quarta-feira, 2 de julho de 2014

[Copa] Muda tudo

Bravo, Júlio César, Ospina, Ochoa, Enyema, M'Boulhi, Navas, Benaglio e HOWARD! Para completar os onze, Neuer e Courtois. A Copa vinha com muitos gols, com destaques individuais de Robben, Neymar, Messi e Rodríguez, até que vieram as oitavas de final e quem resolveu se destacar ainda mais? Os goleiros. Tem gente até dizendo que está é a "Copa dos goleiros". Como pode?

Tudo bem, a emoção que circulou por 7 das 8 partidas das oitavas de final, que fez 5 delas ir para prorrogação - quebrando o recorde do chuchu de 1990 -, e duas para os pênaltis, onde eles realmente já aparecem, é dos goleiros. Mas daí a afirmar, antes do final da Copa que esta é deles é exagerado. Quem não lembra de Oliver Kahn, o melhor de 2002 que falhou quando não podia? Goleiro e árbitro só se elogia quando acaba. Além disso, James Rodríguez, Neymar e Messi seguem.

Passaram os 8 primeiros na fase de grupos, algo inédito. Porém, ninguém esperava que seria do jeito que foi. Só a Colômbia se classificou com certa folga, nos 2 a 0 contra o Uruguai. A França, que repetiria o placar, só o abriu depois dos 30 da etapa final e isso após levar sufoco no primeiro tempo contra a Nigéria. E o que falar da Alemanha contra a Argélia? Quem imaginaria aquilo?

Jornalistas de confiança
De certa forma, o equilíbrio das oitavas tirou um pouquinho do peso do Brasil, afinal todos suaram para passar. Em parte eu concordo, já que imaginava que seria um dos confrontos mais equilibrados, pensando no nível médio para cima das seleções - desconsiderando, logo, Costa Rica X Grécia e Bélgica X Estados Unidos, que, para variar neste mundial, surpreenderam-me.

Daí é que entra o segundo tema de hoje. Primeiro achei estranho. Felipão, Parreira e Murtosa chamando cinco jornalistas "de confiança" - depois um sexto, para representar a mídia do Rio de Janeiro - para uma conversa de bastidores? Pedir a opinião deles? Dizer que se pudesse teria mudado a convocação? Pedindo para a mídia brasileira pegar no pé do Robben e aliviar o Brasil sobre a arbitragem?

Não acreditei, até que todo mundo confirmou depois. Bizarrice extrema no meio de um campeonato deste nível. Disseram que Parreira teria feito o mesmo em 2006 - e pelo resultado que tivemos, não deu certo. Criou um clima estranho no elenco e um maior ainda entre os mais de 800 jornalistas que acompanham a Seleção. Enquanto isso, o assessor que deu dura em jornalista na coletiva de imprensa, pega um jogo por suposta agressão em jogador rival e viu o colega que assessora Felipão ultrapassá-lo. Vai ver que é gostar de se por em dúvida...

Como jornalista, penso que uma "proposta" de reunião com o técnico do Brasil em plena Copa do Mundo é ordem. Óbvio que não existe de conversa em off num caso assim, é ingenuidade acreditar nisso e criticar os colegas da profissão. Mas fica difícil depois reclamar que certa emissora tem o privilégio de conversar, que o tratamento deve ser igual e blá, blá, blá. Ô categoria! Parece que reclamamos porque não somos os beneficiados com a exclusividade...

Além disso, se estes são os de "confiança", os outros são denominados como? Leio/vejo Juca e PVC, dentre os que foram à reunião, com certa frequência e não discuto idoneidade, mas nestes casos é preciso frisar que a relação do jornalista com uma fonte vai além de possíveis amizades. Confiar no repórter é uma coisa, pedir dicas para ele é outra.

Entenderam sim
Comentei no dia 16 de junho: "Por exemplo, a Budweiser é uma marca histórica dos Estados Unidos, mas foi comprada pela Inbev (associação de Brahma/Antarctica - Ambev - com um grupo belga). Ainda que nos últimos dois anos a publicidade referente à cerveja estadunidense tenha aumentado, com ela indo aos poucos para as prateleiras de supermercado e bares, podia-se pensar que nos jogos do Brasil passasse a publicidade da Brahma. Ah, além disso, a Inbev comprou a Quilmes, na Argentina. Então, coloca-se propaganda da Quilmes no jogo da Argentina. Entenderam o problema?".

Antes de mais nada, agradeço a  audiência do pessoal do marketing da FIFA e da Inbev. Óbvio que eles não leram o meu texto, mas estava lá a Brahma no jogo do Brasil e a Quilmes no da Argentina. Infelizmente, imagino que até pelo posicionamento dos fotógrafos nos estádios, não achei nenhuma foto com a marca brasileira, mas acima está com a da Quilmes, para ninguém me chamar de mentiroso.

As placas fixas, as que pouco aparecem nas transmissões de TV, por ficaram no lado dos bancos, seguem com a Budweiser como patrocinadora - inclusive na hora dos hinos, quando todas marcas são apresentadas nas placas eletrônicas. Não sei se ocorreu nas outras Copas, mas daria um bom estudo de caso para quem é do marketing, especialmente saber se vale a pena a especialização num evento de alcance mundial.

Ah, da próxima vez que seguiram uma "sugestão", podem comentar por aqui - pelo menos...

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