sábado, 15 de junho de 2013

[Por Trás do Gol] A vaia de milhões por milhares

A cara do Gustavo Feijó (pres. da FAF) vale por mil palavras
O locutor anuncia o presidente da FIFA Joseph Blatter e a vaia começa. Em seguida, vem a presidenta Dilma Rousseff. Blatter fala em português, mas a vaia era tão grande que Galvão Bueno diz que não conseguiu traduzir porque não conseguia ouvir direito. Blatter reclama, pergunta: "Amigos brasileiros, onde está o respeito e o Fair Play, por favor?". As vaias aumentam. Dilma falaria muito mais, mas só dá como aberta a Copa das Confederações FIFA Brasil 2013.

Vaia para só para ele, vaia só para ela ou para os dois? Teve quem se perguntasse isso; teve quem (Veja, Época e cia.) que afirmasse que todas as vaias foram para Dilma e Blatter se "irritou" com isso; teve gente que não entendeu porque as vaias para a presidenta; e até quem colocasse a culpa na "elite" que ocupava o estádio... Não me importava naquele momento procurar agulha no palheiro.


A FIFA mandou, manda, mandará e fará praticamente o que quiser - como mandar as vendedoras de acarajé para 1 Km da região da Fonte Nova e do Dique Tororó. As obras teriam removido cerca de 250 mil pessoas - ver aqui. Em meio a tantos protestos nas ruas, num momento historicamente ímpar para este país, sinaliza para aprovar via Congresso uma lei que identifica manifestações sociais como terrorismo!

Brasília teve protestos ontem, com os sem-teto - que não têm onde morar, enquanto se gastou R$ 1,5 bilhão com um estádio -, e mais ainda hoje. Momentos antes da partida, a polícia criava um cercado entre os manifestantes após terem mandado bala, gás de pimenta e até atropelado pessoas. Se o estopim veio das manifestações contra o aumento da passagem - de Porto Alegre a São Paulo -, parece que a maioria acordou que as PMs da vida defendem os interesses de uma minoria, mesmo batendo em "instrumentos" desta, caso dos jornalistas.

Independentemente da discussão política, fiquei muito satisfeito pelas vaias - por mais que o Lula também as tenha recebido nos Jogos Pan-Americanos de 2007. Quantas vezes vemos na TV a felicidade de ir às ruas para o futebol e lemos e ouvimos aqueles que acham que o "futebol é o ópio do povo" copiarem a fórmula de refrigerantes da vida, dizendo que o povo vai esquecer de tudo. Se era ou não o "povo" dentro do MANÉ GARRINCHA, a resposta "mal educada" à bronca do Blatter mostrou que os políticos locais podem até se rebaixar, mas há quem não o fará. As manifestações fora do estádio e em outros Estados também o provam.

Para finalizar, o que comentei ainda no início da tarde: "Torcendo ao ver as manifestações em Brasília que o "imagina na Copa" se efetive. Ainda mais em ano de eleição".

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