sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

[Por Trás do Gol] Só sofrimento...

Desde 2008, quando eu e Homero criamos o blog Por Trás do Gol, que faço uma retrospectiva dos meus times no final de cada ano. Se no primeiro ano, vivenciei semestres opostos, com Palmeiras e CSA ganhando os estaduais e naufragando no Brasileiro; em 2009, o desastre do (mais um) rebaixamento azulino e do desastre que foi a perda de um Brasileirão "imperdível" pelo Palmeiras; terminei 2010 desesperançoso com ambos.

Só para saberem que não estava mentido na minha racionalidade, que às vezes é bem maior do que eu mesmo quero. Do lado do CSA, que fez um ano que, definitivamente, tornou-se azulino de sangue azul, eu clamava cautela: "podemos terminar o Estadual tanto entre os quatro melhores quanto entre os quatro piores. Resta torcer".

Já do lado palmeirense, a empolgação pelas voltas de Felipão, Kleber e Valdívia durou bem menos que os seis meses. Como se não bastasse a falta de títulos importantes, o ambiente externo do clube continuaria atrapalhando, só não sabia que seria ainda mais: "Enfim, perspectivas de não mudar muito. Quanto ao futebol, não sei o que esperar".

Enfim, dado esta introdução, vamos para a atividade de fazer uma retrospectiva do ano de 2011 para CSA e Palmeiras, algo que cada vez mais está se tornando uma ação masoquista.

QUANDO ATÉ EU JÁ DESISTIRA...
Desde o início do Alagoano que todo mundo dizia que as contratações eram muito fracas. Porém, o presidente do clube dizia que era "intriga" de quem não queria ver o CSA bem. De início, a maluca ideia de colocar o clássico para abrir o torneio. A derrota por 2 a 0 para o arquirrival derrubou o técnico Lino - simplesmente porque ele não atendia aos "requisitos" de alguns dirigentes e não procurava agradar fora de campo...

Depois disso, mais três derrotas e um desastre como nunca dantes na história maruja, nem mesmo em 2003, quando caímos para a Segunda Divisão pela primeira vez, ou em 2009, quando ocorreu a segunda queda. Vencemos dois jogos, inclusive o ASA, por 2 a 1, em Maceió - geralmente vencemos em casa e eles nos vencem na casa deles, uma boa relação, portanto.

Arrisquei-me a ir a dois jogos. Contra o Coruripe, presenciei o pior time que já vi até agora na minha vida. Uma derrota por 2 a 0, em casa, com um time com apenas um jogador bom e o resto não servia nem para a várzea, desculpem-me a honestidade - parecia mesmo ser melhor assistir à estreia do Ronaldinho (Ex-)Gaúcho no Flamengo.

O último jogo antes de aportar em terras gaúchas foi mais para me despedir de um dos ambientes que eu mais gosto: o Estádio Rei Pelé. Como morei perto de lá durante 11 anos, tenho a mesma relação de afeto que possuo em relação ao Rio São Francisco. O "Trapichão" é o único lugar com aglomeração de pessoas que ia numa boa em Maceió.

O confronto derradeiro era contra o Sport Atalaia - logo Sport... A abertura do placar só serviu para enganar a fascinante torcida azulina - que mesmo com o time muito mal colocava, pelo menos, 1500 pagantes por jogo -, sofredora nata, cuja paixão não era reconhecida pelos diretores, que colocaram menos ingressos que o necessário. No intervalo, o 1 a 1 fez com que até senhores discutissem com o presidente do clube que, ironicamente, ameaçou pegar os R$ 2 oferecidos por quem estava na arquibancada.

A partida terminou 2 a 1 ou 3 a 1 para eles. Desastre. A certeza que eu tinha era que não dava mais, pois tinha sido um confronto direto contra o rebaixamento. O nosso caminho a partir dali era mais difícil que o dos nossos adversários diretos, fora que ainda tínhamos um clássico que não ganhávamos há anos na última rodada.

Resgataram Lino às pressas para ver se ainda tínhamos como evitar mais um desastre na nossa quase centenária história. Com uma campanha espetacular no final do turno, restava vencer o arquirrival CRB para escapar do descenso. Os regatianos nada tinham com o torneio, já que conseguiram se livrar do rebaixamento antes que a gente - graças ao eterno bombeiro Joãozinho Paulista - e estavam bem na sexta posição, (mais uma vez) sequer com a classificação para a segunda fase.

Momentos de terror me marcaram naquele dia. Por não contar ainda com internet em casa, tive que ser socorrido pelo acesso via celular - ou seja, sem possibilidade de streaming de rádio. Primeiro tempo, acompanhando minuto-a-minuto, 0 a 0 com grande atuação do goleiro deles. "Não é possível", passava pela minha cabeça.

No segundo, nem o minuto-a-minuto funcionava... Desespero, angústia, tudo junto. Tentava acessar alguns sites só para ver a página principal, que traz o resultado parcial, e até isso estava difícil. Bem perto do fim do jogo consegui ver uma! - e dificilmente esquecerei disso - Um a zero aos 45 minutos do segundo tempo! Com Washington, da base, fazendo o gol. Sozinho no apartamento, não podia gritar, não podia fazer barulho, mas a vontade era muito grande para isso. Restava esperar o jogo terminar, afinal, CSA é CSA.

Minutos depois, meu pai me liga de Maceió. Acabou! Ganhamos! Segunda Divisão, não mais!!!

Quer dizer, fugimos do rebaixamento, mas participamos da Segundona deste ano por meio de convite da Federação, supostamente para não parar com o time por todo o segundo semestre. Desastre: mal passamos da primeira fase.

Enfim, para 2012 já tivemos a confirmação da volta de três grandes ídolo: o primeiro é Catanha, que não jogou este ano porque teria pedido demais; o segundo é Flávio, goleiro campeão brasileiro com o Atlético-PR e da Série C de 2009, contra o ASA, pelo América-MG; por fim, Adriano, que todo o colorado conhece pelo título mundial deles.

Não estou acompanhando muito, mas pelo pouco que vejo pela internet, as perspectivas são bem melhores que no início deste ano. Que venha o CRB - com acesso à Série B, Aloísio Chulapa e Jadilson - no dia 14 de janeiro!

ANO MUITO, MAS MUITO RUIM NAS HOSTES ALVIVERDES
A única coisa boa no ano alviverde foi que depois de ser eleito com o apoio de Mustafá Contursi para a presidência do Palmeiras, Arnaldo Tirone rompeu com ele no meio do ano. De resto, ele cumpriu a promessa de não abrir os cofres e a Arena Palestra começa a ganhar formas, quer dizer, o antigo Palestra Itália a perder a suas arquibancadas.

O ano foi de altos e baixos, com o de regular a fraco elenco às vezes dando o ar de sua graça, principalmente devido a boas atuações de Marcos Assunção e de Luan - este virou o atleta "indispensável" no meio do ano.

No Paulista, conseguimos chegar às semifinais, disputamos palmo a palmo para ter o direito de jogar contra o Santos a final, mas perdemos nos pênaltis... Com o alagoano João Vitor - que se meteria num problema com membros da Torcida Organizada futuramente - perdendo o derradeiro.

Na Copa do Brasil, a fatídica goleada de 6 a 0 para o Coritiba, e a vitória em casa depois nas oitavas-de-final. Se o jogo não servia para muita coisa, mostrou que há torcedores efetivos do Palmeiras. Sem as organizadas, a torcida "comum" não parou de gritar durante todo o jogo.

O Brasileiro veio e o time passou o primeiro turno inteiro entre os cinco, seis primeiros, mostrando que teria chances de disputar uma vaga para a Libertadores e, quiçá, o título. Teria... Se Kleber já havia se envolvido a um histórico de infância corintiano, com direito à carteirinha da Gaviões, depois só quebrou a relação que tinha com a torcida alviverde. Primeiro, a forçada de barra para sair ao Flamengo. Mantido, com a agressão a João Vitor, rebelou-se contra Felipão e diretoria - nada contra isso -, mas a torcida já não estava do seu lado. Saída pelas portas dos fundos.

O time naufragou no segundo turno, com uma péssima campanha que chegou a nos deixar preocupados até com a possibilidade de um rebaixamento. No fim, com as voltas de Cicinho e Marcos Assunção, tivemos gás para atrapalhar alguns clubes, como os rivais São Paulo (vitória por 1 a 0) e Corinthians, a quem empatamos o jogo sem gols, mesmo tendo um a menos e com mais chances de marcar.

Mas o ano não foi tão ruim assim, ao menos no quesito individual. Posso dizer que assisti ao meu time de futebol do coração atuando. E duas vezes! Em agosto, fui a um Canindé lotado com um amigo, onde pudemos ver o empate sem gols em casa, mas uma das últimas atuações do grande ídolo deste que vos escreve e de muitos outros palmeirenses: Marcos!

Além disso, na mesma viagem, também graças a esse amigo, pude visitar as obras para a construção da Arena, entrar nos "jardins suspensos", que já presenciaram jogadores como Marcos, Ademir da Guia, Leivinha, Evair, Alex, Edmundo,...

Para finalizar o ano, vi o jogo de volta entre Grêmio e Palmeiras, aqui no Olímpico. Abrimos 2 a 0 com grandes atuações de Cicinho - como joga! - e Marcos Assunção, em mais um gol de falta. No final do jogo, em mais um dos momentos de "sorte" característicos, o volante Fernando acertou um pombo-sem-asa no último lance para empatar a partida. 2 a 2, fora de casa, foi muito bom. Continuo invicto!

Para o ano que vem, já não acredito na promessa da diretoria de que pelo menos quatro jogadores experientes virão, acho que nem o Felipão acredita nisso. A tendência é ser mais um ano de futebol burocrático, muito sofrimento e torcer para que se o Marcos se aposentar mesmo agora contra o Ajax, em janeiro, que seja em grande estilo. Pois ele merece, e muito!



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