroporto de Salvador... Para quem acha que seguirei este texto contando uma desventura na folia baiana, está totalmente enganado - e em nada me conhece. Prova disso é que em plena festa de Momo eu deixava o Nordeste no ano passado em direção ao Rio Grande do Sul.

Mesmo na outra vez na vida que viajei no feriado de Carnaval, enquanto irmã e primos iam para a folia dos trios elétricos, ficava em casa, de olho na única coisa que me prendia nesses tempos, o desfile das escolas de samba - ainda mais com a escola de samba de uma das torcidas organizadas do Palmeiras na disputa principal em São Paulo. Isso é um "costume" de criança, numa mania de registrar tudo...

Uma época em que eu não gostava tanto assim de samba quanto hoje. É, enfim, pode-se dizer que se eu gostasse de samba não gostaria dos sambas-enredo e provavelmente desprezasse o que as escolas cantam nos desfiles, cada vez mais de iniciativa técnica, para atender um requisito avaliativo, que para apreciadores deste ritmo.

Carnaval à parte, como quase sempre, estive relembrando estes dias do período pré-viagem no ano passado. Trabalhei praticamente até a véspera de vir para cá, três dias antes. Vivi o período de transição, auxílio para quem ocuparia o meu lugar na empresa,...

Com @s colegas de Universidade, tive uma despedida com algumas delas antes, num dia em que na volta "pulei" de um ônibus que estava sendo apedrejado. Um "bota-fora" mais literal que este, impossível!

No domingo, véspera da viagem, acordei pilhado, passei a manhã irritado. Hoje imagino que tenha sido justamente por saber que iria sentir falta de casa, por mais que não gostasse de um monte de coisas de lá e por mais que há anos quisesse morar sozinho. Como contei ano passado, era algo diferente, era uma saída de casa para o outro lado do país.

Não queria dormir, para passar o máximo tempo possível por ali. Acabei sendo "forçado" a fazer isso por conta da viagem de algumas horas. Curiosamente, foi a única vez que viajei e fiz escala em Salvador, passando cerca de duas horas por lá até pegar outro avião que veio praticamente direto para o Rio Grande do Sul - teve uma "parada técnica".

Cheguei até com uma temperatura razoável. Se não estava frio, afinal ainda era verão, não estava tão quente quanto costuma ser aqui em janeiro e fevereiro, como tive o "privilégio" de descobrir este ano. Ah, é incrível o "determinismo geográfico" das pessoas, no inverno você é "obrigado" a sentir muuuiiito frio por ser nordestino, enquanto que no verão, mesmo sob 40º - em Maceió não lembro de um dia com mais de 36º - "você já está acostumado". Alguém descobriu mutação genética na pele do nordestino para se sentir muito bem sob 40º, ainda mais de litoral, e eu nunca li sobre?

Ah, voltando ao Carnaval. Para quem está curioso, o carnaval de Porto Alegre e redondezas é do mesmo jeito de Maceió, ou seja, não tem! Até que ocorre o desfile das escolas de samba, que aqui tem transmissão da RBS nos dias que o Nordeste vê as agremiações de São Paulo (sexta e sábado). Fora isso, nada! Gaúcho que é gaúcho e que gosta de alguma folia pula para Santa Catarina. O alvo: praias bonitas.

Enquanto isso, quem não é fã de praia - e também não teria dinheiro para sair - e que mora num lugar com sombra e água à vontade para aguentar 34º, 36º, prefere ficar em casa a enfrentar mais de 40º fora dele. Botemos na conta também os trabalhos cujo prazo estão por vir...

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