quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Em busca do El Dorado: Tentando uma retrospectiva...

Acabo de enviar o último trabalho do ano! E que ano! Entre 2010 e 2011 mal esperava eu que a minha vida tomaria este rumo, que teve início já nos primeiros dias do ano. Esta modesta e pessoal coluna serviu para eu desabafar e (muito pouco) para que colegas e amigos de outrora acompanhassem meus passos. Você - se há realmente alguém lendo isso - pode me acompanhar deste o processo de despedida de Maceió passando por viagens a trabalho, desilusões e até à qualificação da dissertação, no final de novembro.

Profissionalmente - é, para mim TRABALHO intelectual é uma forma de trabalho - foi o melhor ano que eu tive até agora. Como cansei de falar e escrever, se até o ano passado tive que correr atrás das oportunidades de pesquisa, este ano eu as vi correndo atrás de mim, que, como quase sempre, não deixei de negá-las.

Em termos de apresentação de trabalhos, fui a três eventos de caráter internacional: Confibercom (Ibero-Americano), Lusocom (dos países que falam a língua portuguesa), ambos em São Paulo; e para o Seminário Internacional de Comunicação da PUC, aqui mesmo no Rio Grande do Sul. Surpreendi-me com certa aceitação dos temas neles apresentados. No caso do primeiro e do último eventos, o futebol; no caso do segundo, a análise sobre o "Valerioduto". Além da participação num artigo sobre o Cepcom, no Confibercom, e noutro sobre futebol, no Seminário da PUC.

Foram os eventos nacionais que me proporcionaram experiências diferentes. O primeiro foi o Intercom, a referência da comunicação, realizado em Recife-PE - na Unicap, também gerida pelos jesuítas... As escolhas que fiz para espaços a participar foram muito produtivas e, além disso, pude viajar para Maceió após seis meses fora. O trabalho lá foi sobre a "Operação Satiagraha".

O segundo foi a II Conferência de Desenvolvimento CODE/IPEA, em Brasília. Apesar de alguns problemas de ordem  prática - e muitos de ordem psicológica -, a viagem foi interessante. Pude realizar um dos grandes sonhos de quem é estudante e geralmente têm que se virar como pode, tanto com dinheiro quanto em termos de locomoção, para apresentar seus trabalhos. Afinal, pobres mortais como nós não somos convidados pelo evento, ou seja, temos que pagar tudo. Em Brasília, por conta do trabalho aprovado, o Governo pagou as minhas passagens e cedeu duas diárias. O trabalho aprovado foi uma análise sobre a legislação das rádios comunitárias que, confesso, acabou virando quase um manifesto por maior atuação e respeito a este tipo de radiodifusão, essencial em nosso entender, desde que efetivamente garantido.

Para fechar o ano, numa semana para lá de conturbada, a qualificação em meio a um histórico temporal, que comprovou a minha total falta de sorte, e a última apresentação da última mesa do Seminário do grupo de pesquisa. O tema: o histórico de disputas entre Globo e Record pelos direitos de transmissão de eventos esportivos, centrando na mais recente e mais discutida, frente ao Campeonato Brasileiro de Futebol.

Além desses eventos, ainda pude participar da Semana de Comunicação da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS, em Porto Alegre, numa mesa bastante interessante que tratava do fenômeno popular que é o futebol e cujo resultado da integração e do diálogo entre os participantes pode gerar um evento ainda maior ano que vem.

Em termos exclusivos de produção, tive os já "rotineiros" textos para o Observatório da Imprensa que, a partir de março, foram assinados em coautoria e onde pudemos transcorrer de forma opinativa sobre vários temas, com destaque para a briga para transmitir eventos de futebol e a luta por uma regulação dos meios de comunicação. Além disso, tive um texto aprovado para o Observatório de Mídia & Política, da UnB, sobre o programa que participo aqui numa rádio educativa, o Periscópio da Mídia - o qual falarei daqui a pouco.

Para finalizar, um dos fatos mais comemorados por mim: o primeiro texto solo aprovado em revista científica. A ideia depois do primeiro semestre era dar vazão aos artigos produzidos para as disciplinas. Um deles, que tenho a "audácia" de analisar o futebol sob a perspectiva de Adorno, Benjamin e Gumbrecht, foi aprovado e publicado na Revista Faac, da Unesp. Independente da revista ser nova, esta foi a segunda edição, a importância é muito grande para mim, já que não precisei de um nome importante na área para pesar a falta de conhecimento sobre mim na área.

JORNALISTA
Por mais que ainda não tenha registrado na Carteira de Trabalho, pude manter a publicação de textos mais de caráter profissional. Primeiro, por conta das atribuições do grupo, ajudei a produzir e a apresentar o programa de rádio "Periscópio da Mídia: a indústria da comunicação social de cabeça para baixo". Nele, eu e os meus amigos pudemos relaxar antes, durante e depois do programa, que está longe de ser um trabalho - apesar de um problema ou outro que tenha aparecido este ano.

Além disso, recebi o convite para ser editor da Coluna Além das Quatro Linhas, no site de textos de forte teor crítico Estratégia & Análise. A parte boa é que a produção não tem limites de linhas, o que é excelente para alguém como eu, e podemos fugir dos temas "rotineiros" do futebol, indo além deles. Já tivemos alguns resultados, com direito à utilização de um trecho de um dos textos na coluna do editor de esportes na edição de domingo de um jornal de circulação diária, além de um contato com uma jornalista do Le Monde.

2012
Para 2012, além da continuação da pesquisa de dissertação - já em sua etapa final - e dos compromissos assumidos este ano com o grupo, Periscópio e Além das Quatro Linhas, mais coisas para fazer devem aparecer - para variar...

De produção, já tenho artigos aprovados para revistas, capítulos de livros e eventos, que me trazem a possibilidade de conhecer o Brasil e aumentar a minha coleção de camisas - por mais que em Brasília tenha sido impossível de se conseguir a camisa do Brasiliense...

Enfim, em termos pessoais, além da distância dos problemas "cotidianos" de família, pude conhecer muitas pessoas legais por aqui, algumas das quais que espero ter contato para além das relações de trabalho. De resto, o mesmo de sempre, o "pseudo eu" toma conta deste ser.

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