quarta-feira, 20 de junho de 2012

[Por Trás do Gol] Não nos envergonhem!

Fonte: http://migre.me/9zkfT
Fernando Collor de Mello, Euclides Mello e Arnon de Mello Neto. Não, o texto não é sobre a herança política do velho Arnon de Mello – o homem que matou um suplente de senador do Acre em pleno Congresso Nacional – na política alagoana e brasileira. Os três citados já foram presidentes do Centro Sportivo Alagoano (CSA), o maior campeão estadual de Alagoas, com 37 títulos, e único time nordestino a chegar numa final de torneio internacional – vice da Copa Conmebol de 1999, onde fomos roubados na Argentina em confronto contra o Talleres.
A relação política e futebol é muito comum, ainda mais no Nordeste e ainda mais em Alagoas. Para se ter uma ideia, o atual presidente do Clube de Regatas Brasil (CRB), que voltou à Série B do Brasileiro este ano, é deputado estadual; e o atual presidente do CSA é secretário adjunto de Esporte e Lazer do Estado, após perder as eleições para deputado estadual.

Para quem viu o presidente do clube passear em todo o intervalo de jogos no Estádio Rei Pelé, na Segundona estadual (!) e na Série D de 2010, com a bandeira do clube com uma bandeirinha com o seu número eleitoral em cima, pensa-se que nada pode piorar – para além de ver um elenco bom em ano de eleições e outro péssimo quando não se tem.

Mas pode. Em meio à espera pela Série D, em que nos classificamos por mérito e não porque todos os outros times desistiram (casos de 2009 e 2010, anos de rebaixamento e Segunda Divisão Estadual), vem a notícia de que o Conselho Deliberativo do CSA, comandado por um empresário que nem era conselheiro do clube antes de assumir o cargo de presidente do mesmo, irá indicar candidatos para que a torcida apoie e vote.

Segundo o manifesto “CSA E PODER POLÍTICO: UNIÃO POLÍTICA E FORÇA NOS NEGÓCIOS”, assinado no dia 14 de junho, mas publicado só nesta segunda-feira (18) no site oficial do clube, o time irá realizar debates com os candidatos que aparentemente poderão apoiar o clube com sua força política.

De acordo com o presidente em exercício do Conselho, Raimundo Tavares (ex-presidente da Federação Alagoana de Futebol e ex-prefeito de Junqueiro), deve-se usar o poder político como ferramenta de fortalecimento da imagem, das causas, dos objetivos e projetos do CSA, já que mandatos eletivos “abrem portas”.

O documento diz que:

“Historicamente, algumas pessoas utilizaram o clube para conseguir força política e bons desempenhos nas eleições. Não é o que vai acontecer neste caso, onde o clube é que vai decidir quais serão os candidatos que serão apoiados, mediante as diretrizes do CSA”.

O que me faria, enquanto torcedor azulino, acreditar que este debate ocorrerá e que tod@s @s candidatos que se interessarem em “ajudar o CSA” poderão ser ouvidos? Quem determina quais são as diretrizes de um clube de torcida tão apaixonada e fascinante quanto a maior de Alagoas?

De antemão, parece-nos mais uma “oficialização” do que já ocorre há décadas com o clube. Utilizarem de nossa paixão para serem eleitos, ou não, e depois abandoná-lo dizendo que o time não consegue se estruturar e coisas do tipo. Um pedido de quem aprendeu a ser “sofredor” do CSA indo a campo na última década, especialmente nas vacas magras de Segunda Divisão do Estadual (!!!) – após uma infância fora do Estado: por favor, não nos envergonhem mais!

*Texto foi publicado posteriormente no Impedimento!

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